A claridade atravessava as frestas da cortina, tímida, como se pedisse permissão para entrar.
Elena não se movia. Estava deitada no sofá da sala, ainda usando a camisola de renda que a mãe havia dado na véspera do casamento — “pra sua noite especial”, ela tinha dito, sorrindo. Agora o tecido parecia um lembrete cruel. Uma piada de gosto amargo.
Havia taças esquecidas sobre a mesa, pétalas caídas de um buquê já murcho e uma pilha de mensagens não lidas no celular que ela mantinha desligado desde aquele dia.
Não queria ouvir ninguém.
Não queria ouvir que ele teve um motivo.
Ou que merecia algo melhor.
Ou que um dia isso tudo faria sentido.
Não faria.
Aquilo nunca faria sentido.
Ela não dormia direito. Cochilava em lapsos, entre um soluço e outro. Acordava assustada, pensando ter sonhado tudo. Mas não tinha sido um pesadelo. Era real. Ele não apareceu. Ele a deixou.
De vez em quando, abria o armário e encarava o vestido de noiva, agora pendurado de volta no cabide. Havia tentado jogá-lo fora. Não conseguiu. Havia tentado rasgá-lo. Parou no meio, tremendo.
Hoje, pela primeira vez em dias, abriu a janela.
O ar entrou frio, carregando o som distante da cidade que seguia viva — sem ela.
O sol bateu em seu rosto e ela sentiu raiva.
Como o mundo ousava brilhar? Como tudo ainda funcionava?
Com os olhos marejados, segurando uma caneca de café frio, Elena pensou em tudo que não foi dito. Pensou no toque que não veio, nas palavras que ele não teve coragem de dizer.
No "sim" que ficou engasgado na garganta.
No amor que ela jurava que era verdadeiro.
E pela primeira vez, ela sussurrou em voz baixa, para ninguém:
— Covarde.
Não era só sobre ele.
Era sobre ela também. Por ainda amá-lo. Por ainda esperar que a porta se abrisse. Por não conseguir sair dali.
Mas ela sairia.
Um dia.
Não por ele.
Mas apesar dele.
Elena levantou do sofa tomou um banho demorado colocou uma roupa confortavel, fez uma maquiagem leve pra tirar o cansaço que se destacava no rospo por ter ficado tantos dias naquele apartamento so revivendo o dia que foi deixada no altar sem ter uma resposta se seja nem seus sogros não souberam ou não quiseram esplicar o motivo por ter acontecido assim.
Elena se sentia uma tola por ter desperdiçados longos 5 anos com alguem como Heitor onde foi que deixei de o conhecer neste temo que tivemos juntos ela remuia em suas lembraças e se fez e numeras vezes essa pergunta mesmo não tendo a resposta.
Arrumou sua mala com tudo que coube pegou sua bolça, deu uma ultima olhada no apartamento e saiu deixando pra tras aquela Elena e quem sabe podesse recomeçar.
Andou até a padaria da esquina. Nem fome tinha — mas queria algo quente, algo real.
O atendente a reconheceu, hesitou ao sorrir.
— Faz tempo que não te vejo, Elena...
Ela apenas assentiu, sem palavras. Pegou um café. Quente, amargo. Exatamente como se sentia.
Sentou-se à mesa perto da janela. Sozinha.
E, por um instante breve, o mundo pareceu mais suportável.
Ela ainda sangrava por dentro. Ainda queria respostas. Ainda o amava.
Mas ali, com uma xícara entre as mãos, Elena entendeu: ela sobreviveu à primeira semana.
E agora, finalmente, estava em movimento.
pegou o telefone sem responder as inumeras mensagens..
Mandou uma mensagens para seus pais, avisando que precisava deste tempo só pra ela e como sua vó tnha ma livraria era pra la que ela iria e quem sabe podesse ajudar em alguma coisa.
Após enviar a mensagem, mandou uma carta de demisão pra editora onde trabalhava e entrou no ceu carro e foi rumo uma nova historia.
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Atualizado até capítulo 56
Comments
Anonymous
👏👏👏
2025-07-15
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