Eles começaram a se encontrar em segredo.
Entre livros, risadas baixas, bilhetes escondidos e corações acelerados, cada instante compartilhado parecia um tesouro roubado do mundo. Nathan era cauteloso; Harper, impulsiva. Ele planejava cada passo com cuidado, enquanto ela tropeçava em sentimentos, deixando pequenas faíscas por onde passava. E, mesmo com esses opostos, eles se encaixavam como peças perfeitas, complementando-se de maneiras inesperadas.
Para Harper, cada segundo ao lado dele era uma vitória silenciosa. Um sorriso furtivo, uma piada que só eles entendiam, a troca de olhares disfarçados — tudo contribuía para aquela sensação de que, de alguma forma, ela estava conquistando algo que nem sabia exatamente o que era, mas que valia cada risco.
Para Nathan, cada sorriso dela era como um raio de sol atravessando nuvens densas. Mesmo nos dias mais cinzentos, Harper conseguia iluminar algo dentro dele, um espaço que ele nem sabia que existia. A cada gesto dela, a cada risada inesperada, ele sentia o coração bater mais rápido, embora se recusasse a admitir para si mesmo.
Mas Harper queria mais.
Não bastava o segredo, os encontros discretos na biblioteca ou os sussurros no pátio. Ela queria que o mundo inteiro visse o que ela já sabia: Nathan era dela, de um jeito caótico e doce, impossível de ignorar.
No intervalo daquele dia, a escola parecia um mar de rostos desconhecidos e vozes indistintas.
— Oi, Harper! — alguém cumprimentou.
— Oi… — ela respondeu distraída.
— Bom dia, Harper.
— Bom dia…
— Tudo bom?
— Oi, tudo.
Milhares de cumprimentos passavam por ela, mas por um instante, tudo ao redor perdeu importância. Seu olhar encontrou Nathan, sozinho no meio do pátio, distraído, segurando o celular. Um impulso quente e irreprimível subiu dentro dela. Sem pensar, atravessou a multidão.
Ela segurou a mão dele com firmeza e olhou nos olhos castanhos que agora se arregalavam em choque.
— Harper, o que você está fazendo?! — disse ele, a voz saindo entrecortada, o rosto corando imediatamente.
— Mostrando que gosto de você. — Ela sorriu, radiante, como se o sol tivesse decidido nascer ali mesmo no meio do pátio.
— Mas… todos estão olhando! — Nathan tentou argumentar, nervoso, o coração batendo descompassado.
— E daí? Deixa olharem. — Harper deu de ombros, encostando a cabeça no ombro dele, baixinho:
— Relaxa, Reed. Eles só estão vendo o que eu já sei há muito tempo: você é meu tipo de caos favorito.
Ao redor, algumas pessoas começaram a cochichar, outros desviaram o olhar, mas Nathan mal notou. O mundo parecia ter diminuído, transformando o barulho da multidão em um pano de fundo distante. Ele sentiu o calor dela, a segurança de sua mão entrelaçada à sua e a coragem de Harper irradiando dela como uma aura.
E, naquele momento, Nathan percebeu algo que nunca tinha admitido nem para si mesmo: queria que todos vissem. Queria que aquele caos doce, aquela mistura de nervosismo e alegria, fosse evidente para o mundo.
Harper, por sua vez, sentia o coração saltar. Cada segundo ao lado dele era como viver dentro de um segredo precioso, que agora, pela primeira vez, não precisava mais ser apenas delas. O sorriso dele, tímido, corado, sincero, iluminava mais do que qualquer aplauso ou olhar alheio.
E ali, no meio do pátio lotado, entre sussurros, olhares curiosos e risadas ao redor, Harper e Nathan descobriram algo simples e extraordinário: seu segredo mais doce podia ser compartilhado sem medo.
O sorriso dele naquele dia? O mais sincero que Harper já tinha visto — e, talvez, o primeiro de muitos que ela esperava presenciar.
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Atualizado até capítulo 52
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