Depois que acalmei os nervos e soltei o abajur, o delinquente que assassinou o entregador de iogurtes e depois invadiu o meu quarto baixava os braços enquanto puxava a minha cadeira da mesa de computador. Ai, ele era uó e ainda usava um perfume horrível.
— Você tá mais calma? — Você pode me fazer a pergunta que quiser, só peço que confie em mim.
Confiar? Ele disse isso mesmo? Como confiar em uma pessoa que cometeu um crime? O que se passa na cabeça dele pra me pedir isso?
— Não te conheço, jamais irei confiar em você. — O que você estava fazendo na casa do entregador, e por que você o matou?
O delinquente se levantou e caminhou até a janela, se apoiou no acento de plantas, olhou em direção à janela do apartamento 507 e começou a falar.
"O Jeremy estava envolvido e ele tinha um acordo comigo, eu estava prestes a descobri nomes, nomes que seriam capazes de fazer eu chegar perto de quem matou o meu pai. Mas, assim que eu cheguei ao quarto para pagar a primeira parte do nosso acordo, ele disse que sentia muito e não poderia falhar com o chefe dele, pegou uma arma embaixo do travesseiro e atirou na sua própria cabeça." — Ele concluiu enquanto retirava o celular do bolso e apontava em minha direção. — Você pode checar as filmagens.
Eu olhei o vídeo, realmente o que eu ele disse tinha fundamento, mas não era suficiente para que eu acreditasse nele.
— Você precisa enviar esse vídeo agora ao detetive Steve. — Aconselhei.
— Não, não precisa disso. O detetive já abriu um inquérito e tá trabalhando nisso, ele vai saber o que fazer, acredite em mim, Lana.
Assim que ele disse meu nome achei estranho, eu estava tão preocupada em tentar entender como ele entrou em meu quarto do que como ele saberia meu nome.
Entrelacei meus dedos entre meus cabelos ainda sem compreender muito, fechei os olhos e me joguei na cama.
— Se você me matar saiba que eu volto para acabar com sua vida. — Avisei enquanto permanecia de olhos fechados na cama.
— Rsrsrs. O delinquente riu de forma irônica.
— Do que você tá rindo? Contei alguma piada.
— Olhe pra isso. Uma pessoa com um quarto completamente rosa com branco, que cuida de plantinhas na janela, ameaça alguém com um abajur e dorme abraçados com ursinhos, você acha que ela seria capaz de matar alguém?
O delinquente me ironizou, mas até que ele estava certo na perspectiva dele, mas nunca seria bom duvidar.
Eu me levantei novamente. — Qual seu nome? Por que você não me diz o seu nome? Quero checar suas redes sociais. — falei.
— Redes sociais são superficiais. As pessoas costumam vender o que elas não são, é tudo tão tediante, eu gosto de ser livre, gosto da minha realidade. Mas prazer, me chamo Michael, Michael Junior. — Ele se apresentou e logo me deu a mão.
Deixei a mão dele no vácuo enquanto revirava meus olhos. — Não precisava palestrar. Falei enquanto dava as costas a ele. — Até que seu nome não é tão horrível, não quanto suas roupas, suas letras e seu perfume.
Caminhei até a porta do meu quarto, abri a porta e pedi para ele se retirar.
Ele se recusou a sair.
— Você poderia me alugar seu quarto só por alguns dias, prometo que lhe pago adiantado, preciso somente de 8 dias.
— NÃO! gritei sem pena. — Se quer alugar um quarto, que você vá para um hotel. — Completei.
— 2 mil dólares por 8 dias, te envio o dinheiro nesse exato momento. — Ele insistiu.
Meus olhos se arregalaram quando escutei dizer DOIS MIL. Nem o Cibercafé me pagava 2 mil reais, como um mero desconhecido, que se veste mal e tem um perfume horrível iria me pagar 2 mil por 8 dias?
O espírito de curiosa herdado da minha avó sempre esteve presente em mim. Então resolvi pedir para checar a conta dele.
— Mostre que tem o dinheiro, então posso lhe dar a resposta. — falei.
Michael pediu emprestado o meu notebook para acessar a conta do banco. Eu me mantive parada ao lado para certificar se era realmente isso mesmo que ele iria fazer.
— O que é? É antiético olhar as pessoas digitando informações pessoais. Ele me disse enquanto olhava em meus olhos, somente naquele momento pude notar seus olhos azuis escuro, na verdade eu pude perceber melhor seus traços. Ele tinha um rosto bonito.
Assim que logou na conta do banco ele pediu o número da minha conta, em seguida deixou o saldo visível na telava para que eu pudesse ver.
Hm... Fiquei surpresa com a quantidade de zeros. 80 mil dólares, ele realmente tinha dinheiro.
— Qual sua profissão? Você relativamente deve ganhar bem. Perguntei.
— Sou hacker, mas atualmente eu trabalho fazendo investigação sobre o meu pai, ele deixou dinheiro o suficiente para mim, então posso ficar um bom tempo sem trabalho.
Dois mil dólares seria 10.4 mil reais convertidos. Talvez aquele fosse um bom negócio, poderia ajudar a mamãe e a vovó com as contas atrasadas.
— 55953 - 3 Número da minha conta. — Apenas 8 dias e depois disso quero que você suma da minha vida. — falei a ele.
— Transferido. — Obrigado por me deixar ficar.
Realmente a transferência caiu na minha conta. Olhei novamente o jeito bagunçado daquele rapaz. — Quem é você, Michael? Criei uma incógnita na minha cabeça e esperei que nesses 8 dias eu pudesse desvendá-la.
O delinquente se levantou, ergueu as mãos pra cima como forma de se exercitar. — Então vou buscar minhas coisas. — Avisou.
Assim que ele se retirou do meu aposento, peguei meu celular para falar com a Lily. Contei a ela que na faculdade eu iria contar um segredo, ela ficou surpresa e ansiosa.
Aproveitei também para ir ao Instagram procurar e estalkear o delinquente.
Mas, tantos Michael Junior que apareceu, nenhum era ele. Mas deixei isso de lado, certamente, com o passar dos dias eu iria saber mais sobre ele, eu insistirei até saber de tudo.
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Atualizado até capítulo 24
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