capítulo. 3

Benjamin

Não consigo deixar de encarar, com a boca aberta, o proprietário da boate. Luto contra o impulso de procurar uma mesa para me enfiar debaixo. Nunca

me senti tão envergonhado em toda a minha vida.

Ouço as garotas fazendo comentários sobre Ethan, mas mal presto atenção. Metade do meu cérebro

está concentrado no cara diante de mim. estou tão enfurecido.

Por que você me deixou fazer isso? Por que não disse algo ou apresentou-se logo?

Ele sorri, droga! Noto por um segundo que o seu sorriso é espetacular, mas então a minha humilhação retorna e ofusca completamente todo meu resto.

Por que eu faria isso, se deixá-lo despir-me foi tão mais divertido? Bem, porque totalmente é anti profissional, para começo Conversa.

— Porquê? Vocês pediram um stripper. Faz alguma diferença quem eu mando vir?

Não é essa a questão. Você nos enganou de propósito.ele cai na gargalhada. Droga! Que sem-vergonha!

Não me lembro de ter prometido que mandaria um stripper honesto. Apenas um disposto a colaborar.

Eu cerro os lábios, furioso. Ele é bem abusado.

Então, de maneira descontraída, como se não estivesse sem camisa na minha frete, ele cruza os braços por cima do peito. O gesto faz minha atenção se prender ao seu músculo peitoral perfeitamente definido e à tatuagem que cobre um lado inteiro do peito. Não consigo decifrar exatamente o que é, mas parte dela chega a se

espalhar e se estende pelo seu ombro esquerdo,

Ele pigarrou e os meus olhos voltam rápido para o seu rosto. Está sorrindo mais ainda, e eu retribuo a fazer cara feia, fuzilando-o com olhar.

Não consigo raciocinar com ele de pé, aqui, desse jeito. Ele é extremamente desconcertante sem camisa.

Você não acha que deveria pelo menos se vestir?

— E você não vai pelo menos devolver a minha camiseta?

Olho para baixo e, claro, a camiseta preta dele está presa firmemente na minha mão, Droga! Furioso, eu jogo a camiseta sobre ele, e ele agarra rapidamente.

O mais estranho é que, mesmo estando enfurecido, não sei muito bem por que estou tão zangado. Só sei que estou.

Você está mesmo pegando fogo!

Talvez eu devesse ter tirado a sua camisa também

— diz Joseph, enquanto veste a camiseta.

– Que diferença teria feito? Além do fato de que teria sido no mínimo umas dez vezes mais constrangedor.

Ele para e sorri para mim, um sorriso sexy e convencido, que eu não quero que me impressione, mas pelo visto não consigo evitar.

Se eu tivesse feito isso, com toda a certeza não estaria aborrecido agora.

Minha boca fica completamente seca quando uma imagem dessa cena oscila nà minha mente: ele passando delicadamente a camisa por cima da minha cabeça, Suas mãos na minha pele, seu corpo contra o meu, seus lábios tão perto que quase posso sentir seu gosto. Isto é o suficiente para me fazer esquecer a raiva.

Estou olhando fixamente para ele, de boca aberta

novamente enquanto termina de ajeitar a camiseta , ele chega perto de mim. Eu permaneço imóvel. Seu sorriso se transforma em uma curva sedutora nos lábios que faz meus joelhos tremerem.

Estou completamente encantado e embaraçosamente excitado quando ele se curva para sussurrar no meu ouvido:

-É melhor fechar essa boca antes que eu fique com vontade de beijá-lo e realmente dê motivos para você ficar agitado. Quase engasgo. Estou chocado. Mas não com que ele disse, mas sim porque isso é exatamente o que quero que ele faça, porque isso faz o meu estômago se contrair só de pensar.

Ele inclina-se para trás e olha para mim. Não sei bem por qual motivo, mas fecho a boca, na mesma hora. E ele percebe.

Droga!

Vejo uma leve decepção em seu rosto. E, de um modo perverso, isto me agrada.

— Quem sabe da próxima vez — provoca, com uma piscadela. Então pigarrea, recua e olha à sua esquerda. — senhoritas, cumprimenta as outras garotas, que não estão prestando nenhuma atenção, porque estão a observar Ethan provocar Emma com o seu peito, agora nu. Ele volta a olhar para mim e, de um jeito tipicamente sulista, diz: cavaleiro.

Em seguida, acena com a cabeça, se vira, abre a porta e sai, fechando-a lentamente atrás de si.

Eu nunca me senti tão tentado a ir atrás de alguém como nesse momento.

Abro os olhos só um pouquinho, quase certo de que vou sentir facas me apunhalando na cabeça.

Claridade da manhã no início de setembro que flui pela janela não é nem um pouco doloroso. É o caso estranho da ressaca que nunca aconteceu. E estou agradecido por isso.

