📖 **Capítulo – O Recado de Quem Manda**
As batidas na porta soou rouca, quase falhando, como tudo naquela casa esquecida do morro. Márcia demorou a levantar. Os ossos doíam, o lenço na cabeça mal cobria a palidez dos efeitos da quimioterapia. Quando abriu a porta, viu GV, parado como uma estátua, óculos escuros mesmo sem sol.
— A Nina não tá, se for ela que você quer — disse ela, apoiando-se no batente.
— Vim falar com a senhora mesmo, Dona Márcia. Vai precisar de um casaco.
— Casaco?
Ele não explicou. Apenas esperou. Márcia confiava nele, apesar de saber que confiança era coisa rara naquele morro. Subiu na garupa da moto, agarrando-se à cintura dele, tentando não tremer.
Quando pararam em frente ao barraco, Márcia achou que tinha pegado o caminho errado. Aquilo era zona proibida ali no morro, ninguém podia subir sem autorização. Portão automático, enorme muros enormes. entrada cheirando a limpeza.
— Você tá brincando com a minha cara? — ela murmurou.
GV não riu. Apenas a guiou até dentro da casa, e depois, ficou mostrando a ela o local onde elas iam morar, e informou que os vapor já tá transando as roupas delas. O ar gelado da sala bateu de frente com o calor da pele doente dela. Ela parou no centro, sem palavras. Sofá branco. Cozinha americana. Quarto com cama de casal e travesseiro viscoelástico.
— Que porra é essa?
— Sua nova casa.
— De onde veio isso?
— Ordem do patrão.
— Weslei?
Ele assentiu com a cabeça.
Márcia cambaleou até o sofá e sentou. As lágrimas caíram sozinhas, silenciosas. Era conforto demais depois de uma vida inteira de dor. Mas a alma dela sabia que nada disso vinha sem um preço. E o preço era a Nina.
— Isso é culpa minha, né?
GV ficou em silêncio.
Enquanto isso, Nina subia o morro com passos leves. Conseguira o emprego de faxina. Nada grande, mas o suficiente pra começar. O sorriso que carregava vinha de um lugar limpo. Finalmente, algo que ela tinha conquistado sozinha.
Ela até cantarolava baixinho quando o som da moto a fez parar.
— Sobe — disse GV, sem tirar o capacete.
— Tô indo pra casa. Obrigada.
— Não é um pedido.
Ela respirou fundo, olhou pro céu, e subiu.
O caminho foi mudo. GV não tocava nela, nem olhava. Mas a tensão era palpável. Quando chegaram numa casa do morro, mais não os barracos que tem lá aquele era diferente, grande todo pintado portão enorme muros enormes, ela ficou pensando o porquê dele estar levando ela ali naquele barraco no topo do morro, perto da casa onde Wesley morava, ficou desconfiada.
— O que é isso?
GV pegou o controle e abriu o portão.
E quando eles entraram ele disse.
— Um presente do seu velho amigo. Ou melhor… do homem que você deixou na cama sem olhar pra trás.
Ela engoliu seco. As mãos começaram a suar.
Quando entrou no casa e viu Márcia dormindo na cama limpa, com o ventilador ligado e remédios organizados na mesinha de canto, sentiu algo quebrar dentro de si. Não era alívio. Era pavor.
— De onde veio isso?
— Do mesmo lugar de sempre. Do bolso de quem pode.
— Não quero isso. Minha tia também não.
— Tarde demais. Tá pago. E vai continuar sendo.
— Pago?
GV se virou com calma, tirando o boné e apoiando na mesinha.
— Nina… você acha que sete mil reais é pouco? Você acha que isso aqui cai do céu? Essa cama. Esses remédios. Essa vista?
— Eu tô tentando pagar do jeito certo agora. Consegui um emprego, GV.
— Faxina? Por mil e trezentos por mês? Em seis meses, tua tia morre. Quer a real?
Ela calou.
— Você fez a visita. Cumpriu a ordem. Mas saiu de fininho. E deixou o WL com o sangue fervendo. Agora ele quer outra. E vai ter.
— Isso não foi o combinado…
GV se aproximou. Sem ameaçar, sem tocar. Só encarando.
— O combinado mudou. E aqui, Nina… quem decide quando acaba é ele. Não você.
Tu já pagou a dívida dos sete mil, apesar um cabaço vale bem mais né não.
Ela virou o rosto, o orgulho ferido. Os olhos já marejados, mas não ia chorar. Não na frente dele.
— Sete mil não é setecentos reais — ele continuou. — E você não é mais aquela menina nossa amiga que a gente, defendia e via brigando com moleque no beco, achando que dava conta de tudo. Aquela menina morreu quando você foi embora daqui.
Ela ficou imóvel, calada.
GV pegou o boné de volta, caminhou até a porta. Antes de sair, lançou seco:
— Acha que ainda é amiga dele? Não é mais. Você virou negócio. E negócio não tem sentimento.
Abriu a porta.
— Agora me dá licença. Tenho gente pra enterrar.
E sumiu no corredor sem olhar pra trás
MENINAS VOLTEM LA NO CAPITULO 4 EU ADICIONEI FOTO DELE, SE NÃO PARECER ESSES DONO DE MORRO PEÇO DESCULPA, NOS MEUS OUTROS LIVROS TIVE MUITA CRITICAS QUE MEUS PERSONAGENS SÃO FEIOS, ENTÃO EU TENTEI ESCOLHER UM MELHOR SONHO, PEÇO DESCULPA SE NÃO AGRADAR VOCÊS VIU, Imagine OUTROS PERSONAGENS ENTÃO TÁ BOM UM BEIJO, A E LEMBRANDO EU SOU PÉSSIMA COM MORRO, ESTOU ESCREVENDO ESSE LIVRO A PEDIDO DE UMA LEITORA QUE MORA NO MORRO DE VERDADE E ME DEU ALGUMAS COISAS QUE ACONTECERAM COM ELA, E DO JEITO QUE ELA QUERIA ENTÃO ESTOU ATENDENDO O PEDIDO DA MINHA DEUSA.
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Atualizado até capítulo 26
Comments
Ana Barbosa
bota mais capítulos mulher tá ótima história tô amando
2025-08-09
2
Marta Hedwig Schley
estou gostando muito da sua história, já li mais de 100 histórias de morros de várias autoras, então fique tranquila, pq das q li a maioria descreve diferentes,
2025-08-15
1
Leitora compulsiva
amei a foto dos personagens e estou amando a história 💖💖
2025-08-09
2