📕Boa leitura 😽🌻
O salão do trono do Castelo de Arvandor está envolto em uma atmosfera pesada. As colunas de mármore refletem a luz fraca das tochas, e as tapeçarias com o brasão do reino – um lobo dourado em um campo azul – parecem observar em silêncio. É o fim da tarde, e o Rei Bonafa está sentado em seu trono de carvalho entalhado, o rosto endurecido enquanto ouve os conselheiros. Rayka entra determinada, ainda carregando a raiva e a mágoa da traição que testemunhou na clareira de Elderglow.
Rayka atravessou o salão com passos firmes, o vestido verde de linho manchado de terra da cavalgada. Seus olhos, vermelhos de lágrimas que ela se recusava a deixar caírem novamente, brilhavam com uma mistura de fúria e determinação. Lina a seguia de perto, tentando manter o ritmo, com uma expressão que oscilava entre preocupação e vontade de esganar alguém. O Rei Bonafa ergueu o olhar ao perceber a chegada da filha, franzindo o cenho. Ele conhecia aquele olhar de Rayka – era o mesmo que ela tinha aos dez anos, quando desafiara um cavaleiro para uma corrida de cavalos e quase quebrara o pescoço.
Os conselheiros se calaram, sentindo a tensão no ar. Rayka parou diante do trono, o peito subindo e descendo rapidamente. Bonafa dispensou os homens com um gesto brusco, e o salão ficou vazio, exceto por ele, Rayka e Lina, que se mantinha a poucos passos, pronta para intervir – ou, mais provavelmente, para soltar um comentário sarcástico.
Bonafa (com a voz grave, mas preocupada): “Rayka, o que aconteceu? Você parece que enfrentou uma tempestade. E onde está Khai? Ele deveria estar com você.”
Rayka (com a voz firme, mas tremendo de emoção): “Khai não está comigo, pai. E nunca mais estará. Eu o vi… na clareira de Elderglow. Com Farah. Eles estavam juntos, rindo de mim, do nosso noivado, de tudo!”
Bonafa (levantando-se do trono, o rosto vermelho de fúria): “O quê?! Aquele… aquele verme ingrato! E Farah, sua amiga? Como ousam trair minha filha e este reino?”
Lina (não resistindo, murmurando): “Eu disse, majestade, aquele homem é mais escorregadio que um peixe no óleo.”
Rayka (ignorando Lina, mas com lágrimas nos olhos): “Eu confiei neles, pai. Acreditei que Khai me amava, que Farah era minha irmã. E eles… eles me apunhalaram pelas costas.”
Bonafa (batendo o punho no braço do trono): “Isso é uma afronta! Khai e sua família serão banidos de Arvandor. Quanto a Farah, ela não pisará mais neste castelo. Mas, Rayka, você precisa ser forte. Um reino não pode ser governado por um coração partido.”
Rayka engoliu em seco, a raiva dando lugar a uma dor que ela tentava esconder. Bonafa desceu do trono, colocando as mãos nos ombros da filha. Seus olhos, normalmente severos, suavizaram por um instante. Ele a amava, mesmo que sua forma de demonstrar fosse através de decisões duras e ordens imperiosas.
Bonafa: “Você é minha filha, Rayka. Uma princesa de Arvandor não se curva diante de traições. Precisamos proteger o reino, e isso significa um novo caminho para você.”
Rayka (franzindo a testa, desconfiada): “Um novo caminho? O que isso quer dizer, pai?”
Bonafa (com um tom firme): “Um novo noivado. O Rei Cutovis, de Vaeloria, é um aliado poderoso. Seu filho, Donatello, é um homem digno de você – ou pelo menos assim espero. Vou organizar o casamento.”
Rayka (recuando, chocada): “Casamento? Pai, eu acabei de ser traída! Você acha que vou me jogar nos braços de outro homem só porque você manda?”
Bonafa (com um suspiro exasperado): “Rayka, você é teimosa como sua mãe foi. Isso não é sobre amor, é sobre o reino. Se você tivesse liberdade para escolher, provavelmente acabaria casando com um trovador qualquer!”
Rayka (cruzando os braços, com um sorriso irônico): “Melhor um trovador que um traidor, pai. Pelo menos o trovador teria canções para me entreter.”
Lina (rindo baixinho): “Essa foi boa, princesa. Mas, majestade, com todo respeito, Donatello é aquele príncipe que faz as damas desmaiarem só com um olhar. Talvez não seja tão ruim.”
Bonafa (lançando um olhar fulminante para Lina): “Silêncio, criada! Rayka, a decisão está tomada. Donatello chegará em três dias. Prepare-se para conhecê-lo.”
Rayka abriu a boca para protestar, mas o olhar do pai a fez engolir as palavras. Ela conhecia aquele tom – era o tom do rei, não do pai. Bonafa voltou ao trono, já dando ordens a um guarda para convocar mensageiros e preparar a expulsão de Khai e sua família. Rayka virou-se, saindo do salão com passos rápidos, a mente girando.
No corredor, Lina a alcançou, segurando uma maçã roubada da cozinha. Ela mordeu a fruta com um ar teatral, como se tentasse aliviar a tensão.
Lina: “Então, um príncipe novo, hein? Aposto que ele é todo pomposo, com aqueles mantos cheios de babados. Você vai odiá-lo, princesa.”
Rayka (com um suspiro, mas com um brilho desafiador nos olhos): “Se ele acha que vai me controlar só porque é bonito, está muito enganado. Vou fazer ele desejar nunca ter vindo para Arvandor.”
Lina (rindo): “É isso aí! Vamos transformar a vida desse Donatello num caos. Quem sabe ele não foge antes do casamento?”
Rayka parou em um dos corredores do castelo, olhando pela janela para o horizonte onde a floresta de Elderglow se estendia. A traição de Khai e Farah ainda queimava, mas a ideia de um casamento arranjado com um estranho a irritava ainda mais. Ela não era uma peça em um tabuleiro político, e Donatello, quem quer que fosse, logo descobriria isso. Enquanto o sol se punha, tingindo o céu de laranja, Rayka fez um juramento silencioso: nunca mais deixaria alguém brincar com seu coração. E, se Donatello tentasse, ele que se preparasse para o desafio de sua vida.
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Atualizado até capítulo 24
Comments
Benedita Lourdes
comecei ler agora, más estou gostando
2025-06-14
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