Sob o Alvo do Coração (456 X 001 - Gi-hun X In-ho)
Capítulo 2 – Entre Máscaras
O salão parecia um campo de batalha silencioso. Nenhuma arma, nenhum tiro, apenas dois homens frente a frente. Gi-hun respirava fundo, os olhos fixos em In-ho, enquanto o eco distante de máquinas ao fundo lembrava que aquela organização nunca dormia.
Gi-hun
*raiva contida* Você destruiu tantas vidas… matou tanta gente… e ainda tem coragem de olhar pra mim desse jeito?
In-ho manteve a expressão fria, mas seu olhar vacilou, só por um segundo.
In-ho
*voz baixa* Eu nunca tive escolha.
Gi-hun
*dá um passo à frente, quase colidindo com ele* Sempre existe escolha. Eu escolhi lutar contra vocês. Eu escolhi não abaixar a cabeça. E você? Qual foi a sua desculpa?
In-ho suspira. O som é quase humano demais para quem carrega tanto sangue nas mãos.
In-ho
Você acha que entende… mas não faz ideia do que significa carregar esse peso.
Gi-hun
*sussurra furioso* Então me mostra.
O silêncio cai outra vez. O coração de Gi-hun dispara, mas não só de ódio. Algo pulsa por baixo, um desconforto perigoso que ele não quer admitir.
In-ho
*aproximando-se levemente* Se eu mostrar… talvez você não consiga mais me odiar.
Gi-hun engole em seco. As palavras ecoam dentro dele como uma ameaça e, ao mesmo tempo, uma promessa.
Gi-hun
*hesitante* …E se eu não quiser parar de te odiar?
In-ho
*abre um sorriso de canto, amargo* Então esse ódio vai te manter perto de mim.
O clima é quebrado quando portas metálicas ao fundo se abrem com estrondo. Dois guardas mascarados entram, armados.
Guarda Chefe
Senhor, precisamos levar o Jogador 456 para a sala de contenção.
Guarda Quadrado 1
As ordens são claras. Ele não pode permanecer aqui.
Gi-hun dá um passo atrás, instintivamente erguendo os punhos, pronto para lutar se fosse necessário. Mas In-ho ergue a mão, parando os guardas.
Os guardas se entreolham, confusos, mas obedecem, recuando alguns passos.
Gi-hun
*encara In-ho, surpreso* …Por quê?
In-ho
*olhar firme* Porque se alguém vai decidir o que acontece com você… sou eu.
Gi-hun tenta conter a respiração acelerada. Ele não sabia se aquilo era uma proteção… ou apenas mais uma forma de controle.
Gi-hun
*voz baixa, quase um sussurro* Você está me protegendo… ou apenas me mantendo como peça no seu jogo?
In-ho
*aproxima-se, o olhar fixo* Talvez os dois.
O choque entre eles é interrompido por outro guarda que surge apressado.
Guarda Quadrado 2
Senhor, há movimentação externa. Alguém está tentando acessar os registros do sistema.
In-ho aperta os olhos, tenso. Gi-hun observa a reação dele e entende: a organização estava em perigo, e aquilo poderia ser sua chance.
Gi-hun
*apertando os punhos* Quem está mexendo com vocês? Outro jogador? Um infiltrado?
In-ho não responde. Ele apenas olha para Gi-hun como se, naquele instante, estivesse medindo se podia ou não confiar nele.
In-ho
*frio, mas quase hesitante* Você vai descobrir em breve. Mas até lá… não saia de perto de mim.
Gi-hun fecha os olhos por um instante, tentando entender como o destino o havia colocado ao lado do homem que mais odiava. O coração dizia uma coisa, a mente outra. E, sem perceber, ele já estava preso em um jogo invisível — mais letal do que qualquer prova dos jogos.
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