Capítulo 5: Primeiras Mortes
O clima na Mansão Blackwood havia mudado drasticamente. O jogo, que começou como uma simples simulação, transformou-se em um pesadelo palpável, onde cada um dos estudantes sentia a pressão da incerteza e do medo. O eco de seus próprios passos parecia ressoar como um lembrete constante de que estavam sozinhos em um lugar que agora parecia hostil.
Ana, Beatriz, João, Lucas e Carla se dispersaram novamente, mas a sensação de que o assassino estava observando cada movimento os seguia. As luzes da mansão pareciam se apagar e acender de maneira errática, criando um efeito claustrofóbico que fazia com que cada um deles se sentisse isolado em seus próprios pensamentos. O pânico começava a se infiltrar em suas interações.
Ana decidiu investigar novamente a biblioteca, onde havia encontrado pistas anteriormente. Ao entrar, ela sentiu uma onda de familiaridade, mas também de tensão. O cheiro do papel envelhecido era reconfortante, mas a sensação de que algo estava prestes a acontecer a deixou inquieta. Enquanto examinava os livros, algo se moveu em sua visão periférica. Ela virou rapidamente, mas não viu nada. O medo começou a crescer dentro dela.
“Foco, Ana,” ela murmurou para si mesma. “Isso é apenas um jogo. Apenas um jogo.” Mas a ideia de que poderia haver um assassino real a deixava em estado de alerta.
Enquanto isso, João e Beatriz se encontraram na cozinha, onde haviam descoberto a faca. Eles estavam discutindo como poderiam usar a faca como uma pista. “Se o assassino a usou, precisamos encontrar mais informações sobre ela,” Beatriz disse, examinando a lâmina com atenção. “O que sabemos sobre sua origem?”
“Precisamos de um plano. Vamos procurar em todos os armários e gavetas. Alguma coisa deve nos dar uma pista,” João respondeu, sua determinação crescente. Ele estava começando a se sentir mais confiante, mas a pressão de ser um suspeito ainda pesava sobre seus ombros.
Lucas e Carla, por outro lado, estavam explorando o corredor do segundo andar. O ar estava pesado, e cada passo parecia ecoar em um silêncio opressivo. “Você acha que é seguro aqui em cima?” Carla perguntou, sua voz quase um sussurro. “Sinto como se estivéssemos sendo observados.”
“Precisamos ser cuidadosos, mas não podemos deixar o medo nos controlar,” Lucas respondeu, tentando manter a calma. “Se formos rápidos e discretos, podemos descobrir algo que nos ajude.”
No entanto, a tensão estava começando a afetar Lucas. Ele sentiu uma onda de ansiedade ao pensar na possibilidade de que algo pudesse dar errado. “E se o assassino estiver aqui agora, observando a gente?” ele perguntou, sua voz carregada de preocupação.
“Precisamos nos concentrar,” Carla insistiu. “Precisamos descobrir a verdade antes que seja tarde demais.”
Ao mesmo tempo, Ana decidiu que era hora de se reunir com os outros novamente. A biblioteca não revelava mais segredos, e o sentimento de solidão era esmagador. Ao sair da sala, ela se deparou com um corredor escuro que levava a uma escada. Com determinação, ela começou a subir.
Enquanto subia, um grito cortou o ar. Um grito agudo e desesperado que fez seu coração disparar. Ana correu para a origem do som, sua mente girando com pensamentos aterrorizantes. “O que aconteceu? Quem foi?” Sua mente estava em um turbilhão, e a adrenalina a impulsionava.
Quando Ana chegou ao segundo andar, encontrou Beatriz e João, pálidos e em choque. “O que aconteceu?” ela perguntou, ofegante.
“Foi Lucas!” Beatriz disse, com os olhos arregalados. “Encontramos ele no corredor… ele… ele está ferido!”
Ana sentiu um frio na barriga. “Ferido? Como isso aconteceu?” A ansiedade estava prestes a consumi-la.
João, visivelmente abalado, apontou para o corredor. “Ele estava lá, caído no chão! O que vamos fazer?”
Ana correu pelo corredor e encontrou Lucas estirado no chão, a respiração entrecortada. Ele tinha um corte profundo na lateral do abdômen, e o sangue se espalhava pelo chão. “Lucas, por favor, fique comigo! O que aconteceu?” Ana gritou, ajoelhando-se ao lado dele.
