Depois de ter passado mal eu acordei no quarto de acomodação do café, especialmente para esse tipo de eventos. Eu tinha desmaiado, o bilhete me causou um impacto muito grande e a Lily era preocupada comigo sem saber do que se. Lily era a minha amiga há um ano, a gente sempre falava de tudo, seria conveniente falar com ela sobre? Eu questionava um todo o tempo.
O caminhar da Lily para lá e para cá também mostrava alguém aflita.
Eu me sentia bem melhor, não podia deixá-la atender sozinha, me levantei da cama e fui até os balcões do café.
— Eu estou melhor, só tenho que fazer uma pergunta. — Falei para Lily enquanto amarrava o meu avental na cintura.
Lily me olhou de cima a baixo. — UAU, sua cara tá péssima. — Falou.
Claro que a minha cara estava péssima. Pouco tempo sem dormir, cansado e ainda assustado, será que alguém teria um semblante melhor para apresentar? Eu apostoia que não.
— Lily, quem entregou o bilhete? — Perguntei temendo a resposta.
— Bom, era um moço alto, bonito, porém não tão vaidoso. Ele tinha uma tatuagem no pescoço com como siglas V.K.M.
Fiz cara de desentendida, apesar de ter realmente não entendido nada. Única coisa que eu sabia era que havia um assassino naquela sacada e ele me viu e ainda teve a ousadia de enviar o mim um bilhete com essa letra ridícula?
V.K.M. Quem com um pingo de sanidade mental tatuaria essas siglas no pescoço? E o que significava essas siglas? Eu queria saber, eu precisava saber. Eu não estava tão prestativo nos serviços, parei 2 minutos para fazer uma busca no google, mas nenhuma reposta foi encontrada.
E foi então que lembrei das câmeras de segurança. Liguei pra Isabella para ela assumir meu lugar enquanto checava as imagens, Isabella era uma garçonete substituta que morava em cima do cibercafé. Fui ao escritório às pressas tentar tirar essa história a limpo, com a descrição das imagens + a pessoa que eu vi, assim eu poderia levar à delegacia e acionar o detetive Steve. Toda linha de tempo da câmera de segurança era ativa, a Lily falou que o homem chegou logo depois dela, mas, olhando nas imagens, ele não apareceu. O que eu notei também foi que os números 07:34:56 até 07:35:22 foram removidos das imagens, foi um salto de tempo.
Quanto mais eu tentar investigar o ocorrido, mais estranho ficava. Como seria possível isso? Como imagens sumir assim do nada? Voltei novamente ao café, os garotos da faculdade de muitas vezes estavam por lá para acessar a internet, talvez possa me explicar algo que eu precisava para entender. Já de longe vi o Hudson, ele era estranho e claro que iria achar que estava dando em cima dele. O que uma garota brasileira estudante de idiomas iria querer saber acerca de câmeras de segurança própria do serviço? valendo lembrar em quantas vezes tive que inventar uma desculpa para ele quando resolver me dar uma cantada e me convidar para sair.
Coloquei um sorriso no rosto, fiz o melhor café do lugar e desfilei até a mesa do meliante. Talvez assim possa conseguir algum tipo de ajuda.
— Está tão concentrado nesse seu laptop, achei que precisasse de um café quente e fresco enquanto descansasse como suas vistas. — falei enquan colocava a xicara de café na mesa. Hudson Riu.
— Se para sobre a banda-larga, já foi debitado no meu saldo, pode até conferir. — Se explicou.
Aff, ele insiste em jogar na minha cara o meu equívoco do primeiro mês no café. Os costumamos cobrar o acesso à internet dos garotos da faculdade, mas no dia eu equivocadamente cobrei duas vezes ele, estavam aprendendo como funcionava.
Puxei a cadeira ficando de frente para ele, elogiei aquele velho casaco de sempre que ele vestia, cinza com vermelho, número 79 estampado no peito, se ele fosse da turma de esporte eu diria que era o capitão de algum tempo, especificamente basquete, ele tinha perfil de jogador de cesta.
— Não, hoje é pela minha conta. — Falei enquanto piscava para ele. Mas, gostaria de fazer uma pergunta. Pode me ajudar? — Perguntei.
— Claro, ao seu dispor. Porém você precisa reorganizar a sua agenda e marcar um dia esses para a gente sair. — Ele falou.
Que inconveniente e cheio de intenções, aff. Revirei os olhos, porém rindo, assim não ficava tão antipático. Hudson tinha todo o perfil de garoto que eu gostava: Alto, magro, olhos claros e mulato, tinha todo o calor do Brasil, se vestia perfeitamente bem e alternativo, mas parecia mulherengo, então eu já me retirava de campo.
Mas sem delongas e partir para o que interessava, pulei o flerte e fui para a parte em que precisava.
— É possível mexer alguém nas imagens de uma câmera de vigilância sem ter acesso ao escritório? — Perguntei de forma direta para evitar perguntas.
— Depende. A câmera tá conectada em alguma rede wifi? ele me perguntou.
Eu falei que sim, todas as câmeras e eletrodomésticos, com exceção à geladeira era conectada com a rede wifi.
— Então sim, o indivíduo sim excluir ou mexer em todas as configurações e armazenamento de segurança.
"Cretino"
— Eu? Hudson perguntou.
— Não, não. Só pensei em voz alta, me desculpa. Te devo um sorvete na próxima semana. — Avisei. Sai da cadeira e fui falar com a Lily.
Ignorei todo o serviço que a Lily estava fazendo para perguntar se o cretino teve acesso à rede wifi.
— Lily, a pessoa que ele entregou o bilhete pediu a senha do roteador ou algo do tipo? — Perguntei.
— Ainda sobre isso? Lily Retruca. Não, ele disse que estava sem dinheiro em espécie e o celular estava sem carga, então usou o meu celular para entrar na conta do banco e fazer uma transferência. Mas eu chequei o saldo, o pagamento chegou corretamente assim que ele devolveu meu telefone. Mas por quê? — Lily me pergunta.
Se houve uma transferência, então poderia haver um nome. Foi o que eu pensei. Quem sabe assim eu não poderia tentar descobrir de quem se trata. Porém, checando o extrato do dia aparecia apenas o valor destinado, mas não o remetente. Todo aquele assunto estava me dando dor de cabeça, eu estava estava cansado de pontas soltas e sem resolução. Se eu fosse um detetive, certamente eu estava perdido nisso.
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Atualizado até capítulo 24
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