Gabriel cresceu um menino muito amado por seus pais Roberto e Elenita e a irmã Daniela.
A família morava numa casa bastante confortável num bairro afastado do centro da Capital. Os seus pais tinham uma loja de móveis. A loja era herança da família materna. Com a excelente administração do casal, a loja aumentou muito desde que a assumiram.
Daniela ajudava os pais desde os seus 16 anos e agora com 30, tinha a sua própria loja para administrar. É casada e tem 2 filhos. O seu marido Sérgio, é médico cardiologista numa clínica da Capital. Logo irá ser o dono, pois comprará a parte do sócio, que foi morar numa cidade menor.
Gabriel desde pequeno dizia que seria médico. Os seus pais o apoiavam. Estudou muito e cursou a faculdade desejada. Fez uma promessa, que se conseguisse ser efetivado no hospital Central, dedicaria um tempo como socorrista voluntário.
Formou-se com honra e destaque. Cumpriu a sua promessa.
Estava solteiro por opção, pois, desiludiu- se por amor no início do seu curso. Ela, gostava de luxo e fama, coisas totalmente superficiais para ele. Após ser humilhado ao pedi-la em namoro, prometeu dedicar-se somente à profissão. Acredita que o amor é a base de uma união sólida e duradoura. Que ao encontrar a sua metade, saberá tratar-se da pessoa certa, pois o seu coração dará os sinais.
Certa noite, o plantão como socorrista estava bem tranquilo. Mas, uma chamada, agitou tudo por ali. Numa cidade próxima, uma mulher foi atropelada e deixada no local sem o devido socorro. Por ser uma rua pouco movimentada, demorou muito até dar início ao atendimento. Tiveram de chamar uma equipe da Capital para buscá-la, pois o seu estado era gravíssimo. Gabriel e o motorista da UTI móvel, foram até lá fazer a transferência.
Os primeiros atendimentos foram cruciais, pois a mesma teve parada cardíaca e tiveram de reanimá-la. Quando eles chegaram, ela já estava desacordada.
Durante o trajeto, Gabriel sentia uma sensação diferente por ela: "Quem seria essa mulher? Por que estava sem documentos? ". Ela era muito bonita, morena, tinha a pele bem cuidada, apesar dos hematomas. Ele sentia vontade de acariciar os seus cabelos e abraçá-la. Nunca sentiu isso antes. Ia administrando os medicamentos e essa vontade de cuidar dela, só aumentava.
Levaram-na até o hospital Central. Gabriel não conseguia sair de perto. Tinha a impressão que ela pedia que ele ficasse. Foi autorizado permanecer na UTI. Depois da permissão, o seu coração acalmou-se.
Quando acabou o plantão, Gabriel foi para casa. Contou a história para os pais. Eles ficaram chocados com o ocorrido. Prometeram conversar com alguns amigos de Pedreiras e tentarem descobrir sobre a moça.
Os meses foram passando, e ela permanecia do mesmo jeito, sem evidências que acordaria.
Gabriel ia diariamente vê-la após os seus plantões. Sentia esse desejo no seu peito.
Os hematomas já haviam desaparecido há muito tempo, e a sua beleza era evidente. Apesar de uma aparência pálida e frágil, parecia estar num sono profundo.
Gabriel: Boa noite, moça bonita! Hoje faz três meses que está aqui. Desculpe, ainda não sabemos o seu nome. Sabe, a noite está iluminada, mas está bem frio...
Dona Elenita, foi visitá-la alguns dias, pois, sentia que o seu filho estava nutrindo um sentimento muito forte pela moça.
O que mais intrigava a todos, era o fato de ninguém vir procurá-la. Na cidade onde ocorreu o fato, não havia boletim de desaparecimento. A polícia fez o registro, mas no local, não tinha câmeras ou testemunhas que pudessem confirmar o ocorrido.
Numa tarde, Gabriel estava terminando uma consulta, quando sentiu um aperto no peito. Logo surgiu, a bela moça (apelido carinhoso), em seus pensamentos. Finalizou por ali e foi até setor onde ela estava.
Viu, uma movimentação por lá e apressou-se para ver o motivo.
Gabriel: Enfermeira, o que está acontecendo?
Enfermeira: Doutor Gabriel, estão decidindo o que farão com ela.
Gabriel: Como assim? Quem está lá?
Enfermeira: O diretor e um neurologista novo no hospital. Falaram, que talvez irão desligar os aparelhos, pois, faz seis meses que ela não reage. Falou chorosa.
Gabriel nem escutou mais nada, foi imediatamente até o quarto.
Diretor: Doutor Dionísio, tem certeza disso?
Médico: Sim, só está a ocupar lugar. Não apresentou nenhuma reação esse tempo todo.
Diretor: Ok, vou fazer a autorização.
O médico saiu dali.
Gabriel entra eufórico no quarto...
Gabriel: O que vai autorizar, diretor?
Diretor: O desligamento dos aparelhos. Só está nos dando prejuízo. Quem irá pagar a conta? Melhor acabar logo com isso.
Com muita raiva, Gabriel disfere um soco nele.
Diretor: Está maluco, doutor? O que foi isso?
Gabriel: Ninguém vai fazer nada disso. Vou abrir um processo contra vocês! Ela vai reagir!
Falou alto e muito irritado.
Nisso, ouve-se um apito no aparelho...
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Atualizado até capítulo 33
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