Acordei às cinco horas da manhã, como já estava sendo de costume, me arrumei peguei minha motinha e desci para a padaria, o meu mais novo trabalho.
A mais ou menos um mês tinha conseguido esse emprego, o dono é um antigo amigo do meu pai, um dos poucos que conheci que prestava.
Abrir a padaria, coloquei as mesas para fora, passei um pano, fui na cozinha, onde o padeiro e o seu ajudante já estava trabalhando, ajudei eles a trazer os pães e fiquei a espera dos clientes.
É incrível como a nossa vida pode mudar totalmente em tão pouco tempo, faz dois meses tive a notícia da morte do meu pai, depois disso a minha vida virou de ponta a cabeça.
Não consegui ir embora e deixar a mãe e meus irmãos aqui. Meu pai era a base da casa, com o seu trabalho na roça sustentava a família, mas agora com a seca e sem ele por perto, todos ficaram desamparados, minha mãe tinha problemas na coluna e não conseguia trabalhar direito sem sentir muita dor.
E o meu irmão Pedro é um adolescente de 15 anos, que ainda está terminando os estudos, ele ajuda como pode. Quando o pai morreu ele queria abandonar os estudos para ajudar na casa, trabalhar na roça, mas não permitir, eu quero que ele tenha um bom futuro, que ele mantenha os seus sonhos, nem que para isso eu tenha dá uma pausa por tempo indeterminado nos meus.
Tranquei a minha faculdade, faltando três semestres para concluir, arranjei esse emprego e vou ficar por aqui até as coisas se estabilizarem. Quem sabe até que minha mãe consiga a sua aposentadoria, já estou correndo atrás disso.
Estava encostada na balcão da padaria, esperando os clientes aparecer, quando escuto um barulho forte vindo da rua, seguido por inúmeros barulhos de cascos, tenho certeza que seja a passagem de um rebanho pela cidade, mas sem dúvidas, a julgar pelos barulhos, será a maior passagem de rebanho que eu já vi na vida.
Já se passaram uns 10 minutos e o som ficava cada vez mais forte, até que vi um cavalo se aproximando e parando do outro lado da rua, o cavalo era o mais lindo que já vi pessoalmente, com a sua cabeça curta, com toda certeza se trata de um verdadeiro puro sangue árabe, a sua pelagem era preta, bem preta que chega brilhava, a sua crina e a cauda era da mesma cor, além de serem imensas e volumosa.
Estava tão focada no animal e quase não tinha reparado no cavaleiro que montava, quando olhei para cima vi aqueles olhos castanhos me fitando.
Era um homem forte, com uma barba curta mas densa, tinha sobrancelhas grossas um maxilar bem definido, logo que nossos olhares se cruzaram ele desviou e olhou para trás, então o seu chapéu cobriu quase metade do seu rosto.
Ele estava com roupas bem escuras, bota preta, chapéu preto e uma camisa social escura, dobrada nas mangas, a camisa estava tão apertada em seu peito e nos seus braços que a impressão que dava era que iria explodir a qualquer momento.
Saí de trás do balcão e fui para a porta da padaria para poder vê-lo melhor, assim que saí na porta vi a comitiva se aproximando e um mar de gados nelores, que lotou as ruas, a padaria ficava no pé de uma ladeira de mais de 3km, e até onde meus olhos alcançava estava lotado de bois.
Me aproximei mais da rua e voltei a minha atenção naquele homem, que já estava um pouco mais afastado, tinha colocado o cavalo no meio da rua para impedir a passagem, e se mantinha olhando também para o rebanho.
Comecei a prestar atenção em seus detalhes, ele tinha uma pequena cicatriz em seu rosto e sinais na sua testa que mostrava que ele sempre vivia com o rosto bravo.
O cavaleiro apertava as rédeas forte, quando puxou a rédea para o meu lado e veio trotando rápido em minha direção, na hora não entendi, até que escutei o padeiro gritando atrás de mim:
-Entra, Melissa!!
Quando olhei novamente na direção em que vinha o rebanho avistei um touro enorme correndo em minha direção, ele já estava bem próximo. Na hora não sabia o que fazer, pensei em entrar correndo para a padaria, mas travei e não tinha mais tempo.
Foi quando sentir um impacto forte, aquele cavalo entrou de vez na minha frente, me atropelando, ele tomou a frente daquele boi, levantando os cascos dianteiros, o cavaleiro gritava com o boi que logo se assustou e mudou de direção.
Outros cavaleiros que estavam trabalhando nessa comitiva, se aproximaram a galope para ajudar com o boi desgarrado.
O peão desconhecido qua acabou de salvar a minha vida se aproximou, desceu do seu cavalo e veio em minha direção, que ainda estava deitada no chão tentando assimilar os últimos acontecimentos.
-Moça, você está bem?- Ele se ajoelhou ao meu lado- Você se feriu?- Perguntava ele.
- Eu acho que não, tirando o meu coração que quer voar pela boca.- Disse eu. Tentando me levantar, ele me deu a mão e me apoiou em seus braços, nesse momento nossos olhos se encontraram, aqueles olhos castanhos, quase âmbar...
Nosso contato foi apenas por alguns segundos que pareceu uma eternidade, sentir que o tempo tinha parado, meu coração que já estava acelerado, agora com certeza sairia pela minha boca, foi tudo em câmera lenta.
Foi aí que percebi que já estava em pé e continuava abraçada a ele, logo me afastei depressa, quando ele estava montado não dava para perceber o seu tamanho, agora que ele estava na minha frente eu me sentia mais pequena do que já sou com os meus 1,60, ele é enorme, deve ter no mínimo uns 1,90. O meu ponto fraco, homens grandes.
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Atualizado até capítulo 29
Comments
Darlene Miranda
estou começando lê agora pois to lendo paixão imprevista 2 muito boa. quem quser lê leia paixão imprevista 1 pra entender a segunda
2023-08-23
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Maria Dida Zorzenon
estou amando
2023-08-19
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Professora Graça de Língua Portuguesa e Filosofia
Estou começando a ler agora. Amando!
2023-08-01
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