Meus pais já haviam me dado a maior bronca que um adulto da minha idade poderia receber dos pais. Pareciam estar falando com um adolescente, era assim que estava me sentindo.
— Quanto exagero, eu só dei uma festa!
— Uma festa? Nosa casa está destruída, Anthony! — Minha mãe caminhava impaciente de um lado para o outro. Já meu pai, tinha um olhar fixo em mim.
— Vá arrumar suas coisas, você volta para o Brasil com a gente amanhã mesmo.
Olhei para ele tentando não mostrar a tensão.
— Papai, o senhor sabe que eu não vou voltar pra o Brasil, não tem nada naquele país que me faça querer voltar.
Ele se levantou, seus cabelos brancos o deixavam ainda mais imponente.
— Fomos muito moles com você. Um homem, trinta e quatro anos, irresponsável! A meses você não aparece na empresa, vive em bebedeira, com uma mulher diferente a cada noite…
— Papai, eu mudei. Depois que conheci a Camile, estou apaixonado …
— Faça-me o favor , Anthony! Você acha que eu acredito nessa sua conversa?
— Você não precisa acreditar em mim, escute Camile. Vamos jantar essa noite, nós quatro, e vocês verão que eu não estou mentindo.
Meus pais me olharam desconfiados, mas tentando acreditar no que eu dizia. Eu estava totalmente enrolado naquela confusão, como convenceria aquela mulher de me ajudar?
— Ok, Anthony. Vamos conhecer a tal namorada. As 20:00h, na Cantina do Tito, não se atrase.
— Claro mamãe, não atrasaremos.
Enquanto caminhavam até a saída, ouvi meu pai dizer que aquilo era uma perda de tempo, e que eu estaria no jatinho com eles, no dia seguinte, de volta para o Brasil.
Não, eu não iria voltar. Não tinha mais nada naquele país, naquela cidade, naquelas pessoas.
Me lembrei de um rosto em específico, um não, dois. Balancei a cabeça rapidamente na tentativa de afastar aquelas imagens.
— Eu não vou voltar! Preciso encontrar aquela mulher e convencê-la a me ajudar.
Peguei as chaves do carro e sai, fui até o encontro de Nataniel, um velho amigo.
— Anthony Maestrine, que bons ventos o trazem até aqui? Da última vez que me procurou, precisava se esconder do mundo. Mais uma fugida da vida real?
— Nataniel, bom te ver cara! — Apertei a mão dele com força.
— Dessa vez eu não preciso sumir, mas sim encontrar. Uma pessoa, uma mulher.
Ele me olhou desconfiado.
— Camile Medeiros, Brasileira, mora aqui na Itália. São as únicas informações que eu tenho. Preciso encontrá-la ainda hoje, mais especificamente antes das 20:00h.
Nataniel me olhou sorrindo.
— Você só pode está de brincadeira, acha mesmo que faço mágica? Eu não tenho uma bola de cristal , Tony.
— Sei que você tem meios para fazer o que estou lhe pedindo, e você sabe que será muito bem recompensado por isso.
Ele se sentiu em frente ao computador.
— Sabe que não quero nada para mim, não é por isso que uso meu conhecimento policial. Apenas mantenha as doações para a instituição de caridade que eu sou voluntário, e terá sempre um amigo a disposição.
— Não se preocupe, eu sou um home de palavra. Aquela comunidade nunca ficará desamparada.
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Atualizado até capítulo 106
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Comments
Sônia Ribeiro
Ansiosa para os próximos capítulos ♥️🥰
2025-07-02
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