#5 um novo amigo

Eloá: (suspirando) Parece que não há saída... Eu preciso desse escape.

Traficante: O que você quer, garota?

Eloá: Preciso de algo para esquecer, para me sentir viva novamente.

Traficante: Eu posso ajudar-te, mas vai ter um preço.

Eloá: Eu faço o que você quiser, só me dê algo que me faça esquecer desse vazio dentro de mim.

Traficante: Então me prove que você pode ser útil. Roube aquela bolsa daquela mulher ali no parque e traga para mim.

Eloá: (respirando fundo) Eu consigo fazer isso.

Eloá seguiu as instruções do traficante e conseguiu roubar a bolsa da mulher. Ela voltou para o traficante, entregou a bolsa e recebeu as drogas em troca.

Traficante: Aqui está o seu escape. Aproveite.

Eloá se afastou do traficante e se sentou no chão gelado de um beco. Ela acendeu um cigarro, tragou profundamente e fechou os olhos. Em pouco tempo, ela caiu no sono.

Durante o sono, Eloá teve um sonho vívido. Ela viu-se em um escritório luxuoso, vestindo um terno elegante. Ela era a CEO de uma grande empresa, sendo admirada por todos ao seu redor. Ela sorria, radiante de felicidade e sucesso.

Eloá acordou abruptamente, olhando ao redor com confusão. Ela viu o cigarro entre os dedos e soltou uma fumaça densa. A realidade voltou com força, mostrando que seu sonho era apenas uma ilusão.

Eloá: (sussurrando para si mesma) Um dia... um dia eu vou conseguir sair dessa vida.

Ela puxou mais uma vez o cigarro, sentindo a fumaça queimar os seus pulmões. A sensação de entorpecimento a envolveu mais uma vez, afastando momentaneamente a dor e a tristeza que a consumiam.

Eloá estava sentada em um beco escuro, preparando mais uma dose de maconha. Ela estava mentindo para si mesma, dizendo que poderia sair das ruas a qualquer momento, mas no fundo ela sabia que estava presa naquele ciclo de drogas e desespero. Enquanto enrolava o baseado, uma lágrima escorreu pelo seu rosto sujo e machucado.

Por que estou fazendo isso comigo mesma? ela se perguntou em voz baixa, enquanto acendia o cigarro de maconha e tragava fundo, deixando a fumaça encher seus pulmões.

Foi então que viu um gato preto atravessando o beco, seus olhos amarelos brilhando no escuro. Eloá estremeceu, superstições sobre gatos pretos passaram por sua mente perturbada. Ela sempre acreditou que eram um mau presságio, um sinal de azar. Mas naquele momento, ela se sentiu estranhamente atraída pelo animal.

O que você está fazendo aqui, gatinho? ela perguntou ao felino, que se aproximou dela e começou a esfregar-se em suas pernas. Eloá acariciou o pelo macio do gato, sentindo-se estranhamente reconfortada por sua presença.

Você não tem medo de mim, não é mesmo? ela murmurou para o gato, que apenas miou em resposta. Eloá suspirou, sentindo uma tristeza profunda em seu peito. Ela se perguntou como havia chegado a esse ponto, vivendo nas ruas, longe de sua família e amigos, afundando cada vez mais no mundo das drogas.

Eu costumava ter esperança de que poderia mudar minha vida, mas agora... ela não conseguiu terminar a frase, as lágrimas rolando livremente pelo seu rosto. O gato preto subiu em seu colo e começou a ronronar, como se estivesse tentando consolá-la.

Eloá ficou ali, no beco escuro, abraçada ao gato preto, deixando-se levar pelas lembranças de um passado melhor, quando ela ainda tinha sonhos e esperanças. Ela pensou em sua mãe, que certamente estava preocupada com ela, em seus irmãos que talvez acreditavam que ela poderia se reerguer. Mas ela sabia que as coisas não eram tão simples assim. Ela era apenas uma drogada, uma sem-teto, uma alma perdida no mundo.

Mas naquele momento, com o gato preto em seu colo, Eloá sentiu um lampejo de determinação. Ela sabia que não seria fácil, que teria que lutar contra seus próprios demônios e vícios, mas ela não podia desistir. Ela tinha que tentar novamente, por ela mesma, pela sua família, por um futuro melhor.

Obrigada, gatinho... ela sussurrou, secando as lágrimas e olhando para o céu estrelado acima. Ela levantou-se, deixando o baseado pela metade no chão, e ficou observando as estrelas com o seu novo gatinho de estimação e ficou perdida em pensamentos.

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