Depois de passar mais de uma hora ouvindo palavras sem sentido da Srta. Diana, ela finalmente liberou o grupo e felizmente o próximo encontro será só na semana que vem. Já passa das 4 e estou morrendo de fome, afinal almocei a mais de 3 horas atrás. Ando pelas ruas do centro até encontrar uma cafeteria.
Entro e logo o delicioso cheiro de café entra pelas minhas narinas. O estabelecimento está cheio e quase não há mesas para sentar. Enquanto espero na fila, checo minhas mensagens no celular. Como sempre, não tem muitas, já que não sou muito popular, só alguns colegas que são simpáticos comigo, mas nada que eu possa chamar de amigo.
A fila anda aos poucos e quando chega minha vez peço um capuccino grande e mini donuts recheados de chocolate para acompanhar. Sei que parece muito, mas com menos que isso eu continuaria com fome.
Pago e aguardo meu pedido na lateral do extenso balcão. O atendente vai chamando nome por nome e eu mantenho meu olhar no celular.
— Wesley? – levanto meu olhar do celular quando o atendente chama esse nome.
Olho para o garoto que vai buscar o pedido, é o mesmo garoto grosseiro do grupo de apoio. Agora ele está sem capuz, então consigo analisá-lo melhor.
Tenho que admitir que ele é atraente, mas perde um pouco disso por ser tão rude. Mesmo assim, consigo imagina-lo sem todas essas roupas, com seus braços envolta da minha cintura enquanto beijo seus lábios macios. Tento afastar meus pensamentos de viciada, mas é praticamente impossível, esse vício me controla, faz parte de mim.
Estou tão desatenta que mal percebo quando o atendente grita meu nome, provavelmente me chamou várias vezes. Retiro meu pedido e busco um ligar para sentar, porém todas as mesas estão ocupadas. Resolvo sair e comer no caminho, mas uma chuva forte está caindo. Se sair com o tempo assim ficarei completamente ensopada. Não tenho outra escolha a não ser esperar em pé ou dividir a mesa com alguém.
Percebo que Wesley está sentado sozinho em um dos cantos, então decido ir até lá. Ele está com um exemplar de O Drácula nas mãos e mantém o olhar no livro.
— Ahn.. será que eu posso me sentar aqui? – peço e por um instante ele tira seu olhar do livro para concordar e noto que ele tem lindos olhos verdes.
Me sento na cadeira a sua frente e coloco meus donuts e o café em cima da mesa, abro minha bolsa e retiro meu tablet de lá.
Entro no meu aplicativo de livros online e decido ler minhas partes favoritas de Deus dos desejos, um dos meus livros favoritos. Levanto meu olhar por um segundo e percebo que ele está me olhando.
— Algum problema? – pergunto.
— Nada demais, grossa.
— Grossa, eu? — dei uma risada sarcástica. – Diz o cara que fez a psicóloga ficar sem o que dizer para não te responder por ser tão grosso.
— Ela mereceu. Quem ela pensa que é tentando fazer um bando de viciados serem legais com ela logo na primeira reunião de grupo?
Tenho que concordar com ele, não era a minha primeira reunião com aquele grupo mas era a primeira de muitos ali, inclusive de Wesley.
— Aliás, não preciso ser gentil com ninguém, eu sou rico, se esse grupo não der certo ou eu for expulso meu pai talvez pague um terapeuta particular. – completou.
— Dinheiro nem sempre leva seus problemas embora.
— Sim, ele sempre leva.
— O dinheiro até agora não levou seu vício. – rebato. Ele parece não ligar e volta a se concentrar no livro e eu volto o olhar para o aparelho em minhas mãos, porém o garoto incrivelmente sexy em frente que está a minha frente não permite que eu me concentre.
Meu celular vibra em meu bolso, pego e vejo o nome do meu irmão na tela.
— Harry. – atendo.
— Hey Amy, já saiu da terapia em grupo? – a voz do meu irmão mais velho soa do outro lado da linha.
— Já sai sim, estou em uma cafeteria que fica aqui no centro.
— Quando vem pra casa?
— Hm... Na verdade eu ia pedir pra você me buscar, está caindo uma chuva forte. Tem como você vim?
— Oh, eu posso, só daqui meia hora. Ainda não terminei minha aula. – Harry estuda em uma escola virtual e leva os estudos muito as sério.
— Acho que posso esperar.
— Tudo bem, qualquer coisa me liga. – Harry encerra a chamada.
Dou uma longa golada no meu café e como um dos meus mini donuts. Wesley ainda me observa e isso passa a me incomodar um pouco.
Seus olhos verdes cruzam com meus olhos azuis, e um sorriso torto se forma em seu rosto. Ele pega seu capuccino e bebe um pouco, tosse falsamente chamando minha atenção.
— Não precisa esperar para que seja quem for venha te buscar.
— Como assim? – pergunto.
— Está vendo aquele carro preto ali? – Wesley aponta para o carro em frente ao estabelecimento. – ele é meu.
Franzo o cenho.
— Vai me dar uma carona?
— Por que não? – ele dá de ombros.
— Nem sabe onde eu moro.
— Pra isso existe GPS, não?
— Não sei se é uma boa ideia.
— O que foi? Tem medo que eu vá tentar algo? Você também é viciada, iria gostar.
— Tá eu vou com você, já que insiste tanto.
