A sala era isolada.
Sem janelas.
Sem câmeras externas.
Apenas concreto, ferro e silêncio.
O comandante Garrick Moore estava amarrado à cadeira metálica no centro da câmara.
Seu rosto estava inchado. A respiração, acelerada.
E a alma... já em frangalhos.
No canto da sala, sobre uma bancada de aço inoxidável, repousava o meu kit cirúrgico personalizado.
Pinças, bisturis, tesouras curvas, alicates de precisão, serrotes manuais, facas especiais para corte nervoso.
Ferramentas de guerra silenciosa.
Ferramentas de punição lenta.
Liguei o gravador digital.
A voz saiu alterada, filtrada, sem nenhuma frequência identificável.
— Nome completo.
— Eu... eu não vou falar.
— Confesse.
— Vai matar de qualquer jeito, não vai? — ele riu, cuspindo sangue. — Então faça. Mas saiba… eu não me arrependo.
Me aproximei lentamente.
Inclinei o rosto diante do dele, olhos nos olhos, por trás da máscara.
Falei com firmeza:
— Justamente. Vai morrer. Mas se falasse… eu não precisaria fazer o que mais desejo fazer.
E você sabe exatamente do que sou capaz.
Ele empalideceu.
Abri a maleta com um estalo metálico.
Organizei os instrumentos com precisão clínica.
Peguei o primeiro: o extrator de unha.
Comecei pelos dedos dos pés.
Um por um.
Devagar.
Ele gritou.
— Mata logo, desgraçado!
— Não. Ainda não.
— Pelo amor de Deus...
— Eu quero que confesse.
— Eu não vou falar!
— Ótimo. Então continuemos.
Peguei o bisturi.
Deslizei a lâmina lentamente pela parte interna da coxa.
O sangue escorreu quente.
A pele se abriu como papel molhado.
— Quem mandou matar minha família?
— NÃO VOU FALAR!
O som da serra elétrica preencheu a sala.
Ele tentou se soltar, mas os punhos estavam presos por tiras de aço reforçado.
— Agora… vamos abrir espaço, senhor comandante.
Uma perna de cada vez.
— EU FALO! EU FALO! PELO AMOR DE DEUS, TERMINE LOGO COM ISSO!
— Então cante. Como um passarinho.
Ele chorava. O rosto banhado em desespero.
— Foi… foi o senador Lutz! Ele... ele mandou... porque o irmão dele morreu na sua missão no Líbano. Disse que era para apagar você. Que era para fazer você sangrar. Que sua família era o preço!
Eu permaneci imóvel.
Frio.
Gravando tudo.
— E você?
— Eu fui o canal. Eu coordenei. Paguei os homens. Eu... eu mandei encenar o acidente.
— Por quê?
— Porque você estava atrapalhando os planos! Você descobriu demais! Você sempre soube demais!
Silêncio.
A verdade havia sido dita.
E a sentença... estava pronta.
Peguei o galão de gasolina.
Abri lentamente.
Derramei sobre ele, deixando o líquido escorrer pelo corpo amarrado, pela roupa rasgada, pelo chão da sala.
Ele chorava.
O medo era mais forte que a dor.
— O que... o que vai fazer?
— Vou conceder a única coisa que você negou à minha família: a chance de sentir.
Risquei o fósforo.
O fogo acendeu lentamente.
As chamas subiram como serpentes.
— O que acha de ser queimado vivo?
Gritei apenas uma última vez, direto na gravação:
— Missão encerrada. Nome do alvo: Comandante Garrick Moore.
Confissão registrada. Justiça feita.
Código: Tic-Tac.
Saí em silêncio.
Levei meus equipamentos.
O corpo ficaria ali, consumido.
Sem rastros.
Sem retorno.
As chamas dançavam em silêncio.
Os gritos cessaram.
O fogo consumia tudo — carne, osso, pecado.
Eu observei.
Não com prazer.
Mas com propósito.
Quando tudo virou carvão, murmurei baixinho:
— Depois que as chamas se apagarem…
voltarei.
Recolherei o que restar.
E dissolverei no tanque de ácido.
Nada. Absolutamente nada. Vai sobrar do comandante.
A missão estava concluída.
Mas a guerra… não.
