Capítulo 1 (Dylan)

Eu estava observando a enorme janela a minha frente no apartamento que aluguei por esses dias para ficar na Itália, tentei inúmeras vezes pensar em que momento eu e Antonella nos perdemos um do outro e sinceramente acredito que nunca estivemos de verdade "juntos". era engraçado pensar que nesses doze anos a maior parte vivemos distantes, sim um relacionamento a distância e é inevitável pensar que se talvez estivéssemos no mesmo lugar esse relacionamento não tivesse chego tão longe.

Eu a amei, sim, e talvez ainda ame ou apenas sinto falta do que tínhamos. Não gosto de pensar no que me privei de viver por todos esses anos porque imaginei de fato que ficaríamos juntos, afinal, éramos uma boa dupla, nos completavam quando estávamos juntos e esses dois últimos anos morando sob o mesmo teto funcionou! Dá nossa maneira, óbvio, mais de fato funcionou!

O carinho, o respeito sempre existirão afinal crescemos juntos e fazemos parte da mesma "familia".

Quando ela saiu do apartamento com tudo pronto para viajar eu sabia que ela não estava saindo apenas da nossa casa e sim da minha vida, de vez, sem volta!

Doeu como o inferno, senti todas as fazes do luto, negação,raiva, barganha, depressão e enfim a aceitação. Porra, foi difícil, talvez a coisa mais difícil que passei. Por fora sempre o mesmo, comprometido, amigável, profissional mais por dentro eu estava destruído.

Quando enfim entendi que ficar sofrendo em vão não me levaria a lugar algum tive o último ato de misericórdia por mim. Fui até ela!

Não porque queria voltar, eu já tinha entendido que entre nós tudo havia acabado mais porque eu precisava olhar dentro dos olhos dela e sentir que para mim era o ponto final. Que eu havia superado.

Então aproveitei que dentro de alguns dias eu teria que vir para a Itália por um mês e tirei alguns dias de férias e fiz um mochilão e óbvio inclui sua localização.

Fiquei bem em ve-la feliz e ali confirmei que havia superado, porém, descobri que eu não acreditava mais no amor.

Eu não queria mais e não ia me entregar para outra mulher como fiz com ela.

Olho no relógio e percebo que estou em cima da hora, essa noite irei palestrar no congresso de médicos sobre técnicas de implantes cardiotorácico.

Eu estava feliz em me destacar na minha área e ser reconhecido e ainda mais feliz de estar tendo essa oportunidade.

Termino de arrumar a gravata e coloco o paletó e saio para o hotel onde está acontecendo o evento.

Assim que chego, reencontro alguns médicos conhecidos entre outros colegas da profissão, as conversas fluem em torno de cirurgias óbvio, de casos complicados aos mais simples e fáceis, histórias de redenção de quem recebeu transplante até que o momento chega, subo ao palco e pelas próximas duas horas falo sobre minhas técnicas, mostro vídeos e quando termino o momento de responder perguntas começa e eram tantas que quando percebi já haviam se passado mais duas horas.

Todos ali tinham sede de conhecimento e era impossível negar de explicar qualquer dúvida que surgia.

Depois de mais algumas conversas dois amigos da época da faculdade se aproximam.

—Dylan, meu amigo!

Ele diz apertando minha mão e me dando um breve abraço.

— Alex não havia te visto.

— Cheguei já havia começado, sabe como é!

— O safado não cansa de arrumar um rabo de saia para onde vai.

Jefferson, meu outro colega caçoa e me cumprimenta.

— Pelo jeito continua o mesmo de anos atrás.

Falo rindo e eles confirmam.

— E você meu amigo, como está? Já casou?

— Não casei e não pretendo...

Os dois se entre olham sem entender, pois, ambos conhecem Antonella então trato de explicar para não continuar nesse assunto.

— Não estamos mais juntos.

— Porra! Essa foi a maior surpresa da noite!

—Você tá bem com isso cara? Lembro de vocês dois bem apaixonadinhos...

Eles começam o interrogatório.

— Estou confortável com a decisão tomada e feliz que ela esteja bem e seguindo seu sonho.

— Que tal uma bebida? Sei que tem um pub bacana  aqui perto, sabemos que aqui não vai dar mais em nada que champanhe hahahah

Alex sugeri e Jeff concorda e acabo cedendo ao convite, porque não.

Nos despedimos de algumas pessoas e seguimos para o pub, o ougar era bem animado e cheio.

Bebemos cerveja e conversamos sobre trabalho e a vida e devo admitir que a noite foi divertida, já eram quase três da manhã quando me despedi e entrei no carro para voltar ao hotel.

Já  estava cansado e contando os segundos para tomar um banho  e dormir quando noto um vulto do meu lado direito correndo e atravessando a rua na minha frente, freio o carro bruscamente e observo ela espalmar o capo do carro e continuar correndo em direção a um beco escuro do outro lado da rua.

— Caralho, que porra foi essa?!

Ainda parado observando tudo que aconteceu sem entender da onde ela surgiu direito, eu quase a atropei. A rua estava deserta, fico entre ir atrás dela para ver se machucou e ir embora e antes que eu decida pela segunda opção ao perceber a mancha de sangue sobre a tinta branca do carro bem na minha frente.

Ignorando todos os avisos que minha mente me enviou estaciono o carro e sigo para o beco que ela entrou com a lanterna do celular ligada.

Ouço um pequeno gemido baixo atrás de uma enorme lata de lixo e corro na direção, e ali está ela, sentada segurando a barriga respirando rápido.

Quando seus olhos encontram os meus ela os fecha, me aproximo de vagar e falo.

— Sou médico, você está machucada...posso te ajudar!

Ela então abre novamente os olhos e sei que me entendeu. Ilumino sua barriga com o celular e noto uma grande quantidade de sangue que ela tenta conter.

— O que aconteceu?

— Uma facada!

Ela diz entre dentes.

— Vamos, vou te levar para o hospital!

Falo já me levantando para pega-la no colo mais ela se afasta e diz.

— NÃO! Sem hospitais e sem envolver a polícia!

Que loucura é essa penso, mais ela continua antes que eu possa argumentar.

— Disse que é médico, certo? Então me ajude a fechar essa ferida sem ajuda!

Noto as lágrimas escorrerem pelo seu rosto e sem pensar ou negar ajuda a pego no colo e levo para o carro, ela permanece em silêncio no caminho, paro em uma farmácia vinte e quatro horas e compro sutura, antibióticos, analgésicos, gazes, soro, seringa e anestésico.

Retorno para o carro o quanto antes e a garota permanece de olhos fechados e pressionando a ferida, vou para o apartamento e subo pelo elevador de serviço garantindo que não encontrarei ninguém pelo caminho, não poderia explicar essa situação.

Assim que entramos coloco ela em cima da mesa enorme que tem na sala e lavo minhas mãos, coloco as luvas e então tiro suas mãos da ferida e apesar de ser apenas uma foi funda.

Que porra aconteceu? Quem é ela?

 

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Comments

JULIANA

JULIANA

Dylan merece um amor que incendeia, que pegue fogo e que tenha essa adrenalina

2025-08-03

7

Jane Cleide

Jane Cleide

Eita ,eita que jeitinho de conhecer a Bella KKK,já dá pra sentir que vai ter muita treta kkkkk!!!!

2025-08-02

3

Pati 🎀

Pati 🎀

posso falar que já estou ansiosa pra ver esses dois juntos 🤭

2025-08-02

4

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