ANASTACIA
Meu pai me chamou ao escritório. O coração acelerou no instante em que a porta se fechou atrás de mim. O cheiro de charuto, as cortinas pesadas, a frieza do ambiente, tudo me lembrava que ali não havia espaço para sorrisos.
Ele estava sentado atrás da mesa, as mãos entrelaçadas, o olhar duro, como sempre.
Antony: Sente-se, Anastácia.
Obedeci em silêncio. Ele me observava como se estivesse avaliando um objeto. Nunca como uma filha.
Antony: Está na hora de você cumprir seu papel. Arrume-se. Em breve será anunciado o seu casamento.
Engoli em seco. Meu corpo inteiro se retesou.
Anastacia: Está dizendo… casamento?
Ele não desviou o olhar.
Antony: Sim. Seu casamento foi decidido. Não há espaço para questionamentos.
O chão pareceu desaparecer sob meus pés.
Anastacia: Mas… por quê? Por que eu?
Antony se inclinou para frente, a sombra cobrindo parte do rosto.
Antony: Porque você é minha filha. E sua existência não será em vão.
Penso:Irei dizer de tudo para que você venha ser feliz nessa casamento, mesmo em silêncio, agora ninguém poderá te humilhar.
Anastacia: Pai...
Nao vai adiantar questionar sobre o casamento. Senti o ar preso no peito. Filha. Mas como ele ousava usar essa palavra se nunca me deu um abraço, se nunca foi meu pai de verdade?
Quis gritar, quis dizer que eu não era moeda de troca, mas só consegui apertar os punhos escondidos no colo. Porque eu sabia: diante dele, um único erro poderia custar caro.
Antony: O nome do homem a quem você pertencerá será revelado no momento certo. Apenas prepare-se.
Anastácia: Pai… Posso perguntar? Você vai à minha apresentação de encerramento?
Ele ergueu os olhos lentamente, como se minhas palavras fossem um incômodo.
Antony: Não sei por que estarei muito ocupado.
Não posso dizer a ela que irei à Helena pode escutar atrás da porta.
Anastácia: Por favor… é muito importante para mim. Só desta vez…
Senti o peito apertar, mas não desisti. Mas como ele pode dizer que vai esta ocupado se nem disse o dia.
Antony: Anastácia… você ainda não entendeu? No mundo em que vivemos, não há espaço para essas coisas.
Anastácia: Eu não te peço mais nada… Além disso. É só uma apresentação. É o que me mantém viva, pai. Só quero que… por uma vez, você me veja.
Senti meu coração estremecer, mas não desisti. Inclinei o corpo para frente, como se isso pudesse diminuir a distância entre nós.
Ele me fitou em silêncio. Os segundos se arrastaram, e por um momento pensei que talvez… talvez tivesse tocado alguma parte adormecida dentro dele. Mas então, seu olhar se endureceu de novo.
Antony: Não crie expectativas. Eu tenho compromissos mais importantes... Se der estarei lá. Mas saiba que a sua prioriade é apenas o casamento. A dança… esqueça.
As palavras foram lâminas, frias e afiadas. Quis responder, gritar, mas apenas abaixei os olhos, engolindo o choro que queimava na garganta.
Quando saí do escritório, Helena já estava ali, com o sorriso frio nos lábios denunciava que ouvira o suficiente.
Helena: Então é verdade… O seu papai finalmente vai se livrar de você. Agora me diz qual o nome do coitado que se casará com uma infeliz.
Anastácia: Não sou isso… Eu nao sei tambem.
Ela se aproximou devagar, o perfume doce e sufocante me cercando como uma armadilha.
Helena: Oh, querida, não finja inocência. Você sempre foi um fardo. Se ele arrumou alguém disposto a aceitar o seu nome manchado… devia agradecer de joelhos.
Abaixei a cabeça, tentando não reagir, mas ela me segurou pelo queixo, erguendo-o com força.
Helena: Só não se esqueça… onde quer que você vá, o sangue da sua mãe corre em você. E foi esse sangue que destruiu minha vida.
Meu corpo inteiro gelou.
Anastácia: (sussurrando) Eu não escolhi nascer…
Ela riu baixo, cruel.
Helena: Exato. E justamente por isso… é ainda mais divertido ver você sofrer.
Soltou meu rosto com violência e passou por mim como se eu fosse nada. Mas antes de desaparecer pelo corredor, ainda lançou por cima do ombro:
Helena: Mal posso esperar para ver em quem ele vai te jogar. Seja quem for… não pense que será sua salvação.
Fiquei sozinha, respirando com dificuldade, sentindo o peso de um destino que não pedi… mas que agora parecia inevitável.
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Atualizado até capítulo 47
Comments
Carla Santos
Esse pai nojento como deixou a filha ser humilhada maltratada desse jeito espero que ele nunca perdoe ele por tudo que ela fez, quero ver quando Helena ver com quem ela vai se casar vai sofrer o triplo do que ela sofreu
2025-09-05
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Veranice Zimmer Ferst
credo que nojo desse paí dela credo que nojo desse homem machista achondo que todas as mulheres são objetos tenho nojo dele pufavor escritora não deixa ela sofrer mais???
2025-09-04
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Leitora compulsiva
essa escrota está ferrada, quando souber que ela casará com o don, é quando o don se apaixonar loucamente ela estará mto ferrada
2025-09-04
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