04

...BELA...

Lily toma um gole da sua bebida. "Desculpe, só me explica de novo. O cara mais gato do mundo te convida para tomar banho com ele e você recusa? Não, nem recuse, vá embora sem dizer mais nada?"

Estamos em um barzinho mal iluminado a um quarteirão do The Dolphin. O ar-condicionado chia fracamente, fazendo pouco para aliviar o calor pegajoso que gruda na minha pele.

"Meu Deus, aqui dentro parece um forno", murmuro, pressionando o vidro frio na testa e ignorando a pergunta. Olho ao redor, observando a mistura eclética de clientes — um grupo de jovens barulhentos de vinte e poucos anos jogando sinuca nos fundos, um casal no meio de uma discussão acalorada e uma figura solitária no canto mais escuro, o rosto escondido pelas sombras.

Lily dá um sorriso irônico, colocando uma mecha rebelde de cabelo castanho atrás da orelha. "Que desvio", brinca ela, com a voz carregada de diversão.

"Eu não recusei. Só não disse sim."

“E por que você não disse sim?”

"Vamos lá. Ele apareceu dois segundos depois de eu ter derramado água na blusa toda e ficou olhando para os meus peitos. Disse que já tinha visto algo maior. Aí disse que ia entrar no chuveiro e que eu era bem-vinda. Você acha mesmo que eu deveria ter aceitado?"

"Eu teria."

"É você. Não vou ter minha primeira vez com um completo estranho que provavelmente dorme com uma garota diferente a cada noite da semana."

“Olha, aceite o conselho de quem entende. Quando um cara rico e lindo se oferece para te ensaboar no chuveiro, sem compromisso, você aceita. Isso nunca acontece, acredite. Trabalho aqui há quatro anos e a única proposta que recebi foi do Nigel. Nunca um cara gato me fez uma proposta dessas.”

"Vamos lá, ele claramente não quis dizer isso. Ele estava só me provocando."

"Bem, você nunca vai descobrir agora, né? Eu já teria ensaboado ele antes que você pudesse dizer "bolas ensaboadas"."

Consigo dar um sorriso fraco, grata por sua tentativa de descontrair. "Olha só", respondo, pegando o cardápio grudento da mesa e examinando-o sem muita convicção. "As bebidas aqui são tão baratas quanto você."

Lily se inclina para a frente, conspiratória, com os olhos brilhando maliciosamente. "Então, eu fui à casa do seu pai mais cedo", diz ela, baixando a voz como se estivesse compartilhando segredos de estado.

"Você fez o quê?"

“Quando terminei meu turno, fui dar uma olhada.”

"Mas como você sabia onde ficava?"

“Porque eu sou Sherlock Holmes.”

"Realmente?"

Ela sorri. "Procurei o nome do seu pai online e encontrei o endereço. Demorou cinco minutos."

Eu me encolho, soltando um gemido. "Você prometeu não ir procurá-lo."

"Não. Fui ver sua casa. Não quebrei minha promessa. Presumi que ele não estaria lá. Achei que poderia haver algumas pistas sobre o que está acontecendo."

"E?", pergunto, curiosa, apesar do medo pela segurança dela. Meus pensamentos se voltam para o meu pai, cujo paradeiro ainda é desconhecido e o medo do que poderia ter acontecido com ele me consome o coração.

"Todas as suas coisas estão lá, mas parecia que o lugar tinha sido revirado. Estava tudo jogado no chão. Uma bagunça só."

“Ele nunca foi o mais organizado.”

"Não, isso foi outra coisa. Almofadas rasgadas, molduras de quadros quebradas."

"Merda. Sério?"

Os olhos de Lily se arregalam em compaixão, sua mão apertando a minha. "Alguém estava procurando alguma coisa", diz ela, com a voz gentil. "Que diabos seu pai estava aprontando?"

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