SEUL – 19:08h
O salão estava lotado. Homens de terno, mulheres em vestidos deslumbrantes, taças de champanhe tilintando a cada canto. A elite de Seul desfilava como se estivessem em uma passarela invisível — e Emily se sentia uma figurante deslocada naquele universo dourado.
— Endireita os ombros. — Alex murmurou ao seu lado, sorrindo para um casal que se aproximava. — Você está casada com o CEO Hayes, não com um estagiário.
Emily soltou um suspiro entredentes.
— Eu sou boa em fingir.
Ele se inclinou, o lábio quase tocando seu ouvido.
— Espero que também seja boa em obedecer. Porque a noite vai ser longa.
Emily manteve o sorriso falso, mas as mãos suavam. Estava usando um vestido vermelho escuro, justo, com uma fenda que revelava uma parte perigosa da coxa. Presente de Alex — mais um lembrete de que até sua roupa agora era escolhida por ele.
— Você está maravilhosa. — sussurrou um homem mais velho que se aproximou com um sorriso indecente. — Alexander, sua esposa é... uma obra de arte.
Emily sorriu por educação, mas sentiu o incômodo. Alex apertou levemente sua cintura com a mão firme. Olhar frio, mandíbula cerrada.
— Ela é minha. Obra de arte… exclusiva.
Emily sentiu a tensão. Ele havia marcado território.
Era cena para os outros. Mas por dentro, algo nela se acendeu com aquele toque possessivo.
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20:42h – Terraço do salão
Emily se afastou para respirar. O som da música e das conversas parecia distante ali fora. O ar noturno beijava sua pele exposta. Estava exausta de sorrisos falsos e olhares julgadores.
— Fugindo do show?
A voz veio atrás dela. Alex.
Ela se virou devagar.
— Não gosto de máscaras.
— Mas usa uma o tempo todo. — ele retrucou, parando à sua frente.
Silêncio.
— Você tem muitos inimigos aqui dentro. — ela murmurou. — E todos parecem me odiar.
— Ninguém te odeia. — Ele deu um passo à frente. — Eles apenas não te conhecem. Ainda.
Emily riu, amarga.
— Isso soa como uma ameaça.
Alex estendeu a mão e tirou uma mecha de cabelo do rosto dela com uma gentileza que destoava da sua frieza habitual.
— Não, Emily. Isso foi um aviso. Este mundo… é cruel. Se quiser sobreviver, vai precisar mais do que orgulho. Vai precisar de mim.
Ela olhou dentro dos olhos dele, sem recuar.
— E o que você ganha com isso?
— Tudo. — ele respondeu com a voz baixa e carregada de intenção.
Emily tentou responder, mas ele estava tão perto…
Quando percebeu, a mão dele já estava em sua cintura. O polegar roçava a pele nua onde o tecido do vestido não alcançava.
— Isso não estava no contrato… — ela sussurrou, quase sem fôlego.
— Algumas cláusulas são implícitas. — Alex respondeu antes de colar os lábios no pescoço dela, devagar, deixando um rastro quente até a curva da mandíbula.
Emily fechou os olhos. O corpo inteiro reagiu com arrepios.
Ela devia empurrá-lo. Mas não o fez.
— Está jogando sujo, Hayes. — disse, com a voz rouca.
Ele colou os lábios ao ouvido dela.
— Quem disse que esse jogo é limpo?
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22:14h – Carro, a caminho da mansão
O silêncio no carro era tenso. Emily olhava pela janela, ainda sentindo a pele formigar.
Alex mexia no celular, como se nada tivesse acontecido.
Ela queria odiá-lo.
Mas tudo que conseguia lembrar era do toque dele. Do cheiro. Do calor.
“Isso é só físico… só físico…”, ela repetia como mantra.
Mas já começava a desconfiar que o pior de todos os contratos…
Era o que o coração assina sem ler.
--- Fim Do Capítulo 3
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Diva
O pior de todos
2025-06-30
1