Capitulo III

Quando Luna sai, Adam se levanta rapidamente e vai atrás dela:

— Espere senhorita Luna, por que não deseja que publiquemos com seu verdadeiro nome?

Luna para, e olha para trás, séria:

— Porque, se vocês cometeram um engano ao me contratarem e o livro for um fracasso, não estará ligado a meu verdadeiro nome.

— Você não acredita que vá ser um sucesso? — diz Marcelo, vendo a insegurança dela.

— Sinceramente não. — diz Luna incrédula.

— Por quê?

— Porque não tem um estilo de escrita bonito, como nos livros que leio, e nem fala sobre nenhuma síndrome de Estocolmo, e nem o protagonista é um sociopata, pois não acredito nesses estilos de história, mesmo sendo as que fazem mais sucesso. — diz Luna friamente.

— Mas é isso que te difere dos outros, como disse li todos seus livros, e nenhum deles é igual ao outro em nada, são histórias totalmente diferentes umas das outras. — diz Adam, seguro do que estava dizendo.

— Tenho certeza que vocês se enganaram. Mas preciso pagar minhas contas e isso irá me ajudar.

— Mas, e se não nos enganamos, e for um sucesso, também não estará ligado a você. — diz Adam.

— Não importa. Pelo menos terei minha vida particular preservada.

— Seu livro é bom, com certeza será um sucesso, e até um best-seller.

Luna ri ironicamente e responde:

— Parei de sonhar, sabe já sonhei quando era criança em ser uma escritora, sonhei em encontrar um amor verdadeiro, sonhei com muitas coisas, mas hoje só quero conseguir pagar minhas contas. Escrever é só uma terapia para mim, agora.

— Amor Verdadeiro, você não acredita que possa, encontrá-lo? — pergunta Adam, curioso, e com um aperto no coração.

— Parei de acreditar, em fantasia, não perco mais tempo sonhando, príncipe encantado não existe, o que existe no lugar são os sapos, e a vida não é tão colorida, está mais para um filme preto e branco monótono. — diz Luna sem se abalar.

— Mas você escrever sobre amor de forma tão poética, não parece que deixou de acreditar

— Mas deixei, acreditei tantas vezes que havia encontrado o amor, o tal do príncipe encantado ou alma gêmea, como alguns dizem, e eram só miragens, que se desvaneceram a primeira brisa. — diz Luna de forma amarga.

— Bom, está no horário do almoço, posso te levar para almoçar? Assim conversamos um pouco mais.

— Senhor Adam, já disse que tenho outro compromisso. — diz Luna séria, querendo se livrar dele.

Na verdade, não tinha, mas queria evitar aquele rapaz a todo custo, pois era muito atraente, e tinha medo de se apaixonar e acabar por ser outra miragem e sair ferida novamente, estava cansada de se magoar, queria ser uma pessoa que não sente mais a dor de se apaixonar, e durante oito anos estava conseguindo, não queria estragar tudo. Se descobrisse sua verdadeira identidade, provavelmente não ia querer ficar ao lado de uma pessoa sem sal como era.

Cristina era garçonete à noite, em um restaurante, algumas vezes fazia bico em festas como chapeira, cozinheira, bartender, quando não trabalhava em casas de família como babá, cuidadora de idoso, faxineira, às vezes até se arriscava a cantar em casamentos, era uma faz tudo, inclusive um de seus patrões lhe deixava com a chave do apartamento, para que cuidasse da limpeza geral deste, a ordem era a uma vez por semana, passar e dar uma geral, ou quando ele vinha visitar a ilha, ligava uns dias antes, para que, colocasse o apartamento em ordem, aquele dia, estava de folga, por isso que aceitou ir à reunião, agora queria só ir buscar seu filho na confeitaria onde sua amiga trabalhava:

— Então deixe que te dê uma carona, para seu compromisso. — insiste Adam, querendo ficar, mais um pouco na companhia de Luna.

— Não precisa se incomodar, vou chamar um táxi.

— Oras, não é incomodo, será um prazer poder esticar, mais um tempo com a minha escritora favorita. — diz Adam comum lindo sorriso.

Ela respira fundo e responde:

— Tudo bem! Você é bem insistente, mas é só uma carona, não crie esperanças, por causa disse. — diz Luna friamente.

— Ok, fico feliz que tenha aceitado. Onde é seu compromisso? — diz Adam animado.

Na Confeitaria Melody.

— Tudo bem, é minha confeitaria favorita, posso aproveitar e comprar um Canolli.

Neste momento o elevador chegou, eles desceram em silêncio para a garagem. Se dirigiram até o carro de Adam, que era um Lamborghini Gallardo vermelho, este abriu a porta do carro, Luna entrou, e ele entrou em seguida:

— Achei lindo seu carro.

— Foi um prêmio da companhia, no ano passado, por um dos autores que introduzi na empresa ter virado um best-seller, e ter dado um alto nível de lucratividade em apenas 6 meses, este publicou pelo menos oito livros que foram sucesso de vendas.

