O Dia Seguinte
(Som de respiração entrecortada. A escuridão do quarto ainda cobre os móveis. Há um som leve de lençol sendo puxado. Dante desperta sobressaltado. O peso sobre seu corpo não é do cobertor.)
DANTE
(Assustado, tentando se soltar)
Que porra…? Sai de cima de mim!
(Hunter está montado sobre ele, os braços apoiados de cada lado do corpo de Dante. O cabelo loiro levemente bagunçado. O olhar fixo. O sorriso, torto.)
HUNTER
(Sussurrando, insolente)
Não.
“Dante ergue o tronco, mas Hunter pressiona de leve, mantendo-o na cama. Então ele se inclina e o beija. Um beijo molhado, quente, que invade sem pedir. Dante tenta afastá-lo, mas seus dedos apenas seguram os ombros dele com força.”
DANTE
(Respirando fundo, entre dentes)
Que merda você pensa que tá fazendo?
HUNTER
(Encarando-o, com um sorriso malicioso)
Dando bom dia pro meu colega de quarto.
(Hunter desce a mão lentamente por debaixo da camiseta de Dante. Os dedos deslizam pelos músculos do abdômen. A pele se arrepia, o traindo. Dante agarra o pulso de Hunter.)
DANTE
(Duro, ofegante)
Para com isso.
(Hunter observa a mão dele prendendo a sua. Depois, ergue o olhar, como se estivesse esperando algo.)
HUNTER
Só se você me disser por que chegou tarde ontem à noite.
(Dante fecha os olhos por um segundo. Suspirando.)
DANTE
(Seco)
Fui ao bar com Knox e Noah.
(Hunter afasta a mão do corpo dele. O sorriso desaparece. A expressão fecha. Ele se levanta da cama sem dizer nada. O barulho das chaves sendo puxadas da escrivaninha chama atenção de Dante, que se senta, observando. A silhueta de Hunter já na porta.)
DANTE
(Ainda tentando entender)
Mas que porra foi agora?
“Hunter não responde. Só abre a porta e sai. Som da porta se fechando. Dante permanece sentado por um instante. A mão toca os próprios lábios. Silêncio. Ele fecha os olhos. Ainda sente o gosto.”
“Som de água correndo. Vapor preenchendo o box. O chuveiro ligado, abafando o mundo lá fora. Dante está de olhos fechados sob a água quente. As gotas deslizam por sua pele tensa. Ele respira fundo. Desliga o chuveiro. Os passos úmidos no piso frio, deixando pequenas possas.”
“Dante surge no quarto só com uma toalha branca enrolada na cintura. Mas não está sozinho. Hunter está sentado na cama de Dante. Na mão, um copo de café. O olhar cravado no corpo úmido à sua frente. O olhar felino. Predador. Como se pudesse devorá-lo ali mesmo.”
DANTE
(Alerta, franzindo a testa)
Nem pense nisso.
HUNTER
(Sorrindo devagar)
Pensar no quê?
(Ele se levanta, passos lentos. Para diante de Dante. Próximo o suficiente para que o calor do corpo o envolva. O hálito quente tocando o rosto dele.)
DANTE
(Fugindo com os olhos)
Tô atrasado. Não tenho tempo pra isso.
(Hunter segura a ponta da toalha com dois dedos.)
(Dante aperta os lábios. Tenta manter o controle.)
DANTE
(Baixo, firme)
Agora não.
(Hunter sorri. Um sorriso torto, perigoso. Então dá um passo para trás, oferecendo o café.)
HUNTER
Fui buscar café. Imaginei que ia precisar.
(Dante aceita o copo, ainda com o coração acelerado.)
“Ele segue até o armário. Abre. Veste uma camiseta escura e jeans justos, sempre muito ciente de que está sendo observado. Som do zíper sendo fechado. Um suspiro discreto escapando de seus lábios. Ele pega a mochila. Passos em direção à porta. Dante para. Vira-se levemente, erguendo o copo de café.”
