O primeiro raio de sol atravessou a janela da casa simples onde Aurora e Cael haviam encontrado refúgio. O silêncio daquela manhã era raro — um suspiro de paz antes da tempestade que se anunciava.
Aurora ainda estava deitada, o corpo entrelaçado ao de Cael, sentindo a respiração dele quente em seu pescoço. Aquela proximidade trazia conforto, mas também despertava uma inquietação profunda. Havia muito por vir, e ela sabia.
— Cael? — chamou, quase sem voz.
Ele abriu os olhos lentamente, seu olhar ainda carregado da escuridão da noite, mas agora com uma sinceridade nua.
— Nunca te contei tudo, não é? — ele começou, a voz rouca.
Ela balançou a cabeça, encostando a mão no peito dele, sentindo o coração pulsar forte.
— Quero ouvir. Preciso saber quem é você de verdade.
Ele suspirou, ajeitou o cabelo bagunçado e começou.
— Meu pai é... o senhor do crime mais poderoso do Rio. Ivan Andrade. Ninguém mexe com ele, e quem tenta, desaparece. Sou filho dele. Nasci nesse mundo de guerras, traições e sangue. Mas não quero ser isso.
Aurora o encarou, o misto de medo e admiração no olhar.
— Por isso você vive escondido?
— Sim. E também porque não quero que nada aconteça com você por minha causa.
Ela sorriu, frágil.
— Então agora somos dois fugindo.
Cael puxou-a para um abraço apertado.
— Fugindo, lutando e talvez, um dia, vencendo.
* A Rotina da Fuga *
Os dias seguintes foram uma mescla tensa entre momentos de ternura e a constante vigilância de inimigos invisíveis. Cael cuidava dela com zelo, mas sua expressão endurecia a cada notificação recebida no celular. Aurora sentia isso e tentava ser forte, mas o medo a consumia.
Numa manhã, sentados na varanda, ela perguntou:
— O que seu pai pensa de mim?
Cael a olhou fixamente.
— Ele não gosta. Sabe quem você é. Sabe do noivado. E não gosta de você se aproximando de mim.
Aurora apertou a mão dele.
— E Gregory?
Ele franziu o cenho.
— É pior. Ele tem aliados. O tipo de homem que não para até ter o que quer.
Naquele momento, o celular de Cael vibrou com uma mensagem simples, mas carregada de ameaça:
“Ela não vai escapar. Gregory sabe. Prepare-se.”
O ar ficou pesado.
Aurora respirou fundo.
— Estamos juntos nisso.
Ele puxou-a para um beijo ardente.
— Sempre.
* A Noite em Chamas *
À noite, a tensão se transformava em desejo. Aurora sentia a necessidade de crescer como um fogo impossível de apagar. Cael também, cada toque entre eles carregava uma urgência quase desesperada.
Numa dessas noites, enquanto a lua iluminava o céu escuro, Cael sussurrou no ouvido dela:
— Quero você. Agora.
Aurora não hesitou. Deixou-se levar pela intensidade dos beijos e pelo calor das mãos dele que exploravam cada curva com reverência e paixão. Os corpos se encaixavam como se tivessem sido feitos para se encontrar, cada gemido, cada suspiro, uma promessa silenciosa de que, ali, pelo menos, poderiam ser livres.
* A Chegada da Tempestade *
Mas a calmaria era apenas um intervalo. Poucos dias depois, enquanto Cael saía para verificar os arredores, Aurora sentiu o coração parar ao ver uma sombra observando a casa.
Gregory estava mais perto do que imaginavam.
Quando Cael voltou, encontrou Aurora pálida.
— Ele está aqui.
Eles sabiam que a guerra tinha começado.
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Atualizado até capítulo 36
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