Somente a pressão da água,um silêncio interior, o som das bolhas explodindo e os peixes coloridos dançando ao meu redor...se eu pudesse ser um deles, não sairia daqui nunca mais...
—Levi! Levi!
Ao longe, abafada, escuto o som da voz da minha irmã, Bia. Retorno à superfície, tiro os óculos de mergulho e flutuo com meus pés de pato. Olho para a areia e lá está ela, segurando meu sobrinho Miguel pelas mãos. Ele é terrível,ainda mais quando está junto do Gabriel ,filho do Matheus. sorte que eles só se vem quatro vezes por ano...
—Vem logo! O churrasco está saindo! - ela grita
—Já vou! - grito de volta
Nado até a areia, eu pratico mergulho esportivo quando tenho tempo, é um esporte onde posso ficar sozinho e isolado,menos quando estou aqui em Angra com a família.
—Tio, você pegou algum peixe? - Miguel pergunta
—Não, só fui visitá-los.
—Você gosta de brincar com eles, né?
Dou uma risada
—É...
—E eu gosto é de comer peixe! - Gabriel vem correndo ao lado do pai,falando com aquele sotaque espanhol forte. Miguel e ele saem correndo pela areia, tropeçando nos próprios pequeninos pés.
— O almoço de vocês já está pronto, vamos subir!
Bia pega os dois no colo e sobe para a casa, Mateus senta na areia ao meu lado no trecho da nossa praia particular.
— Eles estão crescendo rápido. - digo
— Estão muito esperto para a idade deles, isso sim! - observa Mateus - E você, como está?
— Na mesma. Trabalhando muito, estudando sempre, mergulho nas horas vagas…
—O Samuca disse que você está trabalhando num projeto novo para a empresa. Ele ficou bem empolgado.
— Temos que nos adequar aos novos tempos, trabalhar com sustentabilidade,modernizar as fábricas para emitirem menos poluentes e por consequência conseguirmos mais isenção fiscal do governo
—Tu é brabo garoto! Meu pai está orgulhoso, disse que pode partir em paz sabendo que a Lobato& Company está em boas mãos.
—Vamos para o Pará, onde entraremos com um programa de pesquisa junto com uma ONG,conseguiremos trabalhar com produtos exclusivos da floresta amazônica explorados de forma sustentável e o melhor, pagando o preço justo usando a mão de obra regulamentada da população local.
Falar do meu trabalho é o único momento em que me abro.
—Uau Levi! O que tenho na ponta dos pés você tem na ponta da caneta. - dou um sorriso - Está voando na vida profissional, e no coração?
Me levanto e recolho as minhas coisas.
—Vamos subir,estou com fome.
—Qual é Levi! - ele me faz virar puxando pelo braço - Você não vai fugir de mim!
Abaixo a minha cabeça.
—Você sabe o quanto é difícil falar sobre isso,Mateus.
—Está fazendo a terapia?
—Sim. Mas isso não significa que eu vou me abrir de novo,isso nunca mais !
—Nós o aconselhamos a terminar o namoro no começo, você nunca gostou da Andressa!
—No começo eu só achava que se tratava de timidez , todos falavam para eu tentar...tentei. Eu achava que ela gostava mesmo de mim, aos poucos me entreguei e quando de fato me apaixonei...aconteceu aquilo.
—Ela foi a a maior vaga...- Mateus fica roxo - Acredita que ela foi visitar Luana e o bebê nos Estados Unidos e deu em cima do Alexandre?
—O quê?! Cara, elas eram melhores amigas! O que a Luana fez?
—A colocou para fora da casa dela na base dos puxões de cabelo. Estava caindo a maior nevasca no dia,ela nem se importou e deixou ela se virar sozinha na rua.
—Não morreu,porque teve a cara de pau de me procurar semana passada.
—Sério?! O que essa vaga...queria com você?
—Pedir para voltar, pedir perdão, dizer novamente que foi iludida,que em certo ponto a culpa foi minha por ser...você sabe.
—Sei e você não teve culpa de nada! Ela é uma aproveitadora sem coração. Difícil foi segurar a mamãe virando onça pra cima dela.