(Hunter apenas o observa. Em silêncio. O sorriso nos olhos. O jogo mal começou.)
“Som ambiente abafado de biblioteca. Páginas virando. Teclados sendo pressionados. Suspiros. Dante está sentado à mesa, livros empilhados, o notebook aberto. A testa apoiada na mão, os olhos na tela. Ele digita. Apaga. Digita de novo. Apaga mais uma vez.”
DANTE
(Murmurando)
Droga...
“Ele se endireita, respirando fundo. Mas não adianta. As lembranças voltam como se Hunter estivesse ali, com ele: lábios quentes, pele colada, mãos segurando seu quadril com força. Ele fecha os olhos. Morde o lábio.”
DANTE
(Sussurrando entre dentes)
Filho da puta...
“Levanta-se abruptamente, pegando um livro que estava no canto da mesa. Caminha entre as estantes. O som de seus passos firmes, ecoam suave. Ele escolhe um livro. Volta. Mas então para. Hunter está lá. Sentado a poucas mesas de distância. Cercado por garotas. Quatro. Talvez cinco. Todas sorrindo demais. Mãos demais. Uma acaricia seu braço. Outra toca seu cabelo. Outra ri alto demais. Hunter está relaxado. Como se pertencesse àquele trono improvisado. Dante para por um segundo. O peito aperta. Um gosto amargo sobe pela garganta.”
DANTE
(Baixo, seco)
Ridículo...
“Dante desvia o olhar. Volta para sua mesa com passos firmes. Abre o notebook novamente. Tenta escrever. Mas as palavras viram borrões. Os dedos tamborilam na mesa. O olhar vagueia para o canto da página. Depois se fixa no reflexo do vidro ao lado. Aquela maldita risada feminina de novo. Ele fecha o notebook. Silêncio denso.”
DANTE
(Sussurrando para si)
Eu não tenho tempo pra isso... eu não tenho tempo pra ele.
“Mas ele continua sentindo. O gosto do beijo. O calor do toque. O corpo encaixado no seu. O olhar que o despia. Ele balança a cabeça. Tenta varrer os pensamentos.”
DANTE
(Firme agora)
Concentra.
(Mais baixo)
Treino segunda. Entrega quarta. Foco, porra.
“Som de tecla sendo pressionada novamente. O som ambiente de biblioteca, passos abafados, páginas virando, sussurros, tudo o dispersava. Dante tenta se concentrar. Ele suspira, fecha o livro e massageia as têmporas.”
DANTE
(Baixinho, irritado)
Não dá, porra...
(Ele se levanta, pega o livro e o devolve à prateleira. Ao voltar para a mesa, seus olhos caem instintivamente na direção da mesa onde Hunter está cercado por garotas.)
DANTE
(Sussurrando para si mesmo)
Foda-se.
“Ele guarda os materiais na mochila e se levanta. Ao passar pela porta da biblioteca, não resiste. Vira o rosto de volta para a mesa. Hunter o observa. Apenas ele agora. As garotas ainda falam, mas ele não está mais ouvindo. Um leve sorriso se forma nos lábios dele, quase imperceptível. Um convite silencioso. Ou um aviso. Dante sente o estômago revirar. Então vira o rosto e sai.”
Comments
{Juju}
CADÊ A CONTINUAÇÃO?!?! EU EXIJO UMA CONTINUAÇÃO DESSA OBRA DE ARTE, QUE PERFEIÇÃO CADÊ A PLATEIRA?!!! CADÊ O PÚBLICO????!!!!!
2025-08-07
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{Juju}
QUEM LÊ E GOSTA, NÃO DEIXA DE RECOMENDAR!!! ESSA PERFEIÇÃO MERECE O PÚBLICO CERTO, MUITO ORGANIZADO, ESTRUTURA ÓTIMO, PALAVRAS IMPECÁVEIS! ISSO MERECE RECONHECIMENTO!!!!!!
2025-08-07
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