Capítulo 2: Ecos do Passado

O dia seguinte amanheceu nublado, refletindo o turbilhão de emoções que Clara sentia. Ela se sentou à mesa da cozinha, a caneca de café fumegante em suas mãos, enquanto olhava pela janela para as ruas desertas de Eldridge. A cidade parecia diferente agora, como se os segredos que a envolviam estivessem prestes a se revelar.

As lembranças da noite anterior ainda ecoavam em sua mente. Lucas. Seu olhar profundo e a forma como ele parecia entender sua busca por respostas a deixaram inquieta. “Quem é ele?”, ela pensou, enquanto o sol tímido tentava romper as nuvens pesadas.

Decidida a não deixar que a curiosidade a consumisse, Clara pegou seu caderno e começou a anotar os detalhes que havia coletado sobre os desaparecimentos. Havia algo em comum entre as vítimas: todas eram jovens e tinham um passado que envolvia relacionamentos complicados. Isso fez Clara se questionar se havia um padrão oculto ou se tudo era apenas uma coincidência trágica.

Com seu caderno em mãos, ela decidiu visitar a delegacia local para conversar com Rafael. Ele sempre tinha acesso às informações mais recentes e poderia ajudá-la a descobrir mais sobre os casos. Ao entrar na delegacia, o cheiro de café forte e o som dos telefones tocando criaram uma atmosfera familiar.

— Clara! — Rafael cumprimentou-a com um sorriso caloroso assim que a viu. Ele estava em seu escritório, cercado por pilhas de papéis e fotos das vítimas. — O que faz aqui tão cedo?

— Preciso de sua ajuda — respondeu Clara, fechando a porta atrás de si. — Quero saber mais sobre os desaparecimentos.

Rafael franziu o cenho, preocupado. — Você sabe que isso pode ser perigoso, certo?

— Eu sei, mas preciso entender o que está acontecendo nesta cidade. Não posso ficar parada enquanto pessoas somem sem explicação.

Ele suspirou, passando as mãos pelos cabelos castanhos. — Tudo bem, mas você precisa ter cuidado. Vou ver o que posso fazer.

Enquanto Rafael procurava informações nos arquivos da delegacia, Clara não pôde deixar de pensar em Lucas novamente. Por que ele parecia tão familiar? Havia algo em seu olhar que despertava uma sensação estranha dentro dela.

Após alguns minutos, Rafael voltou com algumas impressões. — Aqui estão os relatórios das últimas vítimas — disse ele, entregando os papéis para Clara. — O último desaparecimento foi há duas semanas. A vítima se chamava Ana e também tinha um histórico complicado em relacionamentos.

Clara examinou as informações com atenção, seu coração acelerando à medida que percebia as coincidências entre as histórias das vítimas.

— Você acha que isso pode ser obra de uma única pessoa? — perguntou ela.

— Pode ser. Mas também pode ser apenas uma série de eventos isolados — respondeu Rafael, olhando nos olhos dela com preocupação. — Precisamos ter cuidado ao tirar conclusões precipitadas.

Clara assentiu, mas sua determinação só crescia. Ela sabia que havia algo mais profundo por trás desses desaparecimentos e estava disposta a descobrir a verdade.

Conforme saía da delegacia, seu coração batia forte no peito. A atmosfera ao redor parecia carregada de tensão e mistério, como se Eldridge estivesse esperando para revelar seus segredos mais obscuros.

E nesse momento, ela percebeu: seus caminhos estavam prestes a cruzar novamente com Lucas Almeida e as sombras do passado nunca foram tão próximas.

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