Acordei com o alarme do celular Helena despertando. Como eu não tinha celular, coloquei o dela para não ter risco de chegar atrasada. Quando abri os meus olhos, vi que a Helena já estava na cozinha. Me levantei, bocejando e coçando os olhos, arrastando os pés e a preguiça. aproximei-me dela que estava distraída e não viu a minha aproximação.
— Bom dia! — Eu gritei. Ela se assustou brigando de voltando com as mãos na boca
— Quer me matar de susto, garota! — Ela fala me dando um tapa na cabeça
— Acordou cedo? — Perguntei vendo a mesa de café da manhã já servida e praticamente pronta
— Ainda acostumada com o horário do orfanato — Ela disse colocando café em uma xícara e me passando
— Estranho comer em um lugar silencioso, nunca tinha acontecido comigo — Eu pensei. A hora refeições eram as mais barulhentas. Todas as crianças se agrupam no mesmo lugar. Era a receita para o caos.
— Senti a mesma coisa quando acordei. Estranhei a ausência de crianças correndo de um lado a outro. — Helena falou rindo
— Obrigada por preparar tudo. — Falei pegando uma torrada
— Coma bem. Hoje é o primeiro dia da sua nova vida. — Helena disse enquanto tomava um café preto
— O que você vai fazer hoje? — perguntei
— Procurar um emprego. Tenho metade do curso de administração feito. E sabe o que eu pensei? Eu apenas tranquei a faculdade. Tinha 2 anos para voltar. Me lembrei enquanto fazia o café da manhã. — Helena estava animada
— Eu não entendo. O que isso quer dizer? — Não fazia ideia de como funcionava a faculdade
— Vamos dizer que pedi férias do curso. Tinha um tempo para voltar sem perder a minha vaga. E não deu tempo de fechar. Vou hoje na Universidade ver como fica tudo e se posso me matricular esse semestre ainda. Se der certo. Podemos ir juntas a faculdade. — Helena disse com um sorriso enorme
— Isso é mais que perfeito. Eu não sabia que você tinha feito faculdade. Você não disse nada. — Na verdade, sabia bem pouco da Helena
— Quando entrei no convento tinha decidido abrir mão de todo meu passado, mas com o tempo a ferida se fechou e a Madre me fez raiva demais. Acabei explodindo. Então a missão ser freia teve que ser abortada, nada melhor que voltar ao plano A. Ser administradora. — Ela falou parecendo realmente empolgada com essa nova fase.
— Pelo menos, não acabou como mula sem cabeça. Tinha quase certeza que era deu destino. Errei muito. Você sempre me surpreende. — Eu disse me levantando para me arrumar para o trabalho
— Aurora, o que você vai fazer sobre seus documentos? Estão com o Philips, não?
— Sim. Vou deixar de presente de despedida. Farei novos. — Eu disse sorrindo
— Documentos são caros, sabia? Você é pobre de mais para ser orgulhosa. Não pode ficar sem documento. — Ela claramente estaca preocupada
— Ainda tenho a carteira de trabalho. Vou usar ela até juntar dinheiro para fazer os documentos. Quem sabe um trabalho extra no final se semana, algo assim. Não se preocupe — Falei entrando no banheiro
— Ele não sabe daqui? — Helena Perguntou
— Não. Iria mostrar hoje. Também não conhece o trabalho. Na verdade, ninguém sabe. Lá no orfanato também não deixei. No fim, ninguém sabe como me achar. — Falei rindo
— Sabia que você está atrasada? — Helena gritou
— Calma, estou saindo do banho já.
Coloquei uma saia vermelha, vesti a blusa de manga curta branca e um casaco jeans de lavagens clara. Queria parecer o menos possível, uma louca que foi expulsa de um orfanato depois de ter sido jogada no mar pela noiva do seu amigo que talvez — sem qualquer certeza — eles tenham dormido juntos. Espero que essa roupa, conte outra história para todos e me passe a confiança que preciso para esse dia.
Peguei uma bolsa de retalho e estava pronta. Helena já tinha entrado no banheiro. Deve ir agora pela manhã na Universidade. Anoto o endereço do trabalho num mural de aviso que compramos para deixar recado uma para outra e de lembre. Fui até a porta do banheiro.
— Eu estou saindo. O endereço do meu trabalho está no quadro de recados. Se precisar de algo, pode me procurar por lá. Boa sorte na faculdade. Espero que tudo acabe do jeitinho que você disse. — Falei indo em direção da porta.
— Boa sorte! Espero que tenha um dia maravilhoso e leve. Vou orar por você. — Helena grita saindo do banheiro toda molhada, eu só consegui ri com a cena.
— Obrigada! Até de noite.
O trabalho é até próximo de casa. Preciso caminhar uns 10-15 minutos. Pelo menos, não gasto passagem e ainda faço exercícios. Duas economias de uma vez só. Quando chego no café, ele já está aberto. Me aproximo de uma mulher que estava atendendo.
— Olá, bom dia. Me chamo Aurora. O gerente está?
— Ah! Você é a nova garçonete. Ele me disse que você viria hoje. Pediu para eu te apresentar tudo. Já que ele teve um problema familiar e não poderá chegar. Na verdade, ele não é o gerente, sim o dono. No momento, estamos sem gerente. Ele ainda está buscando alguém para vaga, como não tem, as responsabilidades estão com ele do cargo. — A atendente de cabelos pretos dizia. — Bem, então vem comigo.
Segui ela até um quarto. Na verdade, era uma espécie de sala de descansado. Tinha uma mesa redonda, com cinco cadeiras. Um sofá de um lado. Do outro café, água e micro-ondas.
— Aqui está. Vista isso. Ali é o banheiro. — Falou me apontando uma porta. — Aqui é a chave do seu armário, caso queira guardar algo. Te espero lá fora.
Entrei no banheiro, troquei de roupa. Nunca fiquei tão feliz com uma farda. Eu não teria que quebrar a cabeça com roupa. Era apenas uma saia grampiada, parecida com aquela que usava antes, só que branca dessas vez, a minha de cima era flamingo ou cereja. Até que fiquei bonitinha com a farda. Pensei me olhando no espelho. Coloco as roupas que estava e minha bolsa o armário e volto para a área do cafe.
— Você ficou linda! Adolescentes realmente ficam linda com tudo. — A moça de cabelo preto dizia. — Aliás, Me chamo Anna. Não tem muito o que explicar sobre o trabalho. Você anota os pedidos dos clientes. Não esqueça de anotar as mesas. Depois vai entregar os pedidos na cozinha. Quando tiver pronto haverá um som de um sino. Então apenas pegue cozinha e entregue na mesa certa. E é só isso.
— Então, preciso apenas pegar os pedidos e entregar eles. — Perguntei confirmando
— A meta é fazer isso sem errar os pedidos, entregar tudo na mesa certa e sem derramar. Essa é a sua missão. — Anna falou sorrindo entregando o bloquinho de pedidos.
— Então vamos começar! — Eu falei animada.
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Atualizado até capítulo 142
Comments
Cristiane Pinheiro
Será que o dono é o amigo dela
2025-03-14
3
Nil
Será que a Helena vai ser indicada para ser gerente do café ❓️Tomara pois ela tem a metade do curso de administração.
2024-05-16
4
Kelly Castro
Podia indicar o cargo para a Helena
2023-11-26
10