O envelope repousava sobre a mesa de jantar como se fosse feito de ouro.
Selado com o brasão Vitalle, ele foi entregue pessoalmente, com todo o protocolo que a tradição exigia. O conteúdo era direto, mas o peso dele... era silenciosamente estrondoso.
> “Convidamos a ilustre família Rossi para um jantar reservado com o herdeiro Giancarlo Vitalle.
Data: amanhã, 20h.
Local: Mansão Vitalle.
Traje formal.
Presença de todas as filhas é esperada.”
Não havia mais disfarces. O jantar era uma peneira. Uma final. E todos sabiam.
Naquela noite, antes de dormir, Don Massimo e Dona Francesca reuniram as filhas na sala de estar.
Valentina, composta. Bianca, em chamas de raiva disfarçada.
Antonella... confusa, ansiosa, e cada vez mais ciente de que estava presa num caminho sem volta.
— Meninas — começou Don Massimo, com o tom de voz que só usava em decisões sérias —, amanhã será um dia importante para esta família. É possível, e bastante provável, que ao fim desse jantar... uma de vocês seja anunciada como noiva de Giancarlo Vitalle.
Bianca bufou, cruzando os braços.
— E todos aqui sabemos quem ele tem olhado ultimamente, não é?
— Bianca — repreendeu a mãe com firmeza. — Essa atitude não nos ajuda.
Valentina, mais diplomática, falou com calma:
— Não há confirmação ainda. Pode ser um teste. Um último olhar.
Don Massimo assentiu.
— Pode ser. Ou pode ser definitivo.
Ele então encarou Antonella com uma intensidade que ela nunca havia sentido antes.
— Se você for a escolhida, minha filha... não terá opção de recusar.
Antonella arregalou levemente os olhos.
— Pai...
— Não — interrompeu ele, firme, porém não agressivo. — Isso vai além de romance ou vontade pessoal. Um casamento entre a casa Vitalle e a Rossi eleva nosso nome a outro patamar dentro da máfia. Protege nossa linhagem. Garante força, influência e futuro para todos nós.
— Mas... e se eu não estiver pronta?
— Você será. Vai aprender. Vai crescer. — Don Massimo olhou para todas as filhas, mas parou novamente em Antonella. — A máfia não espera por sentimentos. Espera por estabilidade.
Dona Francesca segurou a mão da filha mais nova com delicadeza, embora seu olhar também estivesse carregado de expectativa.
— Eu sei que isso parece grande demais, Antonella. Mas talvez... talvez Giancarlo tenha visto em você algo que ninguém mais viu. E se ele viu... agarre isso. Não jogue fora o que muitas dariam tudo para ter.
Bianca virou o rosto. Valentina abaixou os olhos.
E Antonella... sentiu o chão mudar sob seus pés.
Ela era a que ninguém olhava.
Agora, era a que não podia dizer não.
O relógio da mansão Vitalle marcava 19h59 quando a família Rossi desceu dos carros negros. Três irmãs, cada uma refletindo um mundo: Bianca, deslumbrante e cheia de si. Valentina, diplomática e cuidadosa. Antonella, discreta, porém estranhamente radiante.
Usava um vestido Vermelho escuro, de tecido leve, com um corredor sutil de pedras no colo de mangas levemente Cabelos soltos . O vestido marcava sua cintura com delicadeza.
Ela parecia saída de um segredo bem guardado.
Na entrada da mansão, Giancarlo os aguardava.
— senhor Massimo, Dona Francesca — cumprimentou com respeito. — Senhoritas Rossi.
Seus olhos pararam em Antonella por um segundo a mais do que deveriam. Ela baixou o olhar, o coração martelando no peito. Ainda não sabia o que esperava lá dentro.
Mas ao adentrarem o salão principal, algo chamou a atenção imediatamente.
Uma longa mesa de jantar, sim.
Mas no centro dela, sutilmente posicionado em uma pequena caixa aberta sobre uma almofada de veludo escuro...
Um anel.
Antonella travou.
Bianca congelou.
Valentina ergueu as sobrancelhas.
Dona Francesca pôs a mão no peito.
Don Massimo... apenas sorriu discretamente.
— O que significa isso? — perguntou Bianca, com a voz aguda, disfarçando indignação.
Giancarlo, sempre calmo, fitou a todos, mas falou olhando diretamente para Antonella.
— Eu costumava acreditar que alianças eram sobre força, território e poder.
Mas então percebi que... são sobre firmeza. Lealdade. Equilíbrio.
Deu um passo à frente.
— Por isso, hoje, diante das famílias, sem mais rodeios, faço minha escolha.
Parou diante de Antonella, sem se ajoelhar, mas com uma postura firme e direta. Um homem da máfia não se curva. Mas naquele momento, sua voz suavizou.
— Antonella Rossi... aceita tornar-se minha noiva?
Silêncio.
Todos esperavam que ela titubeasse, tremesse, olhasse para os pais.
Mas ela apenas inspirou fundo. Os olhos em Giancarlo.
Havia medo, sim.
Mas havia também algo maior.
Coragem.
— Sim — disse com a voz firme e suave. — Eu aceito.
A reação foi imediata.
Bianca saiu abruptamente, os saltos ecoando pelo mármore.
Valentina não esboçou emoção — apenas cruzou as mãos no colo.
Dona Francesca sorriu com lágrimas nos olhos.
Don Massimo assentiu em aprovação.
E Giancarlo, por fim, sorriu de verdade.
Um sorriso pequeno.
Mas sincero.
Ele pegou o anel e, com movimentos precisos, colocou-o no dedo de Antonella.
— A partir de agora — declarou — você é minha.
E será respeitada como tal por todos os que me devem lealdade.
E naquele instante, Antonella deixou de ser a sombra.
E passou a ser a prometida do homem mais temido da máfia.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Dora Silva
espero que ele seja macho o suficiente pra proteger ela por que com certeza vai chover cobras 🐍 🐍 🐍 🐍 🐍 e lagarto
2025-07-15
1
daniely aparecida
acho que agora vai em kkkkkkkk
só espero que a irmã invejosa não apronte
2025-07-17
0
Celia Aparecida
largatos são mansos ,as cobras são as piores
2025-07-15
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