Realmente, não sei porque concordei, mas considerando a tempestade do lado de fora, achei a melhor escolha no momento.
Termino de tomar meu café ao mesmo tempo que Wesley termina o seu, então saímos da cafeteria. Ele entra em seu carro e eu faço o mesmo, me sentando no banco do passageiro. Ele liga o ar condicionado que logo se espalha pelo carro, me encolhi no banco com frio.
Dígito meu endereço no GPS assim como Wesley havia pedido e logo começamos o caminho silencioso pelas ruas.
— Então... Amélie, não é? – pergunta cortando o silêncio. Até a forma como ele dirige o deixa sexy.
— Sim, e você é o Wesley Tucker.
— Me chame apenas de Wesley, por favor.
— Tudo bem, Tucker. – provoco.
— Não estou de brincadeira, se continuar deixo o vício tomar conta de mim e te fodo enquanto dirijo. – ele diz sério.
Apenas reviro os olhos, não tenho medo.
— Mas e aí, como virou viciada? – Wesley interrompe meus pensamentos.
Não gosto de falar do meu vício, principalmente com alguém que convive com isso assim como eu.
— Por que quer saber? – pergunto antes de pensar em responder.
— Você tem o mesmo vício que eu, é a primeira vez que estou tendo uma conversa com alguém que pode não acabar em sexø. – paramos em um sinal vermelho e ele me encara. – Pode contar, eu falo sobre o meu depois.
— Não gosto de falar disso. – solto um suspiro pesado.
Wesley acelera o carro pela larga avenida e desvia de carros que não querem sair de sua frente.
— Pode me falar. O que vou fazer com essa informação, postar online ou algo do tipo?
— Eu não gosto de falar disso porque não gosto de lembrar que um homem que abandonou seus dois filhos levou um deles a se tornar uma ninfomaníaca.
— Problemas com o papai. Típico. – ele disse, me olhando de canto de olho. – Mas seu pai fez algo com você?
— O que? Não! Meu pai era meu melhor amigo, e quando ele foi embora sem sequer se despedir, eu me senti desolada. Passei anos tentando entender porque ele me abandonaria, e acho que desenvolvi algum tipo de... Carência? Não sei.
Wesley não disse nada, e nem sequer parecia impressionado. Só continuou dirigindo, como se fosse normal ter esse tipo de conversa com alguém que você conheceu há poucas horas atrás.
— Quando eu tinha 15 ou 16 anos, comecei a frequentar muitas festas e boates, e só saia daqueles lugares depois de ter ficado com alguém, porque queria sentir o que meu pai sentiu ao nos deixar. Queria me entragar a uma pessoa e depois sumir no mundo, só que isso acabou se tornando um vício. Foram muitos caras nos últimos dois anos, tiveram até algumas mulheres, nem sequer lembro o nome de metade.
— Wow. – é tudo o que ele diz. – é uma boa história para uma menina de 18 anos. Mas triste para uma jovenzinha que foi abandonada pelo pai.
Concordei com a cabeça esperando que ele me contasse sobre seu vício, mas ele apenas continuou dirigindo e cantarolando uma música qualquer que tocava na rádio.
— E quanto a você? Não vai me contar sua história?
— Não.
— Mas você disse que se eu contasse você contaria. – reclamo. – eu me abri com você pra nada?
— Claro que não, eu gostei de ouvir você falando. Por outro lado eu menti, nunca contei do início do meu vício pra ninguém e não é agora que pretendo contar.
Fecho a cara e encaro a cidade pela janela do carro. A chuva estava mais fraca e só uma pequena garoa caía.
Poucos minutos depois chegamos na rua da minha casa, e por algum motivo eu me senti aliviada. Ficar com Like dentro de um carro estava me deixando louca. O carro para em frente a pequena estrutura de tijolos no final da rua, a casa pode não ser grande, mas é espaçosa o suficiente para três pessoas.
— Bem, obrigada pela carona, nos vemos no grupo de apoio. – me apresso para sair dali, mas Wesley trava as portas, impedindo que eu saiba.
— Calma apressadinha. Eu pensei que fosse mais inteligente. – um sorriso malicioso surge em sei rosto. – Sou como um viciado em drogas, só que ao invés de maconha ou crack ou qualquer outra coisa daquelas merdas, eu só preciso de sexø. Não banque a difícil, eu sei que você também quer. Vamos lá Amélie, eu sei que você também quer...
Um lado de mim queria tirar nossas roupas imediatamente, mas a maior parte estava gritando para sair dali. Eu definitivamente não queria deixar meu vício se perder naqueles atraentes olhos verdes. Pela primeira vez em mais de dois anos, acho que estava prestes a conseguir começar a superar meu vício.
...🌵...
001 –🌵· O seu estão achando da história?
002 –🌵· Escrever tudo a mão, mesmo que seja pra adaptar, cansa viu, muita palavra, kkk.🤡
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Atualizado até capítulo 46
Comments
Ana Priscila
estou amando
2021-10-12
1
🥀✨Ⓖⓐⓑⓘ Ⓕⓞⓕⓘⓢ✨🥀
🎶Beijos e abraços, carícias e amassos
Foi muito lindo e eu tenho que contar um relato
Nós dois pelados, dentro do carro
Com o vidro fechado e o som tocando baixo
De lado, de quatro...🎶
Então lembrei dessa música foi só eu!????
2021-05-24
38
Bee
Nó carro
2021-04-24
0