Capítulo 5

A babá com mas intenções

A noite...

A noite estava silenciosa, cortada apenas pelo som suave da respiração de Eloise, que dormia ao lado de Emília, abraçada a um travesseiro cor-de-rosa.

O quarto estava escuro, e por um momento, Emília quase acreditou que o mundo lá fora tinha parado. Que não existia Vicente. Nem dor. Nem gritos.

Até que ouviu.

Um som baixo, contínuo.

Um choro.

Agudo. Fraco. Mas insistente.

Era o bebê.

Luca.

Emília sentou-se na cama com o coração apertado. Aquilo não parecia um choro comum. Havia algo naquele som… algo que pedia socorro.

Saiu do quarto sem fazer barulho, deixando Eloise dormindo. A mansão estava escura, apenas algumas luzes fracas do corredor piscavam, lançando sombras longas pelas paredes.

Seguiu o som.

O choro aumentava.

O coração dela também.

Quando se aproximou do quarto do bebê, a porta estava entreaberta.

Ela empurrou devagar, e o que viu paralisou seu corpo inteiro.

A babá, de costas, segurava o bebê com brutalidade. Estava nervosa, impaciente — murmurando palavrões baixos, com os olhos cheios de raiva.

Ana; Para de chorar, peste! — ela dizia, apertando o bracinho de Luca com força. — Você é igual ao pai... só sabe atrapalhar!

O bebê soluçava, vermelho, com as mãozinhas tremendo.

Emilly:Ei! — gritou Emília, sem pensar. A voz saiu forte, cortando o ar.

A babá se virou, assustada. — O que está fazendo aqui?

Emilly :Eu é que pergunto! — Emília avançou. — Você perdeu o juízo? Ele é um bebê! Um bebê!

Ana:Isso não é da sua conta! — ela rebateu, com os olhos acesos. — Cuide da sua vida, garota comprada!

Emília sentiu a raiva subir até a garganta. Ela pegou Luca dos braços da mulher com cuidado, o abraçando contra o peito. O bebê tremia, se agarrando a ela como se finalmente tivesse achado um porto seguro.

Emilly :Se você encostar nele de novo, eu mesma te coloco pra fora dessa casa. — Emília disse com firmeza. Os olhos marejados, mas a voz firme. — E eu vou direto ao Vicente contar tudo.

A babá empalideceu.

Ana:Você acha que ele vai acreditar em você? Uma pobretona que ele foi obrigado a aceitar?

Emilly :Eu posso ser pobre. Mas ao contrário de você, eu tenho coração.

Ela saiu do quarto com Luca nos braços. O bebê logo se acalmou, encolhido no calor do peito de Emília.

Ela foi até seu quarto e se sentou na cama. Eloise despertou com o movimento e, ao ver o irmão ali, sorriu sonolenta.

Eloise:Luca tá aqui?

Emilly :Tá... agora tá tudo bem.

E pela primeira vez, Emília sentiu algo novo dentro de si.

Um instinto. Uma força. Uma promessa silenciosa.

Ela não ia mais aceitar calada. Nem dor, nem desprezo.

Muito menos alguém machucando aquelas crianças inocentes.

Na escuridão da noite, ela fez uma promessa:

Emilly 💬“Eu vou protegê-los. Com tudo o que eu tiver.”

Pela manhã...

Na manhã seguinte, Emília desceu com os olhos cansados e Luca nos braços. Eloise vinha ao seu lado, segurando sua mão, como se fosse a única pessoa do mundo em quem ainda confiava.

Ela olhou ao redor, com cautela. A babá — ana — estava na cozinha, sorrindo falsamente, como se nada tivesse acontecido.

Hipócrita. Covarde.

Foi então que Emília viu Antônio, o segurança que há anos trabalhava para Vicente. Um homem sério, de fala baixa, mas que sempre tratava as crianças com respeito. Era a única figura daquela casa que parecia... confiável.

Ela respirou fundo, se aproximou com Luca ainda encolhido no colo e sussurrou:

Emilly :Preciso falar com você. É urgente.

Antônio franziu o cenho.

Minutos depois, já sozinhos no jardim lateral da mansão, Emília contou tudo. A cena da madrugada. As palavras da babá. A forma como Luca chorava. Tudo.

Antônio ouviu calado, com o maxilar tenso e os punhos fechados.

Antônio:Você tem certeza...? — ele perguntou, a voz rouca.

Emilly :Absoluta. Eu a vi com os meus próprios olhos.

Sem dizer mais nada, ele assentiu e caminhou em passos firmes até o interior da casa.

Em menos de dez minutos, a mansão tremeu.

Vicente: Ana Camila! — a voz de Vicente ecoou como um trovão pela casa.

Todos pararam. As crianças, os empregados, até os quadros nas paredes pareciam querer se esconder.

Emília estava no topo da escada, com o coração disparado. Eloise, agarrada à sua perna, tremia.

Vicente entrou na sala com Antônio logo atrás. Os olhos dele estavam vermelhos. A fúria tomava cada traço de seu rosto.

Vicente:Você encostou a mão no meu filho? — ele perguntou, com uma calma que dava medo.

Camila gaguejou.

Vicente:Eu... senhor, não foi bem assim...

Vicente:Responde! — ele explodiu, batendo a mão na mesa e fazendo uma bandeja cair ao chão.

Camila tentou recuar, mas Vicente avançou.

Vicente:Você teve a ousadia de machucar um bebê? Na minha casa? Sob minha proteção? — Ele estava transtornado. — Você está demitida. Agora. E se eu ouvir que chegou perto de qualquer criança de novo, eu mesmo acabo com sua carreira. Saia. Da. Minha. Frente.

Camila saiu chorando, gritando para fazer o Lucas fica agitado .

Vicente virou-se, ofegante e atirou na sua perna

E então seus olhos encontraram os de Emília, no alto da escada. Os olhares se cruzaram por segundos eternos.

Ela não disse nada.

Mas ele entendeu tudo.

Havia dor nos olhos dela. Mas também havia coragem.

Ela tinha protegido o que ele mesmo falhou em proteger.

Vicente subiu os degraus devagar, parando diante dela. Seu olhar era mais brando, mas ainda pesado.

Vicente:Por que você não me contou direto? — ele perguntou, com a voz mais baixa.

Emilly:Porque eu achei que você não me ouviria. — respondeu Emília, firme.

Silêncio.

Vicente abaixou o olhar. Pela primeira vez, não respondeu com grosseria.

Vicente :Obrigado... — ele disse baixinho. — Por cuidar deles.

Emília engoliu em seco.

Talvez fosse o começo de algo novo.

Não amizade.

Não perdão.

Mas respeito.

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Comments

Josiane Santos

Josiane Santos

autora nao estou te entendo na foto menino é grande agora virou bebe e outra o nome da menina é Eloise depois virou elena decisa aí por favor

2025-08-27

1

Fatima Maria

Fatima Maria

AUTORA EU ESTOU GOSTANDO MUITO DA HISTÓRIA. SÓ NÃO ESTOU ENTENDENDO NADA SOBRE OS NOMES QUE APARECEM NA CONVERSA.

2025-08-28

0

Ana Maria

Ana Maria

Fui!!
Boa leitura para quem fica
é muita troca de nomes
deixa agente leitores confusos

2025-08-29

0

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