O jogo do diabo

Salvatore estava ali, parado impecável o eu terno negro como a própria noite, abria-se levemente sobre o peito largo, e o perfume amadeirado com notas de especiarias preenchia o ar, seus olhos, âmbar e intensos, exploravam cada detalhe dela com uma calma felina Elise, ainda desorientada, levou as mãos ao corpo, tentando cobrir-se com a seda inútil.

— O que é isso? — a voz dela saiu rouca, atravessada pelo medo e pela raiva. — Isso é... tráfico de órgãos?

Um sorriso debochado surgiu nos lábios dele, que se aproximou mais, com as mãos nos bolsos.

— Seus órgãos ainda estão todos no lugar, Lila Não se preocupe.

Ela ergueu as sobrancelhas com desdém.

— Então é tráfico sexual? É por isso que estou vestida igual a uma vadia?! — Ela se encolheu, puxando o lençol com força sobre o corpo. — Seu cafetão!

— Ei. — Ele ergueu a mão, a voz calma como seda. — Nada disso eu não vendo o que é meu.

— Seu? — ela cuspiu, irritada.

Salvatore se aproximou devagar, sentando-se na beirada da cama, mas mantendo uma curta distância. Havia algo inquietante na forma como ele a observava, como se soubesse de todos os segredos dela o olhar dele pousava nos olhos, depois nos lábios, depois descia lento, invasivo, silencioso Elise engoliu seco.

— Você me sequestrou!

— Corrijamos isso, dolcezza. Eu ganhei você. — Ele sorriu, um canto da boca se curvando com presunção. — Seu adorável tio fez uma oferta e... quem sou eu para recusar?

— Ele... o desgraçado... — ela apertou os punhos. — Eu devia ter deixado ele apodrecer sozinho depois da cirurgia do ano passado.

— Veja pelo lado bom, Lila. — Ele pronunciou o nome dela com gosto, saboreando cada sílaba. — Agora você tem teto, comida, e uma bela vista e eu.

Ela girou os olhos.

— Você só não podia ter me agradecido com um envelope cheio de dinheiro?

Ele riu, baixo, rouco.

— Dinheiro não era suficiente, você vale bem mais.

Ela cruzou os braços.

— Qual é a sua verdadeira intenção? Me manter aqui até eu desenvolver síndrome de Estocolmo e me apaixonar pelo meu sequestrador?

Os olhos dele brilharam por um instante por dentro, o sangue fervia — o jeito como ela o desafiava, como cada gesto dela parecia selvagem, arisco, como um gato prestes a cravar as garras era exaustivamente excitante mas ele fingiu desinteresse.

— Você nem é meu tipo.

Mentira! Ela era exatamente o tipo que ele sempre evitou intensa, feroz, linda a camisola, o cabelo bagunçado, o cheiro da pele dela misturado à seda tudo nele gritava para tomá-la mas ele resistia por enquanto.

— Então me deixa ir. — Ela arqueou a sobrancelha, provocando.

— Não posso, eu disse que ganhei você. Há contratos e tudo mais e seu tio estava devendo até a alma.

Ela resmungou, irritada e então ele mudou de assunto com um sorriso malicioso.

— Você não está com fome?

— Não. — respondeu rápida, apesar do estômago que começava a roncar.

— Azar o seu pôs eu estou.

Como se atendesse às palavras dele, uma batida soou na porta, uma criada entrou, carregando uma bandeja de prata impecável os aromas invadiram o ambiente: trufas negras, queijo derretido, pão recém-assado, frutas frescas e algo adocicado com canela.

— Signore. — A mulher fez uma reverência e colocou a bandeja sobre uma mesa pequena.

Elise se enrolou no lençol, desesperada.

— Por favor, me ajude! Ligue para a polícia! — Ela suplicou, mas a mulher apenas sorriu, com os olhos baixos, e saiu.

Salvatore inclinou a cabeça, divertido.

— Ninguém aqui entende inglês e mesmo que entendessem, você é meu bichinho de estimação agora eles não ousariam tocá-la não ousaria me desafiar, sabe por que porque eu sou um Deus intocável o dono de muitas vidas.

— Eu não sou um bicho! E você tá mais para um demônio do que para um Deus — ela gritou.

Ele se aproximou em dois passos de repente, agarrou-a pela cintura e a deitou com facilidade na cama, o rosto tão próximo que ela sentiu o calor da respiração dele.

— Não? Então me explique isso. — Ele roçou a palma da mão pelo rosto dela, lento, provocador. — Olhos felinos, garras afiadas, selvagem e imprevisível, arrisca e fofa ao mesmo tempo, implorando para seu dono a tocar acariciar a sua pele fazer carinho como não a comparar a uma gatinha de rua?

Ela prendeu a respiração, ele estava tão perto que o perfume dele a entorpecia era perigoso, deliciosamente perigoso.

— Lila... minha gatinha selvagem, venha comer.

Ela se sentou rápido, de olhos arregalados.

— E se estiver envenenada?

— Que dramática. — Ele pegou um pedaço de croissant com queijo e trufas e mordeu diante dela. — Viu? Nenhum sintoma.

O aroma invadiu os sentidos dela o estômago roncou alto. Ele sorriu.

— É sua última chance, minha gatinha Lila.

— Eu vou comer, mas não porque você tá mandando e sim porque eu quero, sabe-se lá quando você vai me matar ou me traficar.

Ela pegou um pedaço pequeno e começou a mastigar devagar o queijo derretia na boca, contrastando com a crocância do pão um morango suculento e doce veio em seguida, seguido de um bolinho com canela e mel tudo era delicioso, e isso a deixava ainda mais irritada até o sequestro dele era excessivamente luxuoso.

Eles comeram em silêncio por um tempo mas os olhares se cruzavam entre mordidas o clima estava carregado, quente demais os olhos dele desciam pelo pescoço dela, paravam na curvatura dos lábios os dela o desafiavam, mesmo rubros.

Ela lambia o canto da boca, involuntariamente ele apertava os punhos e assim começava o jogo o diabo tinha seu animal de estimação e ela estava prestes a incendiar o inferno, ele nem imaginava mas ela ali já estava bolando um plano para a sua fulga ela não pertencia a ninguém a vida dela pertencia a ela, ela decidia o que fazer da vida e como fazer, como viver ela não deixaria ninguém mas comandar o seu futuro ela iria embora por vontade própria ou ficaria tudo dependia dela ou não já que Salvatore tem ela na palma da sua mão.

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Marly Gomes

Marly Gomes

amando autora

2025-06-24

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