O barulho da chuva batendo na janela era quase hipnótico. Lian estava sentado no chão do dormitório, cercado por réguas, esboços e xícaras de café pela metade. A última coisa que ele esperava era uma batida impaciente na porta.
— Se for o entregador, pode deixar aí mesmo! — ele gritou.
— Eu não entrego comida. Só decepções — a voz do outro lado respondeu.
Lian fechou os olhos. Ele conhecia aquela voz.
— O que você tá fazendo aqui, Nick?
A porta se abriu antes mesmo de ele responder.
Nick entrou como se o quarto fosse dele. Jaqueta molhada, cabelo bagunçado da chuva, e uma pasta na mão. Ele olhou em volta com uma expressão crítica, como se estivesse julgando o caos controlado do espaço.
— Você mora num canteiro de obras ou é algum tipo de ritual artístico?
— Tira o tênis, por favor. E sai.
— Mal educado. Mas tudo bem, vim por negócios.
Ele jogou a pasta em cima da cama de Lian e se sentou, ignorando o olhar mortal que recebeu.
— Olha, eu pensei bem sobre o que te pedi hoje. E, sinceramente, você é a melhor opção. A mais convincente. A mais irritante também, mas a família vai acreditar. Então… fiz uma proposta formal.
Lian arqueou a sobrancelha e abriu a pasta.
Dentro, havia um contrato. Literalmente.
“Acordo de Namoro Falso – Termos e Condições”
§1 – Beijos ocasionais em público.
§2 – Acompanhamento em jantares, festas e eventos familiares.
§3 – Fotos conjuntas para redes sociais (mínimo: 3 por semana).
§4 – Nada de sentimentos reais.
§5 – Pagamento em dinheiro, comida ou favores arquitetônicos (negociável).
Assinaturas: __________________ / __________________
Lian segurou o riso. Claro que Nick faria isso.
— Você realmente imprimiu um contrato.
— E encadernei. Profissionalismo é tudo.
Lian o encarou por um segundo. Depois, foi até a escrivaninha, pegou uma caneta, rabiscou uma sexta cláusula:
§6 – Você não pode me chamar de “Potter” durante o acordo.
— Inaceitável — Nick respondeu.
— Então sem acordo.
— Tá, tá bom. Mas vou pensar em um apelido novo.
Lian assinou primeiro, só pra ver até onde isso ia. Nick assinou em seguida, com um sorriso vitorioso.
— Primeiro evento é hoje. Jantar na casa dos meus pais.
— Oi? Hoje? Você me dá um contrato e quer entrega imediata?
— Bem-vindo ao capitalismo, docinho.
— Acabei de lembrar que odeio você.
— Isso vai tornar tudo mais divertido.
---
Duas horas depois, eles estavam em frente à mansão dos Moreau.
Lian, de camisa social emprestada e cara de “que erro enorme eu cometi”. Nick, impecável, como se não tivesse acabado de arrastar um quase-inimigo pra sua própria vida.
Antes de tocarem a campainha, Nick parou.
— Precisa parecer real. Eles não podem suspeitar.
— Então age como se gostasse de mim.
Nick respirou fundo, depois se virou e segurou o rosto de Lian com as duas mãos.
— Tenta não se apaixonar, tá?
E antes que Lian pudesse xingar, Nick encostou os lábios nos dele. Rápido. Preciso. Quase ensaiado.
Mas o calor ficou.
Lian piscou, atordoado.
— Isso… isso foi só pra cena?
— Claro. Cena.
Nick sorriu. Tocou a campainha. E sussurrou:
— Entra no personagem, amorzinho.
A porta se abriu.
•••
Fim do capítulo!
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Jane 💕
😂😂😂vou me divertir muiiiiiito😂😂😂🫶
2025-07-13
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