Casa

Julia:

O Don veio aqui conversar comigo, disse que o meu pai não quer saber de mim. Não sei por que eu não fiquei surpresa, ele nunca se importou mesmo. Só queria que ele me matasse logo me tirasse desse sofrimento.

Anoiteceu mais um fez, escutei abrir a porta, continuei deitada.

Escutei a voz rouca dele que me vez tremer de medo.

— Levanta morena.

Levantei, eu não chorava mais, já estava indiferente a situação, acredito que será agora o meu fim, só espero que seja rápido.

Ele me pega pelo braço, mas sem aperta e sai me puxando. Me coloca dentro de um carro e saí dirigindo em silêncio, com cara de poucos amigos.

Queria perguntar aonde eu estava indo, mas não tive coragem.

Chegamos num portão enorme, um vapor armado com fuzil abriu o portão. Meu coração errou a batida, agora era a hora do meu fim.

Comecei a chorar desesperada, ele saiu do carro e abriu a porta me mandando sair também.

Fomos entrando e era uma casa muito bonita, toda moderna. Fiquei olhando com dúvida.

Ele mandou eu subir as escadas que dava num corredor, me levou até o final e abriu a porta.

Era um quarto que tinha uma cama ,uma tv, e ar condicionado e um banheiro, não tinha janela. Era simples mas estava tudo limpinho.

Ele me olhou e disse com a voz firme sem me olhar nos olhos.

- É aqui que você vai ficar até eu decidir o que fazer. Pode tomar um banho se quiser, depois mando alguém trazer alguma coisa pra tu comer.

Só concordei.

Ele fechou a porta e ouvi que passou a chave.

Fui direto para o banheiro, já se passaram quatro dias e eu estava fedendo e me coçando.

Vi que tinha vários produtos de higiene, tomei um banho bem demorado, me esfregando, lavei os cabelos, senti-me um pouco melhor. Me enrolei na toalha e dei conta que não tinha roupas para colocar. Fiquei e toalha mesmo, deitei na cama que era uma delícia e cheirava limpeza e acabei adormecendo.

Don:

Deixei a mina no quarto e sentei na área da piscina, acendi o meu baseado e fiquei pensando na vida. Fiquei pensando na morena e no azar que ela tinha de ter um pai daquele. E agora não sei o que fazer com ela, sei que eu deveria dar um fim nela, mas sinceramente tô sem coragem. Só de imaginar isso meu coração acelerava. Pensei em dar um castigo, mas ela já tá sofrendo demais. Acho que tô virando bixa , só pode

Me levantei e pedi para um vapor no radinho trazer uma marmita, um refrigerante e um doce qualquer. Chamei o DG no radinho e pedi para a noite ele vim com a mina dele aqui em casa, quero conversar com ela, quero que ela me conte tudo que sabe sobre a morena. Fiquei esperando e depois de uma meia hora ele chegou com a quentinha. Subi as escadas e abri a porta que eu tinha trancado com a chave.

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