A Virgem E O CEO Mafioso

A Virgem E O CEO Mafioso

O que parecia ser um dia comum.

"Não esperem um mafioso bonzinho... pelo menos, não no início."

(Luíze)

Acordo cedo, como de costume. Faço minha higiene matinal e sigo para a cozinha para preparar o café da manhã. A rotina me mantém firme — talvez porque, desde que meu pai morreu, restamos apenas eu e minha mãe neste mundo.

Luíze

— Bom dia, mãe. Dormiu bem?

Mãe

— Bom dia, filha. Dormi sim, graças a Deus.

Luíze

Minha mãe está muito doente. O câncer a tem consumido dia após dia, e a cada novo amanhecer, o medo de perdê-la me aperta o peito. Ela é tudo o que eu tenho... meu porto seguro, minha força, minha razão. Ainda assim, carrego uma fé inabalável de que ela vai vencer essa doença maldita.

— Mãe, já estou indo. Se precisar de qualquer coisa, é só me ligar, tá? Venho correndo.

Beijo a cabeça dela com carinho e sigo para o trabalho com o coração apertado, mas determinada.

Faz quase um mês que comecei nesse emprego. Sou garçonete em um restaurante sofisticado, frequentado pela alta sociedade — homens e mulheres poderosos, elegantes, com olhares frios e bolsos cheios. Um mundo completamente distante do meu.

Terminei o ensino médio com esforço, e sempre sonhei em cursar faculdade de Moda. Mas os planos mudaram. A doença da minha mãe virou minha prioridade. Precisei colocar os sonhos na gaveta e encarar a realidade: trabalhar duro para manter a casa, pagar os remédios e cuidar da mulher mais importante da minha vida.

Os medicamentos que ela toma são caríssimos. Às vezes me pergunto como conseguimos chegar até aqui, mas não reclamo. Trabalho sem parar, sem pensar duas vezes. Porque cuidar dela... é cuidar do meu maior tesouro.

Chego no restaurante pouco antes do horário. Gosto de caminhar devagar até lá, aproveitando o silêncio da manhã antes que o caos da cidade desperte por completo. O ar ainda tem aquele frescor leve, e as ruas parecem menos pesadas nesse horário.

Assim que entro pela porta dos fundos, cumprimento os colegas de trabalho com um aceno discreto. Não sou de fazer amizade com facilidade. Não por antipatia, mas porque aprendi a guardar meu mundo só para mim.

Vou direto ao vestiário, coloco meu uniforme e prendo o cabelo em um coque firme. Me olho rapidamente no espelho: olheiras discretas, pele limpa, olhar cansado, mas resistente. Respiro fundo.

Mais um dia.

Já no salão, ajeito as mesas com atenção. Toalhas perfeitamente alinhadas, talheres no lugar, copos sem nenhuma marca. Aprendi rápido a importância dos detalhes ali dentro. Tudo precisa ser impecável. O luxo não permite falhas.

Clara aparece ao meu lado, segurando um bloco de anotações.

— Bom dia, Lu — diz ela com um sorriso suave.

— Bom dia, Clara. Tudo certo?

— Tudo sim... só cansada. Parece que os dias estão mais longos ultimamente.

— Ou a gente que está mais esgotada — respondo, tentando sorrir.

Gosto da Clara. Ela é uma das únicas que não me olha de cima, que entende o que é ter que lutar por algo além de si mesma. Conversamos um pouco, mas o pouco é sincero.

As horas passam devagar, mas intensas. Sirvo mesas, anoto pedidos, limpo taças, peço licença a quem nunca responde. Alguns clientes mal levantam os olhos para mim, como se eu fosse parte da mobília. Outros exageram na arrogância, mas sorrio do mesmo jeito. Engolir o orgulho se tornou um hábito. E meu motivo é maior do que qualquer desdém.

Quando dá meio-dia, a movimentação aumenta. Os pedidos se acumulam, os passos se apressam, e o calor da cozinha invade o salão. A elegância do lugar engana. Por trás de cada detalhe refinado, existe suor, correria e pressão.

Durante a breve pausa para o almoço, sento no canto mais afastado da copa, como sempre. Abro minha pequena marmita: arroz, feijão, um pedaço de frango grelhado e salada. Simples, mas feito com amor. Fui eu quem me preparei, antes de sair de casa, enquanto minha mãe ainda dormia.

Pego o celular e envio uma mensagem rápida.

Luíze:

Mãe, tomou os remédios? Já almoçou? Qualquer coisa me chama, tá bom? Te amo.

Espero a resposta enquanto mastigo lentamente, mas ela não vem de imediato. Guardo o celular de volta no bolso com um leve aperto no peito. Tento não imaginar mil coisas. Tento respirar fundo e confiar que está tudo bem.

Volto ao trabalho pouco depois, limpando uma taça com cuidado extremo. Minha mente, porém, está longe. Está em casa. Está com ela.

E assim os dias passam. Um após o outro, como capítulos de um livro escrito às pressas. Meu mundo é pequeno, mas carregado de responsabilidade. A vida me pediu coragem cedo demais… e tudo o que posso fazer é continuar.

Continuar por ela.

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Comments

Rosangela Lelis Pedro

Rosangela Lelis Pedro

Começando a ler esse livro e sempre obsrvo a quantidade de curtidas esse é o livro de maior curtidas que já li...deve ser muito bom.09/04/2025

2025-04-10

23

MMA

MMA

Estou começando ler esse livro agora e também olho sempre as curtidas os presentes votos e favoritados esse é o que mais todas deve ser maravilhoso 💐💐💐💐💐♥️

2025-05-10

1

Conceição Freire

Conceição Freire

primeiro capítulo, nota 10
bem contado ,em algumas histórias eu enjoo a contagem dos personagens, dar enjoo, esse eu gostei, parabéns autora

2025-05-02

0

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