Boa leitura 🌻 ✨
A manhã na mansão Albuquerque trazia um silêncio enganador, como se a casa soubesse guardar segredos. Violeta, com as mãos ocupadas polindo os corrimões de madeira da escadaria principal, tentava manter a mente focada no trabalho. Mas era inútil. Cada pensamento voltava para Erick — o jeito como ele a olhou na sala, a pergunta sobre sua vida, a forma como sua voz parecia carregada de algo que ela não ousava nomear. Era perigoso, ela sabia. Ainda assim, uma parte dela queria se jogar naquele abismo.
Na cozinha, Dona Rosa amassava pão com uma energia que denunciava sua inquietação. Ela não havia dito nada sobre o que percebera na filha, mas o instinto de mãe falava alto. Violeta estava diferente — mais distante, com um brilho nos olhos que misturava esperança e perigo. Rosa suspirou, limpando as mãos no avental. “Essa menina tá brincando com fogo”, pensou, mas guardou as palavras para si.
No escritório do segundo andar, Erick analisava planilhas no laptop, mas sua concentração era uma fachada. Ele tamborilava os dedos na mesa, os pensamentos vagando para a conversa com Violeta na véspera. Por que ele se sentia tão intrigado por ela? Era mais do que curiosidade agora — era como se, de repente, ela tivesse se tornado uma peça essencial de um quebra-cabeça que ele nem sabia que estava montando. Ele balançou a cabeça, tentando se convencer de que era só um capricho passageiro. Mas, no fundo, sabia que era mais.
Dona Karen, enquanto isso, tomava chá na varanda, os olhos fixos no horizonte, mas a mente afiada como sempre. A interação entre Erick e Violeta na sala de estar a deixara inquieta. Não era nada explícito, mas o instinto de Karen era implacável. Ela conhecia o filho, sabia quando ele estava distraído, e aquela empregada... havia algo nela que a incomodava profundamente. “Pobres sempre têm ambições acima do seu lugar”, pensou, com um desprezo que mascarava sua própria insegurança. Ela precisava manter Erick no caminho certo — um futuro com Clara Martins ou alguém de igual estatura social.
Mais tarde, no final da tarde, Violeta foi enviada ao depósito nos fundos da mansão para buscar algumas caixas de decoração para um evento próximo. O lugar era um labirinto de prateleiras empoeiradas, iluminado por uma única lâmpada fraca. Enquanto tentava alcançar uma caixa no alto, ela ouviu a porta ranger. Seu coração deu um salto quando viu Erick entrar, as mangas da camisa dobradas até os cotovelos, o rosto marcado por uma expressão que misturava hesitação e determinação.
— Precisa de ajuda? — perguntou ele, a voz mais suave do que o usual, como se temesse assustá-la.
Violeta congelou, a caixa quase escorregando de suas mãos. — Eu... consigo, mas se quiser ajudar, é bem-vindo — disse, tentando soar casual, embora o tremor em sua voz a traísse.
Erick subiu na escada ao lado dela, pegando a caixa com facilidade. Seus dedos roçaram os dela por um instante, e o toque, por mais breve que fosse, fez o ar parecer mais pesado. Eles desceram, ficando frente a frente no espaço apertado do depósito. O silêncio entre eles era carregado, como se ambos soubessem que estavam à beira de algo irreversível.
— Por que você tá aqui? — perguntou Violeta, surpreendendo a si mesma com a ousadia. Ela precisava saber se era só gentileza ou algo mais.
Erick hesitou, os olhos verdes fixos nos dela. — Não sei — admitiu, com uma honestidade que o pegou desprevenido. — Só... quis te ver.
As palavras caíram como uma pedra no peito de Violeta. Ela abriu a boca para responder, mas o som de passos pesados do lado de fora a fez recuar. Erick também se afastou, o momento quebrado pela realidade. Era Dona Rosa, chamando Violeta para ajudar na cozinha.
— Já vou, mãe! — gritou Violeta, o coração disparado. Ela olhou para Erick, que parecia tão abalado quanto ela. — É melhor eu ir — sussurrou, antes de sair correndo, deixando-o sozinho no depósito.
Erick ficou parado, o eco das palavras dele ainda reverberando. “Quis te ver”. Ele não sabia de onde isso tinha vindo, mas agora que dissera, não podia mais ignorar. Algo estava crescendo entre eles, algo que ele não podia controlar.
Enquanto isso, no corredor, Karen observava de longe, tendo chegado a tempo de ver Violeta sair apressada do depósito. Ela não viu Erick, mas o rubor no rosto da empregada e a pressa em seus passos foram o suficiente para alimentar suas suspeitas. Karen apertou os lábios, o olhar endurecendo. “Isso não vai ficar assim”, pensou, enquanto um plano começava a se formar em sua mente.
Naquela noite, Violeta deitou na cama, o caderno aberto sobre o peito. Ela não escreveu nada. Em vez disso, fechou os olhos, o toque de Erick ainda queimando em sua pele. Pela primeira vez, ela permitiu-se imaginar o impossível: e se ele sentisse o mesmo? Mas a sombra de Karen pairava como uma ameaça, lembrando-a de que alguns sonhos vinham com um preço alto demais.
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Atualizado até capítulo 26
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