capítulo 5

“Flores no Caos”

Os anos passaram...

E Maysa crescia.

Longe dos castelos, dos tronos, das guerras.

Longe do pai que rugia por ela nas noites silenciosas.

Longe do mundo que a julgaria antes mesmo de entender seu primeiro choro.

Ela foi criada por uma humana — Elena, simples, firme, de olhos cansados, mas cheios de doçura.

Elena não era tola.

Desde o primeiro dia, soube que aquela criança não era comum.

Os olhos dela...

Aquele azul-prata cortado por raios vermelhos…

A pele fria demais.

As unhas afiadas antes do tempo.

Mas Elena também viu o sorriso.

O riso puro.

E sentiu o amor nascer rápido e fundo.

Ela escolheu amar.

E escolheu esconder.

Quando a guerra explodiu entre vampiros e Lycans, quando os céus ardiam em fogo e o mundo desabava, Elena fez o que toda mãe de verdade faria:

Fugiu.

Se isolou nas montanhas.

Entre árvores antigas e rios esquecidos.

Ali, ela criou Maysa com silêncio, livros e histórias.

Fez dela forte, mas livre.

Enquanto isso, Kael, o Rei de Sangue, não descansava.

Anos de guerra não apagaram o vazio.

Ele ainda sentia o cheiro da filha nos sonhos.

Ainda ouvia o choro dela nos pesadelos.

E então, ele agiu.

— Tragam minha filha. Nem que o mundo tenha que ser virado de cabeça pra baixo.

Disse ao seu conselho, olhos duros, voz gelada.

Sua melhor equipe saiu.

vampiros da elite, caçadores, sombras imortais, espiões que conheciam o mundo melhor que o próprio tempo.

Voltaram semanas depois.

Com uma única informação:

— A vampira que a escondeu a deixou aos pés de uma árvore caiada. Depois disso... desapareceu. Ninguém a viu mais.

Kael quase destruiu o salão naquele dia.

Mas Depois voltou a razão manteve o controle.

Por ela.

---

Enquanto isso, do outro lado, o Rei Lycan também descobria a verdade.

Quando os rastros da noite do massacre foram finalmente reconstituídos...

Quando os relatos chegaram mostrando a desgraça feita por Thorgan e seus cúmplices…

O rei não gritou.

Ele agiu.

Um a um, ele caçou os envolvidos.

O Alfa traidor.

Os cúmplices silenciosos.

Os que torturaram Ravena.

Os que humilharam Kael e causaram a quebra do tratado.

Foram executados pelo próprio rei.

Sem glória.

Sem enterro.

— Isso não trará paz.

Mas trará justiça.

Ele disse.

Mas no fundo...

todos sabiam:

Era tarde demais.

A guerra já queimava o mundo.

E a herdeira perdida crescia, protegida apenas por uma mulher humana…

Ignorando que o destino do mundo inteiro estava entrelaçado ao seu sangue.

“A Herdeira em Silêncio”

O tempo passou como uma brisa pesada.

E Maysa se tornou mulher.

Elena, sábia, cuidadosa, com seu conhecimento em medicina e ervas, a preparou não apenas para sobreviver —

mas para esconder.

Sabia o que a filha carregava nas veias:

a fúria da Lua, o veneno da Noite.

Conseguiu lentes especiais para esconder aqueles olhos prateados cruzados de vermelho, tão belos quanto fatais.

E treinou Maysa para camuflar seus instintos.

Mas era impossível esconder tudo.

Com o passar dos anos, as verdades começaram a transbordar do corpo dela.

Ela não envelhecia.

Enquanto Elena exibia as primeiras marcas do tempo, Maysa mantinha a pele de porcelana e os olhos vivos como fogo novo.

Ela era rápida.

Mais do que qualquer humano.

Corria como o vento entre as árvores.

Se tornava um borrão quando estava assustada, ou com raiva.

E então vieram as mudanças.

As garras.

As orelhas que se alongavam como de loba.

O pelo escuro que nascia nos braços.

As presas... não como as dos Lycans.

Mais finas, elegantes, silenciosas... vampíricas.

A audição dela era absurda.

Podia escutar a conversa de um caçador do outro lado do vale.

Podia ouvir corações batendo, a quilômetros.

Uma noite, com os olhos marejados, Maysa perguntou:

— Mãe... o que eu sou?

Elena segurou seu rosto com as mãos trêmulas.

— Você é minha filha. É tudo o que importa.

Mas Maysa sabia.

Era mais.

Algo que o mundo não permitiria que existisse.

Então Elena contou tudo o que sabia.

Sobre a guerra.

Sobre os vampiros e os Lycans.

Sobre como ela foi encontrada.

sobre a pulseira com um bordado escrito o nome Maysa.

Como havia gente demais querendo sangue, e poder demais escondido em uma criança como ela.

— Por isso vivemos aqui, isoladas.

Porque se eles te encontrarem… vão te caçar.

Ou te usar.

Ou pior… vão te destruir.

Maysa entendeu.

E prometeu:

— Ninguém saberá. Eu juro.

Mas o mundo… o mundo já estava mexendo as peças.

E mesmo escondida, ela começava a ser sentida.

Por olhos que esperaram anos.

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