Sob o Alvo do Coração (456 X 001 - Gi-hun X In-ho)
Capítulo 3 – O Infiltrado
O ar do salão ainda parecia pesado, como se as palavras não ditas entre Gi-hun e In-ho ecoassem mais alto do que os próprios guardas. O silêncio foi quebrado apenas pelo som metálico das portas se fechando atrás do terceiro guarda que trouxe o aviso.
Gi-hun manteve os olhos fixos em In-ho, tentando decifrar cada mínima reação. O Líder não era apenas uma máscara, ele era um labirinto vivo.
Gi-hun
*tom firme, mas com a voz baixa* Você sabe quem é. Esse “infiltrado” não apareceu do nada.
In-ho
(olhar cortante) Saber… não significa confiar.
Gi-hun sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ele conhecia aquela sensação — a mesma antes de cada prova nos jogos. O ar de incerteza, como se qualquer passo pudesse ser o último.
De repente, uma sirene baixa começou a soar, ecoando pelos corredores de metal. Os guardas imediatamente se alinharam, armas em punho.
Guarda Quadrado 1
Houve uma invasão no sistema central. Estão acessando os arquivos dos Jogadores da última edição.
Guarda Quadrado 2
Se não contivermos, podem expor tudo.
Gi-hun ergueu a cabeça, os olhos arregalados. Se alguém estava mexendo nos registros, significava que havia uma chance — uma saída, uma prova contra aquela organização.
Gi-hun
*aperta os punhos* Quem quer que seja… está do meu lado.
In-ho
*se aproxima lentamente, voz baixa, quase ameaçadora* Não cometa esse erro.
Gi-hun encara o Líder, mas antes que pudesse responder, as telas gigantes do salão acenderam. Números e rostos começaram a piscar — arquivos de jogadores, provas antigas, e então… um rosto conhecido.
Era Sae-byeok. Sua foto congelada, fria como um fantasma. Gi-hun sentiu o coração apertar, como se uma ferida antiga tivesse sido aberta.
In-ho
*olhar fixo na tela* Alguém está trazendo o passado de volta.
A tensão se quebrou quando um dos guardas correu para In-ho.
Guarda Chefe
Senhor, rastreamos a invasão. É alguém interno. Não é um ataque de fora.
Gi-hun
*olhos arregalados* Um deles… está contra você.
In-ho cerrou os punhos discretamente. Ele sabia. Sempre soube que uma rachadura dentro da própria estrutura seria inevitável. Mas o que mais o inquietava não era o infiltrado… e sim o olhar de Gi-hun, cada vez mais intenso, cada vez mais difícil de controlar.
In-ho
*aproximando-se dele, voz grave* Fique perto de mim, Gi-hun.
Gi-hun
*encarando de volta, desafiador* E se eu decidir ficar perto… mas não por obediência?
O silêncio entre eles ardeu mais do que qualquer explosão.
De repente, as luzes piscam, a sirene aumenta, e uma mensagem surge nas telas:
“O JOGO AINDA NÃO ACABOU.”
Todos os guardas se viraram em choque. In-ho ficou imóvel, apenas encarando a frase. Gi-hun, por outro lado, sentiu o corpo inteiro tremer — não de medo, mas de esperança.
Quem quer que fosse o infiltrado… não estava apenas atacando o sistema. Estava desafiando todo o império que In-ho havia construído.
E pela primeira vez, Gi-hun se perguntou se aquele “jogo invisível” não estava apenas começando.
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