Enquanto eu ajustava os instrumentos de volta à maleta, a imagem do próximo nome brilhava no visor do meu terminal:
Senador Louis Lutz.
— Que culpa eu tive se não consegui salvar o irmão dele? — murmurei, enquanto trancava o bunker.
— Não… “não consegui” é bondade demais.
Eu deixei o irmão dele morrer.
Porque ele era escória. Um criminoso infiltrado nas operações.
Traidor. Contrabandista.
E o senador sabia.
Apoiava.
Protegia.
Respirei fundo.
— E, pelo que vejo, o “senadorzinho” é feito da mesma lama.
Escória disfarçada de patriotismo.
Corrupto com terno e comitê.
Fechei a maleta.
Olhei para o céu limpo de madrugada.
E disse em voz baixa, firme, como um sussurro para a própria morte:
— Próximo alvo:
Um senador que enganou a pátria.
Tic-Tac, Lutz.
O relógio está contando.
Lá fora, o céu estava limpo.
E a guerra de verdade começou.
####O Veneno das serpentes
Enquanto as cinzas do comandante ainda ardiam em silêncio no fundo do tanque de ácido,
o terminal seguro de Heide apitou.
Chamada codificada.
Origem: Grécia.
Atendeu com a voz modificada.
— Fale.
— Senhor Ryder, o contato #942 me deu este número. Disse que o senhor entrega o que promete.
— Qual é o alvo?
— Stephanos Vasiles.
— Parentesco?
— Filho.
— Nome completo do solicitante?
— Astraea Vasiles.
— Motivo?
— Ele está em meu caminho.
Pausa.
— Transferência feita?
— Ainda não. Prefiro pagar pessoalmente.
A chamada foi encerrada.
Mas um alerta interno foi ativado.
A forma como ela falava.
O uso do nome “filho” com indiferença.
A rapidez com que pronunciava a sentença.
Algo estava errado.
Muito errado.
Em menos de 48 horas, Rayder embarcou com novo disfarce:
Erik Krüger, cidadão alemão de negócios internacionais.
Olhos castanhos escuros, barba grisalha falsa, cicatriz sutil no rosto, sotaque cuidadosamente ensaiado.
Traje impecável, postura firme, identidade blindada.
Chegou a Mykonos em um voo particular.
Hospedou-se com documentação limpa, seguindo protocolos de segurança estabelecidos com Tanásios, seu único fornecedor de tecnologia e blindagem global.
A reunião ocorreu no terraço de um hotel cinco estrelas.
Astraea Vasiles.
Alta, fria, elegante. Olhos de quem nunca hesita.
Ela estendeu uma maleta com quinhentos mil euros em espécie.
— O restante será entregue após o serviço — disse. — Assim que Stephanos estiver fora do caminho.
Ryder observou.
Não respondeu de imediato. Considere o serviço feito.
Apenas aceitou a maleta, com luvas.
Mas ali, naquele momento, a suspeita veio à tona .
Porque o julgamento dele ainda não havia sido feito.
— Entendido. — respondeu, com sotaque carregado. — Mas o tempo de execução do alvo eu determino.
Ela arqueou uma sobrancelha, desconfiada.
Mas ele já não estava mais ali, emocionalmente.
Já havia ativado o protocolo de investigação.
De volta ao quarto, ligou seus sistemas de varredura digital.
Começou a escavar tudo que existia sobre Stephanos Vasiles:
Nascimento, registros, movimentações, arquivos ocultos, contatos.
E descobriu.
Astraea não era quem parecia ser.
Era hora de investigar a mãe de Stephanos e Alexander, irmãos gêmeos, empresários gregos.
A missão estava oficialmente código investigar alvo e provavelmente inverter a missão no futuro.
Fechou o notebook.
Olhou para o relógio.
— Tic-Tac...
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Adriana Andrade
será q ele vai se apaixonar pela garota q ele vai resgatar??/Hey//Hey/ tomara p amenizar o sofrimento q ele carrega, quem sabe ele constrói uma família /Smile/
2025-07-24
3
Irá
Eu estou apaixonada por essa história! Queria um protetor desses na minha vida 🥰🥰🥰🥰🥰🥰🥰
2025-08-09
1
Autora Val Veiga
tô amando
manda mais autora
2025-07-24
0