“Eu… eu não sei,” Lucas gaguejou, sua voz fraca. “Estava procurando… algo… e então alguém me atingiu. Não consegui ver quem era.” As palavras saíam de sua boca com dificuldade, e a dor em seus olhos era evidente.
“Chame a ajuda!” Beatriz gritou, enquanto João tentava estancar o sangue com suas mãos. “Precisamos fazer algo antes que seja tarde demais!”
Ana estava em estado de choque. A realidade do jogo havia se manifestado de uma forma que eles nunca poderiam imaginar. O que era para ser uma simulação agora se tornava um pesadelo real. “Fique comigo, Lucas! Alguém vai ajudá-lo!” Ela pegou seu celular, mas não havia sinal. A mansão parecia ter cortado todas as comunicações externas.
“Não podemos deixar que ele morra aqui,” João disse, sua voz tensa. “Precisamos levá-lo para o andar de baixo e encontrar Victor. Ele deve saber o que fazer.”
“Não! Não o movam!” Lucas gritou, sua voz cheia de dor. “Pode piorar a situação!”
“Precisamos fazer algo!” Beatriz insistiu, seus olhos marejados enquanto olhava para o amigo ferido. O desespero estava se espalhando rapidamente entre eles.
Ana olhou em volta, buscando algo que pudesse ajudá-los. “Vamos improvisar! Precisamos encontrar algo para estancar o sangue!” Ela se levantou, correndo para a biblioteca novamente, onde lembrava de ter visto lenços e toalhas.
Quando voltou, encontrou João e Beatriz tentando confortar Lucas, enquanto ele gemia de dor. “Me ajudem!” Ana implorou, enquanto começava a amarrar os panos em torno da ferida.
“Isso pode ajudar, mas precisamos de ajuda médica,” Beatriz disse, sua voz tremendo. “O que vamos fazer se não conseguirmos sair daqui?”
Lucas estava começando a perder a consciência. “Apenas… apenas descubram quem fez isso. Eu não quero morrer sem saber… a verdade.”
A declaração de Lucas cortou o coração de todos. O jogo havia se tornado real, e a luta pela sobrevivência agora era uma questão de vida ou morte. O que antes era apenas uma simulação agora se tornava uma realidade aterrorizante. O assassino estava entre eles, e o terror estava prestes a se intensificar.
Ana, com lágrimas nos olhos, olhou para os amigos. “Precisamos encontrar Victor. Ele deve saber como lidar com isso.” Mas, à medida que as palavras saíam de sua boca, a porta do corredor se abriu com um estrondo, e Victor apareceu, seu olhar sério e preocupado.
“O que aconteceu aqui?” ele perguntou, seu tom de voz grave.
“Lucas está ferido! Precisamos de ajuda!” Ana gritou, sua voz ecoando na mansão.
Victor se aproximou rapidamente, avaliando a situação. “O que aconteceu?” ele questionou novamente, mas seu olhar passou rapidamente por cada um deles, como se estivesse analisando as reações de todos.
“Ele foi atacado! Precisamos levá-lo para fora… para um médico!” Beatriz exclamou, a ansiedade transparecendo em seu rosto.
Victor hesitou por um momento, e Ana percebeu que havia algo mais em seu olhar. “Calma. Primeiro, precisamos garantir que o perigo foi neutralizado. O assassino ainda pode estar à solta.”
A declaração de Victor fez o coração de Ana disparar. “Você está dizendo que podemos estar em perigo aqui? Que o assassino pode voltar?”
“Precisamos ser cautelosos. O jogo não é o que parece, e a segurança de todos deve ser a prioridade,” Victor respondeu, sua voz calma, mas cheia de uma tensão subjacente.
Ana olhou para Lucas, que estava começando a perder a consciência. “Ele não pode esperar! O que vamos fazer?”
“Chame os outros e se preparem para mover Lucas,” Victor disse, seus olhos firmes. “Precisamos agir rápido antes que o assassino ataque novamente.”
Com isso, Ana correu pelo corredor, chamando por Carla e João. A adrenalina corria em suas veias, e a urgência da situação a impulsionava. O que deveria ser um simples jogo agora havia se tornado uma luta pela vida de seu amigo, e o assassino estava mais perto do que jamais poderiam imaginar.
“Carla! João! Precisamos de vocês!” Ana gritou, sua voz ressoando na mansão.
A realidade do que estava acontecendo se tornava cada vez mais clara. O jogo tinha se transformado em uma corrida contra o tempo, e a verdade que todos buscavam estava prestes a se revelar de uma maneira que ninguém poderia prever.
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Atualizado até capítulo 68
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