Capítulo 2: A Mansão Blackwood
A neblina espessa envolvia a estrada sinuosa que levava até a Mansão Blackwood, fazendo com que cada curva parecesse um portal para outra dimensão. À medida que o grupo de estudantes se aproximava, o céu escurecia, cobrindo o local com um manto de mistério. A mansão, uma construção vitoriana imponente, erguia-se como um monumento ao passado, suas janelas altas refletindo um brilho sinistro sob a luz da lua. Era um lugar que parecia ter vida própria, guardando segredos que estavam enterrados há muito tempo.
“Uau, isso é… diferente do que eu imaginava,” disse Beatriz, sua voz tremendo ligeiramente, enquanto observava a mansão que se erguia diante deles. O grupo parou na entrada da propriedade, admirando a grandiosidade do edifício, mas também sentindo um calafrio percorrer suas espinhas.
“Parece o cenário perfeito para um filme de terror,” comentou João, cruzando os braços em um gesto defensivo. Ele estava claramente nervoso, mas sua tentativa de humor disfarçava a ansiedade crescente.
“Vamos lá, pessoal! É só um jogo,” disse Ana, tentando manter o ânimo do grupo. “Lembrem-se do que estamos aqui para fazer. Isso vai ser incrível!” Sua voz estava repleta de entusiasmo, mas mesmo ela não conseguia ignorar a sensação de que algo estava errado.
Enquanto caminhavam pela trilha de pedras que levava à entrada principal, Lucas olhou em volta, absorvendo a atmosfera. “É interessante como esse lugar tem um ar de mistério. Aposto que tem uma história fascinante por trás dele. Imaginem quantas pessoas já passaram por aqui.” Ele estava sempre intrigado por histórias e mistérios, e a mansão Blackwood parecia ser o cenário perfeito para suas especulações.
Carla, a mais cautelosa, estava absorta em seus pensamentos. “Mas e se essa história for sombria? A mansão pode ter segredos que não queremos descobrir…” Sua voz falhou, e os outros a encararam com uma expressão de preocupação. O olhar de Carla, muitas vezes mais perceptivo que o dos outros, parecia captar uma estranheza no ar que os demais não podiam ver.
Assim que chegaram à porta da frente, um som ecoou através da mansão, como se a própria casa estivesse respondendo à sua chegada. A porta se abriu lentamente, revelando um homem alto e magro, vestido de maneira formal, com um olhar penetrante que parecia analisar cada um deles.
“Bem-vindos à Mansão Blackwood. Meu nome é Victor, e serei seu anfitrião durante esta experiência,” ele disse, sua voz suave e controlada. “Entrem, por favor. O jogo começará em breve.”
Ao atravessar o limiar, o grupo foi recebido por um interior ricamente decorado, com móveis antigos e quadros emoldurados que pareciam observar cada movimento. O cheiro de madeira polida e cera de abelha permeava o ar, e o som do creak das tábuas do piso ecoou como um aviso distante. Mas havia algo mais, uma sensação de inquietação que permeava o ambiente, como se as paredes estivessem sussurrando segredos.
“Este lugar é incrível!” exclamou Beatriz, enquanto admirava um grande lustre de cristal pendurado no teto. Mas, mesmo enquanto falava, um arrepio percorreu sua espinha. Algo na mansão a deixava desconfortável.
Victor os conduziu a uma sala ampla, onde uma mesa estava disposta com bebidas e petiscos. “Antes de começarmos, gostaria que todos se apresentassem,” ele disse, olhando para cada um deles. “É importante que vocês se conheçam, pois isso pode ser crucial para o jogo.”
Enquanto cada um se apresentava, compartilhando um pouco sobre si e suas motivações para participar do jogo, a tensão começou a se dissipar. Mas a curiosidade e o nervosismo aumentavam à medida que Victor explicava as regras do jogo.
“Vocês estão aqui para participar de uma simulação de crimes, onde cada um de vocês terá um papel a desempenhar. Algumas tarefas exigirão que vocês analisem a mente humana e façam deduções baseadas no comportamento dos outros. Mas lembrem-se, o jogo é baseado na confiança. Vocês não sabem quem é o verdadeiro assassino entre vocês.”
As palavras de Victor ecoaram na mente de cada um. Um verdadeiro assassino? O que isso significava? A atmosfera na sala mudou instantaneamente. O que deveria ser uma experiência divertida agora se tornava um jogo de vida ou morte.
“E se alguém realmente morrer?” perguntou João, sua voz carregada de incredulidade. O murmúrio de risadas nervosas se transformou em silêncio. A tensão cresceu, e o olhar sério de Victor fez com que todos sentissem o peso da verdade em suas palavras.
“Se isso acontecer, o jogo se tornará muito mais interessante,” Victor respondeu, sem perder a compostura. “Mas não se preocupem. O objetivo é que todos completem suas tarefas e descubram quem é o assassino, antes que ele escolha mais uma vítima.”
O clima na sala tornou-se pesado, e os rostos dos estudantes mostraram uma mistura de medo e excitação. Eles estavam prestes a embarcar em uma jornada que desafiaria não apenas suas habilidades, mas também seus limites morais e emocionais.
“Agora, vamos começar,” disse Victor, com um sorriso enigmático nos lábios. “O jogo está prestes a começar, e as regras são simples: se você for eliminado, sairá da mansão sem saber a verdade. Preparem-se, pois a escuridão pode estar mais próxima do que imaginam.”
Com essas palavras, a porta da sala se fechou com um estrondo, ecoando como um prenúncio do que estava por vir. O jogo havia começado, mas a verdadeira luta pela sobrevivência estava apenas começando.
Enquanto a tensão pairava no ar, cada um dos estudantes começou a refletir sobre o que estava prestes a acontecer. O medo e a adrenalina começaram a se entrelaçar, criando um fio invisível que os unia em um destino incerto.
“E se o verdadeiro jogo não for apenas descobrir quem é o assassino, mas também enfrentar nossos próprios medos?” sussurrou Carla, olhando fixamente para a porta fechada. A frase pairou no ar, e todos sentiram um calafrio percorrer suas espinhas. O que eles estavam prestes a descobrir poderia mudar suas vidas para sempre.
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Atualizado até capítulo 68
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