O que é doloroso, entretanto, é a lembrança da humilhação da noite anterior. Ela volta à minha memória num ímpeto, assim como a imagem do

maravilhoso proprietário da boate, Joseph. Eu me viro na cama e afundo o rosto no travesseiro, enquanto os detalhes vagueiam pela minha mente:

alto, forte e rosto lindo, perfeito. Um sorriso de matar.

Ai, meu Deus, aquele cara era tão gostoso!

Mesmo agora, lamento que ele não tenha me beijado. É ridículo, mas poderia ter tornado o vexame um pouco menos... em vão.

Repreendendo a mim mesmo, eu me viro de costas novamente e fico olhando para o teto. Sou inteligente o bastante para reconhecer quando estou prestes a ceder à minha única fraqueza de

verdade. E é por esta razão por causa do modo como meu pulso acelera quando penso naqueles olhos escuros me desafiando a despi-lo; por causa do modo como me sinto excitado quando penso nos lábios dele nos meus que tenho de ficar contente por nunca mais voltar a vê-lo. Esse cara é personificação da única coisa na vida da qual eu quero distância: me apaixonar por outro bad boy.

Como sempre, quando penso em relacionamentos desastrosos, penso em Gabriel. Joseph lembre-me muito ele. Convencido, sexy, encantador, indomável, Rebelde. Um destruidor de corações.

Eu trinco os dentes, afasto os lençóis e vou até o banheiro. Tiro Gabriel da cabeça, recusando-me a dar àquele cretino mais um segundo se quer da minha vida.

Após jogar água fria suficiente no rosto para me sentir parcialmente humano, Vou a cambalear para cozinha. Mal percebo a mobília elegante e as obras de arte perfeitamente posicionadas quando passo pela sala de estar Faz quase duas semanas que a garota que dividia apartamento comigo mandou-se, e tive de instalar-me na casa da minha prima rica, Amélia. Por fim, acostumei-me a ver Como os ricos.

Bem, mais ou menos, penso enquanto paro para observar o relógio de 2 mil dólares na parede.

São quase onze horas. Quando entro na cozinha, estou um pouco irritado comigo mesmo por desperdiçar uma boa parte do dia dormindo, isso me deixa de mau humor e estressado. Ver Amélia sentada, com as suas longas pernas à mostra, diante de um cara sentado num banco, não ajuda em nada o meu estado emocional.

Fico observando os ombros largos, cobertos com o lençol e o cabelo loiro escuro. Durante meio segundo, penso no que estou usando: um short

e uma camiseta regata; e na minha aparência: cabelo preto despenteado, olhos verdes sonolentos,

Rimel borrado. Analiso a hipótese de voltar imediatamente para o quarto, mas essa opção se perde no instante em que Amélia fala comigo.

— Olha só, O Belo Adormecido! — diz a minha prima com um enorme sorriso, enquanto caminha na minha direção.

Na mesma hora, fico desconfiado. Para começo de conversa, Amélia nunca é gentil comigo. Nunca. Ela é o perfeito triplo M: mimada, metida e maliciosa. Se houvesse qualquer outra opção de teto para cobrir a minha cabeça, eu teria escolhido. Não que eu não seja agradecido. Eu sou. E mostro essa gratidão pagando a minha parte de um aluguel que Amélia nem sequer paga — Considero isto um gesto bem generoso da minha parte.

Bom dia? - respondo, hesitante, Com a voz rouca.

Os ombros larqos diante de Amélia mudam de posição, e o cabelo loiro escuro se vira na minha direção. Os olhos castanho-escuros da Cor do

pecado me tomam de surpresa. E deixam-me paralisado.

É Joseph.

O dono da boate.

Sinto o queixo cair e minha coragem desaparecer.

Estou surpreso e constrangido; porém, primeiro, estou passado ao perceber o quanto ele fica muito mais atraente à luz do dia. De certo modo, acho que secretamente pensei que a minha reação a ele na noite anterior tivesse sido efeito do álcool, somado ao fato de estar tirando a sua roupa.

Obviamente, nenhuma das duas coisas tem a ver Com o que está acontecendo comigo agora.

-0 que você está fazendo aqui?- pergunto, confuso.

Ele franze a testa, intrigado. Desculpe, o que foi que você disse?

Em seguida, lança um olhar para Amélia novamente para mim.- Espere um minuto José, você conhece? pergunta Amélia, sua gentileza estranhamente agora deixada de lado.

Joseph/José? E o namorado da Amélia? Não faço a menor ideia do que dizer.

A minha mente desordenado está tendo dificuldade em colocar as peças do quebra-cabeça no seu devido lugar. -Não que eu saiba diz Joseph Com uma expressão totalmente apática.

Quando finalmente me dou conta do que está acontecendo, minha confusão e meu constrangimento dão lugar à raiva e indignação. Se tem uma coisa que detesto mais que um traidor é um Cara mentiroso. Os mentirosos causam repugnância e ódio.

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