Desde o beijo no túnel, Ryan e Lucas pareciam viver em um universo paralelo dentro daquele ônibus. O mundo podia girar lá fora, mas entre os dois, era só faísca e toque leve — e algumas mensagens trocadas até tarde da noite, que iam ficando cada vez menos inocentes.
Uma sexta-feira chuvosa, Lucas esperou Ryan no ponto final. Caio estava com a avó, o que era raro. Ryan desceu do ônibus com o guarda-chuva todo torto e um sorriso nos lábios.
— Sem o Caio hoje? — ele perguntou, já sabendo a resposta.
— Só a gente. — Lucas mordeu o lábio, o olhar malicioso. — Quer estender a viagem?
Ryan ergueu uma sobrancelha, desafiando:
— Só se for pra um lugar onde eu possa provocar você do jeitinho que eu gosto.
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O quarto de Lucas era simples, mas o clima ali dentro pegava fogo desde o momento que Ryan tirou o casaco encharcado. Estavam tão próximos que era impossível saber quem puxou quem. As bocas se encontraram como se quisessem compensar o tempo todo em que se controlaram dentro do ônibus.
Lucas empurrou Ryan devagar na cama, subindo por cima dele com os olhos brilhando.
— Ainda quer me provocar?
Ryan riu, puxando Lucas pela gola da camisa.
— Eu quero te deixar implorando.
O beijo seguinte foi mais intenso. As mãos exploravam, os corpos se ajustavam, o desejo pulsava. Lucas desceu os beijos pelo pescoço de Ryan, fazendo-o soltar um suspiro baixo.
— Isso é injusto — Ryan murmurou. — Você sabe exatamente o que tá fazendo.
— E você ama isso — Lucas respondeu, deslizando as mãos pela cintura dele.
As roupas foram se perdendo pelo quarto, uma a uma, entre beijos, mordidas leves e sorrisos carregados de malícia. Não havia pressa, só vontade. Ryan gemia baixinho, os olhos fechados, a pele arrepiada sob cada toque.
E quando finalmente se entregaram, foi com a naturalidade de quem já estava conectado há muito tempo — como se o ônibus tivesse sido só o começo de um caminho que eles estavam destinados a seguir juntos.
Depois, deitados lado a lado, Ryan virou o rosto e provocou:
— Aposto que nunca imaginou que segurar o Caio no ônibus ia te render isso tudo.
Lucas sorriu, virando-se de lado, puxando Ryan pra mais perto.
— Não. Mas agora que tenho você, não devolvo nem se me oferecerem o assento preferencial.
Ryan riu, se aconchegando no peito dele.
— Ótimo. Porque esse é o único ônibus em que eu quero embarcar todos os dias.
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