4 – O Começo do Caminho

Capítulo 4 – O Começo do Caminho

Cinco dias se passaram desde que Harry conseguiu atrair o primeiro fio de Qi para seu corpo. Os dias seguintes foram marcados por paciência e persistência. Ele continuou treinando com afinco, tentando fortalecer tanto a mente quanto o corpo.

No vigésimo quinto dia de suas férias, algo finalmente mudou.

Enquanto meditava embaixo da árvore solitária no campo, o Qi fluiu com mais força. Seu corpo estremeceu levemente, o dantian pareceu se expandir, e uma sensação quente percorreu seu abdômen. De repente, sentiu como se todo o seu corpo estivesse mais leve, mais firme, mais vivo.

Ele havia atravessado a barreira.

— Eu consegui... Primeiro nível do Cultivador de Qi...! — murmurou para si mesmo, quase sem acreditar.

Levantou-se devagar, testando suas novas capacidades. Correu ao redor da casa e percebeu que estava mais rápido. Seus olhos enxergavam com mais clareza: as folhas balançando no alto das árvores, pequenos insetos voando, até mesmo um coelho no mato a dezenas de metros de distância.

Caminhou até a área onde guardava alguns sacos de cimento antigos e, por curiosidade, tentou levantar um dos mais pesados — com cerca de cem quilos. Com um esforço mínimo, ergueu o peso com uma só mão.

— Isso é incrível...

Sua força havia aumentado consideravelmente. O corpo inteiro parecia renovado. Ele sentia os músculos vibrando com energia, como se estivesse prestes a explodir em movimento.

De volta à casa, sentou-se na varanda, ainda ofegante de empolgação, quando o celular vibrou. Era uma mensagem de Vinícius:

"Cara, dei uma olhada. Tá rolando um monte de desaparecimentos aqui na região. A polícia acha que é um serial killer. Teve até uma fazenda perto daqui onde acharam uma mancha de sangue enorme, mas sem corpo. Tá bizarro."

Harry sentiu um calafrio. Guardou o celular no bolso e ficou parado, encarando o horizonte. Precisava ver com os próprios olhos.

Enquanto caminhava pela casa, pegou o velho facão do seu avô, que ficava pendurado na parede da cozinha. Era uma relíquia enferrujada que seu tio guardava de recordação, mas Harry sentiu um estranho conforto ao segurá-lo — como se o passado do avô, de alguma forma, o protegesse.

Quando estava prestes a sair, cruzou com o tio na porta da frente. O velho franziu o cenho ao ver o facão na mão do sobrinho.

— Vai pra onde com isso, Harry? — perguntou, preocupado.

— Até a cidade. Preciso ver uma coisa — respondeu, tentando soar firme.

O tio ficou em silêncio por alguns segundos. Olhou para o facão, depois para os olhos do sobrinho.

— Vá com cuidado... — disse, finalmente. — E não se meta em confusão.

Harry assentiu e saiu, sentindo o peso do mundo nos ombros — e a lâmina fria na mão.

Algumas horas depois, tomou coragem e decidiu ir até a cidade próxima. Seguiu a pé pela estrada de terra, ainda com a mente fervendo.

Foi então que o medalhão brilhou. Um brilho intenso e pulsante. Harry parou imediatamente, o coração disparado.

Do meio das sombras, surgiu um cachorro estranho, com olhos vermelhos brilhantes, a pele marcada por mutações escuras e uma aura sombria que fez seus pelos se arrepiarem.

Harry engoliu seco e se escondeu atrás de uma árvore próxima. O medalhão em seu peito brilhou intensamente — sinal de que o inimigo estava perto.

O cachorro sentiu seu cheiro e avançou, rápido.

No reflexo, Harry levantou o facão e acertou o animal. Ele não se feriu, mas recuou, assustado.

Depois de um rosnado baixo, o cachorro fugiu para dentro da mata.

Harry ficou ali, ainda tremendo, mas sem nenhum arranhão.

— Foi por pouco... Ainda sou muito fraco...

Voltou para casa em silêncio, o facão ainda firme nas mãos. Fechou todas as portas e janelas e trancou tudo. Sentou-se no chão da sala, respirando fundo até conseguir se acalmar.

— Eu tive sorte hoje...

Olhou para o facão com um misto de alívio e arrependimento.

— Não era pra matar aquele animal... Se fosse um civil, ou uma pessoa... eu nem saberia o que fazer.

Sacudiu a cabeça, afastando os pensamentos. Respirou fundo.

— Agora que sou um cultivador... talvez possa tentar uma técnica.

Sentou-se na posição mais confortável possível. Tentou a posição de lótus, mas suas pernas ainda reclamavam do sedentarismo. Depois de alguns ajustes e resmungos, conseguiu algo aceitável.

Fechou os olhos e mergulhou na lembrança deixada por Long Hai, gravada em sua mente junto com a técnica de cultivo do Qi.

Além disso, havia mais: as Técnicas Elementais Básicas.

🔥 Bola de Fogo

💧 Jato de Água

🌱 Raiz Aprisionadora

🪨 Muralha de Terra

⚔️ Lâmina Espiritual

Decidiu tentar o mais chamativo: fogo.

Com a respiração controlada e o foco no dantian, visualizou uma pequena centelha, reunindo Qi no ponto certo de seu corpo. Lembrou das instruções mentais — condense, aqueça, projete.

A palma da mão direita começou a formigar. Uma leve faísca apareceu... e se apagou.

— Droga...

Tentou de novo. Uma pequena chama surgiu na ponta do dedo... e desapareceu rapidamente.

Apesar de falhar, seus olhos brilharam de animação.

— É real... eu consigo sentir...!

Mesmo com dificuldade, ele não desistiria.

E agora, um novo mundo a conquistar.

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