Capítulo 1: O Vazio na Praça

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O cheiro de maresia e tinta a óleo era o perfume de sua vida.

Para Maya, a brisa salgada que entrava pela janela do seu ateliê, em uma ruela de paralelepípedos na pacata cidade de Vilarinho, era mais que ar. Era inspiração.

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Naquela manhã, a luz da primavera banhava a tela inacabada em seu cavalete, uma paisagem vibrante da orla que capturava o azul profundo do oceano sob um céu quase irreal.

Faltava apenas um detalhe: a figura de um homem sorrindo, com o sol refletindo em seus olhos. A figura de Lucas.

​O aniversário dele seria naquela noite, e a tela era a sua surpresa.

Maya, de vinte e oito anos, era pura felicidade, uma bolha de otimismo que nem a rotina tranquila da pequena cidade conseguia estourar.

Ela amava a vida simples, a proximidade com o mar, mas, principalmente, amava Lucas, seu noivo, o arquiteto ambicioso que a convenceu a deixar a agitação de São Paulo e se mudar para Vilarinho.

Ele era o contraste perfeito para sua alma artística: pés no chão, metódico, mas com um brilho nos olhos que a fazia acreditar em qualquer futuro que ele projetasse para os dois.

​À medida que o dia avançava, Maya preparava os últimos detalhes. A torta favorita de Lucas, as velas, o vinho que ele adorava. A casa, que ele mesmo havia projetado, exalava aconchego.

A ansiedade de vê-lo crescia a cada segundo. Ele havia prometido chegar logo após a última reunião na capital, uma videoconferência importante.

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​A noite caiu, e com ela, uma leve névoa que subiu da praia. O jantar estava na mesa, a torta iluminada pelas velas, mas a cadeira de Lucas continuava vazia.

Maya enviou uma mensagem, depois ligou. A ligação foi direto para a caixa postal. Ela não se preocupou de imediato. Ele devia estar no trânsito, ou o celular descarregou.

💬“Ele já está chegando”, ela repetia para si mesma, tentando acalmar o nervosismo que começava a borbulhar em seu estômago.

​Uma hora se transformou em duas, e o nervosismo se transformou em um aperto frio.

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Os amigos de Lucas, que ela havia convidado para um brinde surpresa, ligaram perguntando se podiam ir embora. Ela, sem graça, pediu desculpas e disse que ele havia tido um imprevisto.

A mentira, no entanto, não acalmou seu coração.

​À meia-noite, a torta estava fria e as velas, derretidas. O silêncio da casa se tornou ensurdecedor.

O medo, uma emoção que ela raramente sentia, começou a tomar forma. Era um medo irracional, o tipo que avisa que algo está errado sem que haja uma prova concreta.

Ela ligou para a família de Lucas, que morava em outra cidade.

A mãe dele, com a voz embargada, disse que ele também não havia entrado em contato.

​A madrugada trouxe a desesperança. O telefone não tocou. O carro de Lucas não apareceu na rua.

Na manhã seguinte, com o sol já alto e o estômago revirado, Maya foi até a delegacia local.

O delegado, um homem de meia-idade com ar cansado, a recebeu com a cortesia de quem já ouviu histórias como a dela.

- Moça, ele é adulto. E vocês não são casados. Se ele quisesse sumir, não seria a primeira vez, ele disse, de forma brusca, tentando fechar o caso antes mesmo de abri-lo.

​Maya sentiu o sangue subir à cabeça.

- Ele não sumiria! Ele é Lucas! Ele me ama, me pediu em casamento há duas semanas! E por que o senhor está presumindo que ele fugiu?, ela explodiu, as lágrimas se misturando à frustração.

O delegado apenas a encarou, com um olhar que dizia: — Eles sempre dizem isso!

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​De volta para casa, a tristeza e a raiva se fundiram em uma determinação fria.

Ela se sentou em frente ao notebook de Lucas, que ele havia deixado sobre a mesa da sala. A tela inicial pedia uma senha. Ela tentou datas de aniversário, o nome dela, o nome da cidade. Nada. Frustrada, ela jogou o notebook sobre o sofá e se afundou no mesmo.

​O olhar de Maya se fixou na pintura em seu cavalete, a paisagem inacabada.

O sorriso de Lucas, que ela pretendia pintar, pairava como um fantasma sobre a tela.

Ele estava ali, nas memórias, na casa, em cada detalhe da vida dela, mas não estava em lugar algum.

​A esperança parecia ter se esvaído, mas algo dentro dela se recusava a aceitar. Lucas não fugiu. Ele estava em perigo.

Uma certeza que, apesar de não ter nenhuma prova, a faria mover céus e terras.

Era apenas o começo de uma jornada para descobrir o que aconteceu com ele, uma jornada que a levaria muito além de Vilarinho e a confrontaria com segredos que ela jamais imaginaria existir.

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Comments

Sueli Silva

Sueli Silva

Estou amando a história ❤️❤️❤️❤️

2025-09-22

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