É a única parte da história que dou risada, a minha avó deu uma surra na Andressa que a assessoria de imprensa da família teve trabalho para abafar o escândalo,pois foi no prédio onde eu tinha comprado um apartamento de presente para Andressa e onde no mesmo lugar ela havia me traído. Dona onça mandou tirarem as coisas dela do apartamento, quando a Andressa chegou não tinha nada, minha avó pegou as roupas dela e jogou pela escada de incêndio, e a deu uma surra no meio do corredor, a ameaçou se ela fizesse questão do imóvel e disse voltaria com ajuda e seria pior.
—Quando eu soube disso lá na Espanha, estava no meio de um treino ,eu não parava de rir.
—Vovó não deixou barato...só que passou o tempo e a Andressa achou que eu esqueci. A cena está aqui Mateus -aponto para a minha cabeça - Eu nunca vou esquecer tamanha decepção,eu nunca mais irei abrir o meu coração novamente,ele está fechado para sempre!
—Não fala assim!
—Sério! Eu posso voltar a ficar com alguém, namorar rapidamente...mas abrir o meu coração nunca mais!
—Nem todas as mulheres são como a Andressa, você só teve o azar de encontrar uma aproveitadora no meio do caminho.
—Andressa me fez comprar um apartamento para ela,disse que na favela era um lugar perigoso e ela não tinha dinheiro para sair de lá, o otário aqui comprou, queria viagens, o otário bancava e eu achava que ela compreendia as minhas decisões, que tinha paciência comigo, mas não...era só para conseguir me manipular e extorquir.
—Ela foi muito suja...
—Eu voltei de uma viagem à trabalho dois dias antes,disposto a dar um passo a frente em nosso relacionamento e finalmente...encontro ela e o amante rindo de mim na cama! Debochavam da vida que eu resolvi ter, das minhas convicções e escolhas, o cara até disse que eu era gay e ela concordava.
—A sorte dela que você não é como eu, o Pedro ou o Lipe...ou os dois tinham partido para outro mundo ali mesmo!
Nesse momento,Carol vem descendo atrás de nós dois, trazendo a minha princesinha nos braços, a única mulher que arranca um sorriso fácil de mim derretendo o meu coração de gelo, a minha afilhada Alicinha.
—Vocês não vão subir?
—Vamos amor, só estamos colocando a conversa em dia. - responde Mateus
—Eu estou com fome, segura a sua filha aqui,não vou esperar por vocês - Carol passa a bebê para ele e sai caminhando pela areia fofa
—Vai minha bailarina, coisa linda e gostosa! - ela olha para trás e sorri com as bochechas vermelhas para o marido
—Como eu amo essa mulher, Levi...
Vejo o olhar apaixonado do Mateus para a esposa, lembro de tudo o que eles passaram para chegarem até aqui...porque eu não tive a sorte de encontrar alguém que me amasse ao ponto de suportar tudo o que a Carol suportou por amor ao Mateus?Acho que eu não nasci para isso...
—Eu vou salgar o corpo antes de subir, segura sua afilhada!
Mateus me passa a Alice e vai dar um mergulho, ela tem seis meses de pura fofura, mordo seus pezinhos e a bebê gargalha,puxa meus cabelos com força e morde meu nariz aos gritinhos.
—Ai garotinha! Isso doeu! Mas só você pode fazer isso,só você me machuca - ela sorri sem entender nada enquanto subo com ela no colo de volta para a casa - Nenhuma mulher nunca mais vai me tocar para me machucar...nunca mais!
...❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️...
...Atenção!...
●Não teremos capítulos aos sábados(mas domingo teremos 🥳)pois é o dia que tiro para me organizar para a próxima semana e deixar alguns episódios próximos e ficar livre no domingo para me dedicar à família.
●Mateus,filho caçula dos Lobato, e Carol viveram sua história de amor em : Meu Adorável Bilionário 4: Sonhos
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Leni Rocha
Não li os livros anteriores pra entender a história, mas
tô gostando muito dessa.
2025-08-01
6
Vilma Barbosa de Oliveira
autora nos relembra os personagens, Bia e filha de Samuca? colocar os filhos de quem ,sua histórias são incríveis já começa boa
2025-08-03
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Michele Bonfim
Ahhhh Levi não adianta , está na sua genética viver grande amor ....uma herança dos seus avós, vc vai encontrar alguém que o valorize e o aceite como vc realmente é: fiel e verdadeiro.
2025-08-02
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