— Ah… Senhor não precisa me acompanhar até dentro, da confeitaria, apesar de você ter dito que quer aproveitar a oportunidade para comprar um doce, sei que só quer aproveitar para ficar mais um tempo comigo, e isso não é conveniente.

— Me deixe te pagar pelo menos um doce. — diz ele, sorrindo.

— Penso que não seria uma boa ideia…

— Você está com medo de quê? Seremos companheiros de trabalho… e eu não mordo.

— Não sei…

— Por favor, não custará nada a você ficar mais algum tempo comigo, e me acompanhar a comer um doce.

— Está bem, um doce. — diz Luna um pouco relutante.

Ao chegarem na confeitaria, estacionam o carro ali próximo, e vão direto à confeitaria, ao se sentarem na mesa, Luciana vai atendê-los com um sorriso malicioso para Luna:

— Bom dia senhores, sejam bem vindos à doceria Melody, aqui está o cardápio. — Diz Luciana, fingindo não conhecer Luna.

— Bom dia, nos dê um minuto para podermos escolher. — diz Adam educadamente.

Luciana se afasta momentaneamente:

— Ouvi dizer que o Tiramisu daqui é uma delícia — Diz Luna sobre seu doce favorito.

— Então peçamos um tiramisu, isso é se você quiser?  E um canolli para mim, o que acha?

— É uma boa pedida, pois amo tiramisu.

— E o que você gostaria de beber?

— Acho que vou de suco de abacaxi com hortelã.

— Senhorita. — diz Adam, fazendo sinal, para que Luciana se aproxime

— Já escolheram senhores?

— A senhorita quer um tiramisu, e um suco de abacaxi com hortelã, eu vou de canolli e uma coca zero.

— Ok senhores trarei em seguida.

Dois minutos depois, Luciana voltou com o pedido, neste momento Luna reparou atrás do balcão, quando viu Jean, e pensou:

“Só mais um pouquinho bebê, mamãe já vem te pegar, daqui a pouco este senhor irá embora e poderei voltar a minha vida”

— Senhorita Luna está tudo bem? O suco está de seu agrado. — pergunta Adam, reparando que ela parecia distante.

— Claro — responde Luna voltando de seus pensamentos.

— É que, te vi tão distraída.

— É que a pessoa com quem vim me encontrar, ainda não chegou. — mentiu.

— Talvez a pessoa tenha se atrasado.

— Vou terminar meu doce, e terei de ligar, para ele — diz Luna, olhando discretamente para Luciana, que entendeu, o que estava ocorrendo, foi ao banheiro e ligou para Cristina.

Adam fica enciumado, mas tenta não demonstrar:

“Ele!?, quem seria. “ELE”? Será que, é algum namorado? Ou talvez até o esposo de Luna, ela realmente era muito bonita e provavelmente era casada” — pensou, por um momento, desanimado e sem coragem de perguntar.

Nesse momento o telefone toca:

— Alô… tudo bem… Já estou indo… — diz Luna — Tenho de ir, obrigado pelo doce.

Luna nem deixa Adam responder e vai embora, pegando um táxi que estava passando. Adam ficou pensando:

“Caramba! Só queria conhecê-la melhor, mas daqui a dois dias ela retornará à editora, então tentarei me aproximar de novo, não irei desistir, agora que já te conheço pessoalmente, a tempos que sonhava com isso, fui eu que te ajudei, mostrando seus livros aos diretores e dizendo do seu sucesso no aplicativo, te ajudei, pois queria muito conhecê-la e agora você nem me dá uma chance…”

Cristina para o táxi a uns dois quarteirões dali, onde trabalhava na parte da noite, foi até o banheiro e se trocou, pois sempre tinha uma muda de emergência, no armário do restaurante, quando estava saindo deu de cara com seu patrão:

— Cristina, hoje é seu dia de folga, o que faz aqui?

— Só vim ao banheiro, será que, podia deixar umas coisas em meu armário, amanhã venho pego sem falta.

— Tudo bem.

Ela deixa as coisas de Luna, em uma bolsa no seu armário, pois se encontrasse com Adam, não queria que, acabasse vendo acidentalmente. Então se dirige a confeitaria que não era muito longe dali. Adam se encontrava sentado, conversando ao telefone, nem reparou nela por alívio:

— Boa Tarde, Maria! Vim buscar o Jean. — então ela se dirige a Jean, vamos embora filho.

— Ah! Mamãe não posso ficar mais um pouco? Eu ia comer um pedaço de bolo que a tia Maria está preparando.

Maria é a dona e doceira, da confeitaria, tem em torno dos seus 50 anos, e apaixonada pelo pequeno Jean, o tem como a um neto, e sempre mima ele:

— Deixe-o ficar mais um pouco, você quase não o traz aqui. — Diz Maria docemente.

— Claro, vocês estragam o apetite dele. — diz Cristina em tom de brincadeira. Então pega Jean pela mão:

— Vamos você vai almoçar, e tem lição de casa para fazer, a tia Luciana vai levar o bolo para você comer mais tarde.

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