Cheguei no orfanato, fui tomar um banho e desci para ajudar na cozinha, como era uma das mais velhas, fiquei responsável pelas refeições. Me sentia bem. Era uma forma de retribuir tudo que me deram. Elas tentaram muito me dar amor, carinho e atenção, mas precisavam dividir com mais 30 outras crianças. Não era fácil. Aprendi muito com elas e não tenho nada a reclamar, quer dizer, só um pouco, são bem rigorosas.
Terminei o almoço, chamei todos para comer. Aqui tem que comer na hora. Tudo é bem dividido para não faltar para ninguém ou esquecer. Se você não comer na hora, talvez não coma mais. Assim que funciona. Me alimentei e fui empacotar minhas coisas.
— Quer ajuda? — A irmã Helena perguntou entrando no meu quarto
— Acabei de perceber que não muita coisa para embalar. — Eu disse rindo
— Sim, a maioria das coisas que são doações devem continuar aqui. Você vai ficar bem? — Ela perguntou
— Tenho que ficar. Aprendi muito com vocês. Vou me dar bem. — Eu falei
— Aprendeu apenas teoria. A prática sempre é diferente — me alertou
— Pior que aquele colégio que ninguém falava comigo? — Perguntou
— O mundo pode ser bem cruel. Você sempre teve o Philips na escola e a Yasmin. Não esteve sempre sozinha. Agora talvez fique. Saiba que sempre estarei aqui. — Helena falou me abraçando
— Tem certeza que não quer fugir e vir comigo? Ou ainda está atrás de um padre lindo para te transformar em mula sem cabeça? — Falei brincando
— Deixa de conversa, menina! Se a madre ouve isso. — Helena estava falando quando percebemos alguém entrando
— O quê não podia ouvir? — Ela dizia me olhando
— Que eu não queria ir embora. Vou me esconder no porão. — Menti uma freira. Serei enviada de classe A para o inferno.
— Eu coloco você para fora amarrada. Me deixe ter um pouco de paz antes da minha aposentadoria. Você ainda vai me enlouquecer com as suas pegadinhas e fugas — Ela diz fazendo caretaa.
— Eu sei. Você vai sentir muito a mjnha falta. — Falei rindo e ela saiu
— Tenho que ajudar o padre na paróquia. Até amanhã. Boa noite — Helena disse.
— Boa noite! — Falei sorrindo
Eu sei que pode ser rigoroso, restritivo e com menos amor que uma família normal, mas sentirei muita falta daqui. Na verdade, morar no porão não seria uma péssima ideia. Pelo menos, economizaria aluguei e poderia viver de miojo e pipoca.
OMG! Olha hora. Preciso me arrumar rápido. Pior que não sei nem para onde ele quer ir comemorar. Vou vestir qualquer coisa. Não tenho nada muito arrumado de qualquer forma.
Pelo menos de short fica mais fácil para pular da janela para árvore e descer. Então, vamos nessa. Espero não ser pega. Não quero ser expulsa dias antes de ser expulsa. Assim acabaria com o charme. Pensei rindo.
Quando cheguei na esquina, ele na estava lá. Sempre marcavamos aqui. Ele sempre me pegou e me deixou aqui. Se der bobeira nem sabe onde é o orfanato.
— Boa noite. Tá gata. — Ele falou sorrindo
— Boa noite, sem futuro. Para onde vamos? — Falei rindo
— Para um restaurante 5 estrelas, sua sem coração. — Ele disse e eu me assustei
— Tá me zoando, né? Como vou com essa roupa? — Falei irritada
— Acalma aí. Tô brincando, mas ia adorar ver a cara de todos te olhando entrando assim.— Ele falou rindo.
— Claro. claro. Um milionário levou a puta dele para jantar. Era o que estariam pensando — Falei irritada
— Que mal humor para quem passou em 1° lugar no curso. Eu vou levar a gente para o barco. Podemos comemorar de boa lá, rabugenta. — falou estirando a língua para mim.
— Fácil falar. Difícil você entender que as mulheres são julgadas todo tempo. Andar com você é subir em um palanque — Eu disse completamente irritada
— Pega, toma isso. — Falou me passando uma garrafa de bebida.
— O quê é isso? — Eu perguntei
— Felicidade engarrafada. Tenta — Ele falou e acelerou o carro.
