Capítulo 3 [ Pesadelos e Sinais ]
Isabel acordou arfando, o lençol torcido em volta do seu corpo suado, o relógio de cabeceira marcava 3h33 da madrugada. O silêncio do apartamento era pesado, como se alguém, ou alguma coisa segurasse o ar do ambiente.
Ela levou a mão ao peito e sentiu que estava queimando.
Desde o encontro com Dante, algo dentro dela parecia se remexer, como se uma energia dormindo há anos tivesse sido acordada à força. Ela havia voltado para casa em estado de alerta naquela noite, mas não conseguia parar de ouvir os passos dele atrás dela, só lembrava do brilho dos seus olhos, e da forma como ele disse que "O laço foi feito".
No sonho que há fez acordar, ela estava cercada por neblina, e bem na sua frente, uma mulher flutuava acima do chão, os cabelos dançando como fumaça negra, seus olhos brilhando em branco puro, e no peito dela, o mesmo símbolo dos corpos, só que estava vivo como um coração pulsando.
- Ele vai te destruir - disse a mulher, sem mover os lábios, mas como algo mental - E você rsrs, vai gostar muito.
O som da risada da mulher ecoava dentro dela, como se o sonho tivesse sido Real. Ele vai te destruir, e você vai gostar rsrs
Isabel levantou foi até o banheiro, jogou água no rosto e se encarou no espelho, havia algo em seus olhos, um brilho sutil, dourado, o mesmo que ela via toda vez que olhava para os olhos de Dante. Ela encostou os dedos na pele, sentindo o calor percorrer a linha do maxilar até o pescoço, a sensação não era desagradável, e sim vívida, como se estivesse mais viva do que nunca. E era justamente isso que a estava assustando...
... Na delegacia, Isabel chegou mais cedo do que o normal, o detetive Miguel a encontrou com duas xícaras de café na mão e a testa franzida.
- Você parece que viu um fantasma - ele disse, entregando uma das xícaras para ela
- Acho que vi algo pior - respondeu ela, pegando a xícara da mão dele - Tem alguma coisa nova no caso?
- Na verdade sim, pegamos imagens de uma câmera de segurança da rua lateral, não mostra o assassinato em si, mas dá pra ver a vítima caminhando, e atrás dela uma sombra, só que...
- Só que o quê?
Miguel hesitou - A sombra não tem corpo, nem forma, parece mais uma falha na gravação, mas estava acompanhando a vítima.
Miguel foi até sua mesa e pegou o tablet e entregou para Isabel, ela pegou o tablet das mãos dele e deu Play no vídeo. Ele era em preto e branco, meio granulado, mas dava para ver, o homem que se tornaria a vítima andava rápido pela calçada molhada e atrás dele, como uma mancha em movimento, algo o seguia. A “sombra” se distorcia, como se estivesse tentando se manter disfarçada.
Isabel sentiu o mesmo frio na nuca do sonho.
- Você pode isolar essa parte? Quero mandar pra análise técnica
- Claro, mas você não acha que isso é coisa da sua cabeça? Quer dizer, depois de tudo...
Ela o cortou com um olhar - Confie em mim, isso é real.
Na hora do almoço, Isabel estava sozinha em sua sala quando a temperatura caiu repentinamente. A caneca de café estalou com o frio, um nevoeiro fino se formou nos cantos da janela.
E então ele apareceu
Dante!
- Você não devia entrar assim - ela disse, sem surpresa - Isso aqui é uma delegacia.
- E ainda assim, ninguém me viu entrar - ele se encostou na parede com os braços cruzados - me diga, está acontecendo, não é?
- Se você se refere aos pesadelos, ao calor inexplicável no meu peito ou à sombra com olhos vermelhos que aparece em vídeos de vigilância, então sim está acontecendo.
Ele se aproximou, o olhar mais sério agora - O laço é uma conexão arcana entre essência e desejo, vai mexer com seus sentidos, sua mente, seu corpo, vai transformar tudo o que você sente e tudo que você quer.
- E o que eu quero agora é entender - disse ela, ficando de pé - O que você é de verdade Dante ?
Ele hesitou e então tirou a camisa.
Isabel engoliu em seco.
No peito dele, havia o mesmo símbolo das vítimas, porém era invertido, como um espelho queimado na carne, não era tatuagem, era simplismente parte dele.
- Minha mãe era humana, meu pai não - A voz dele tinha um tom de dor - O símbolo é o selo do pacto, ele me prendia entre mundos, até você aparecer
- Por quê eu?
- Porque seu sangue é diferente e você é a última portadora da chama veela.
Isabel franziu o cenho - Isso é magia?
- É ancestral, uma linhagem esquecida de mulheres que carregavam poder em suas emoções, sedução, raiva, coragem, amor, era tudo energia e intensidade e você Isabel, é uma faísca em um campo cheio de pólvora prestes a explodir
Ela sentiu a pele formigar.
- E esse laço nos liga como companheiros?
Dante assentiu lentamente - Como instinto e necessidade, como sombra e luz e o mais perigoso como desejo e poder.
O ar entre eles ficou elétrico e Isabel deu um passo para trás, mas ele a seguiu devagar, os olhos nos dela e quando sua mão tocou o braço dela, o calor se espalhou como fogo sob a pele.
- Se quiser que eu vá embora diga agora.
Ela deveria dizer, sua razão gritava, mas seu corpo, esse a estava traindo miseravelmente
- Fica - sussurrou ela.
E ele ficou.
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Atualizado até capítulo 44
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