— A sua felicidade é um pouco amarga — Eu falei rindo.
— Seu paladar que não consegue lidar com algo tão saboroso — Ele brincou enquanto estacionada
— Pensei que aqui era seu motel aquático — Falei olhando para ele. Ele sempre levava as meninas que saia para um navio ou um apartamento dele.
— Não, nenhuma delas pisou nesse. — Ele respondeu parecendo chateado
— Me ajuda a subir? — Eu pedi a ele.
— Ser baixinha não é fácil, né? — Ele disse rindo.
— Tá muito palhaço hoje. — Subi empurrando ele e passando
— Quando ódio num corpo tão pequeno. Cuidado que pode explodir — Ele disse rindo
— Só seremos nós dois? Não chamou os seus amigos? E a sua família? — Eu pensava que tinha mais gente
— Não, queria comemorar só com você? Não pode? — Ele falou chateado
— Pode. Só perguntei. Achei que seria uma festa.
— E será! Mas só seremos eu e você. — Ele disse e ligou o som, me passou uma felicidade amarga engarrafada
Não demorou muitas garrafas para entender porque ela era felicidade engarrafada. Eu já estava rindo a toa, dançando com ele colado em mim e o barco moveu-se. A capacidade de equilíbrio nossa estava certamente comprometida, ambos caímos, como um dominó, um por cima do outro. Eu olhei para ele que estava em cima de mim, comecei a ri, ele acabou rindo também. No meio das gargalhadas os nos olhos encontraram-se e ele me beijou, minha mente ficou um completo branco.
— PHILIPS ! — Um grito fino desconhecido
Abro meus olhos, com dificuldade de me acostumar com a luz, estava muito confusa. Olho para um lado e outro tentando entender o que estava acontecendo.
— Veste isso — Philips me passa a sua camisa, eu olho para ele tentando entender, ele parece que percebeu se aproxima de mim e sussurra no meu ouvido — Você está nua.
Visto a camisa bem rápido. Olho novamente para a mulher que gritava. Começo a reconhecer. É a sua mãe. Aí meu Deus. Já é dia. Eu me levanto desesperada, ele puxa-me para perto dele. Eu tava mostrando tudo e ele cobriu
— O quê você está fazendo com essa vadia sem pais? — A mãe dele falou e eu sentia a minha cabeça girando
— Eu gosto dela. — Ele falou e eu me assustei
— VOCÊ É NOIVO. ESSA DAI NÃO TEVE PAIS PARA ENSINAR HONRA E RESPEITO? OU VOCÊ USOU ELA PARA SUA DESPEDIDA DE SOLTEIRO? — A mãe dele gritava
Uma moça passa empurrando todos os seguranças que estavam com a mãe dele, passa por ela se aproxima de mim e bate na minha cara.
— SAIA! NÃO QUERO VOCÊ PERTO DO MEU NOIVO, SUA BISCATE DA RALÉ. PELO MENOS ELE NÃO PRECISOU GASTAR DINHEIRO, PEGOU ALGUÉM TOTALMENTE DE GRAÇA — sua noiva gritava
Peguei meu short que estava no chão, estava tentando sair, ele me seguro com força.
— Aurora, não é assim, acredita em mim.— ele falou me segurando pela cintura
— Você é noivo? — perguntei encarando ele
— SIM, mas — interrompi ele
— Me solte! Independe da história dramática que tiver envolvida, você não me contou. Não me importo com elas, mas se você não me contou, não merece minha confiava, agora me largue. — Falei soltando a mão dele
Quando estava passando, a noiva babaca me empurra na água e começa a filmar com o celular.
— Para aprender a nunca mais dormir com o marido dos outros — Ela disse rindo
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Atualizado até capítulo 142
Comments
Selma Bezerra da Silva
nossa que situação amigo assim não precisamos de inimigo coitada
2025-04-27
1
Cristiane Pinheiro
Nossa ele não teve coragem de falar pra ela que estava gostando dela e também nem comentou que era noivo, com medo de afastar ela. Mas não foi certo o que ele fez aproveitar que ela estava bêbada e se aproveitar e agora será que ela vai ficar grávida
2025-03-14
1
Jackmos
Ingênua
2025-03-17
0