Rendido Por Ela
...Miguel Adams ...
Estou em mais uma festa com Júlia e seus amigos.
Sei bem o que rola aqui, sei que além de bebidas aqui rola muita droga, mas eu não uso, nunca usei e nem pretendo. A verdade é que só estou aqui por causa dela.
Rubi, minha irmã mais velha já conversou comigo sobre isso, mas a verdade é que eu não consigo me manter longe dessa menina, ela é linda, sexy e quente como um vulcão, a morena me deu um belo chá de b*ceta, um daqueles que te deixa de pernas bambas e desconcertado. Ai não deu outra, me apaixonei, o que aconteceu pela primeira vez, pois eu sempre fui do tipo que pega e não se apega. No auge dos meus 19 anos, quase 20, já peguei tanta mulher que perdi as contas, mas Júlia é diferente, com ela eu quero mais.
— Sujou! A casa caiu! — alguém grita e todo mundo começa a correr.
— Corre Júlia! — digo, mas ela está tão chapada que não consegue nem sair do lugar. — P*rra Júlia!
— Parado! Mãos pra cima. — dou uma última olhada para Júlia e levanto as mãos.
Já na delegacia alguns foram levados para as celas, mas a mim não, já que um dos policiais viu que eu estava sóbrio e não tinha droga comigo. Mas também não posso sair daqui sem prestar esclarecimentos, já que todos que estavam lá até segunda ordem ou estavam vendendo drogas ou usando, eu não estava fazendo nenhum dos dois.
O som da porta da sala ecoou seco quando abriu. Estou de braços cruzados, muito irritado, e confesso que um pouco desesperado também, pois meus pais vão me matar e depois Rubi e Safira — elas são minhas irmãs mais velha, são gêmeas — vão fazer o mesmo.
— Eu quero falar com o delegado. Agora! — disse com firmeza, encarando o policial que estava me escoltando. — ele apenas assentiu com a cabeça.
— Mika tá aí? — ele pergunta para uma policial.
— Já está vindo. — ela responde.
— Ele quer falar com o delegado. — ele diz para ela e os dois soltam um risinho debochado.
Uma mulher entra na sala. Salto firme, cabelo preso em um coque improvisado, olhar direto. Ela está vestindo jeans escuro, camisa social azul arregaçada nos cotovelos e uma expressão de quem não tem paciência para drama.
— Onde está o delegado? Quero falar com ele. — digo e a mulher sorri de lado.
Esse pessoal dessa delegacia são um bando de loucos, ficam cheio de sorrisinhos.
— Sou eu. Delegada Mikaela. — ela diz e pisco várias vezes e tenho certeza que estou com a maior cara de bobo.
— Você é o... delegado? — ela arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.
— Isso é um problema? — fico meio desconcertado, mas tento manter o ar desafiador.
— Não, não... é que... achei que Mika fosse um cara. — ela deu um meio sorriso, que não chegou aos olhos.
— Surpresa. Agora fala. Por que tanta urgência pra me ver?
— É sobre a Júlia. A garota que tava comigo. Vocês não podem prender ela, não foi culpa dela! Eu trouxe ela lá, ela nem queria ir!
Mikaela me analisa por alguns segundos e olhar dela me faz tremer na base, mas eu sustento meu olhar no dela, não desvio.
— Ela é maior de idade?
— Sim... tem 18. Mas...
— Então ela responde pelos atos dela. Agora, se quiser mesmo ajudar, vai ter que falar a verdade toda. E vai ter que ouvir umas verdades também.
Mordo o lábio inferior e começo a suar muito, sei que estou em apuros. E que essa mulher bonita, segura de si e com olhar afiado, não é alguém com quem se pode bater boca fácil.
Solto um suspiro, passando as mãos pelos meus cabelos que já devem estar para lá de bagunçados. Estou tenso, mas tento parecer seguro e talvez até um pouco mais velho do que sou. Mas Mikaela parece ser daquele tipo que vê além da pose, daquelas que enxergam o medo e a culpa escondidos.
— Eu não devia ter levado ela, eu sei... — murmuro, finalmente e sei que estou mentindo para a polícia. — Mas não era nada demais. Era só uma festa. — tento parecer o mais natural possível.
— Uma festa com menores de idade, drogas e bebida liberada. — Mika rebate com calma, mas firme. — Você pode não ter noção ainda, mas isso é grave.
Ergo os olhos para ela, encarando-a pela primeira vez com menos raiva e mais curiosidade.
Ela é linda, tem olhos escuros, uma franjinha que deveria lhe deixar mais meiga, mas os olhos dela não mentem, ela não tem nada de meiga.
— Você... sempre foi assim?
— Assim como? — ela perguntou, sem entender.
— Intimidadora. — respondo sorrindo de lado.
Ela soltou um riso breve, balançando a cabeça.
— Sou delegada. Não dá pra ser muito delicada no meio do caos.
Um silêncio breve se instalou, denso, mas não desconfortável. Olho bem para ela, como se pudesse decifra-la só com o olhar.
...Mikaela Alencar ...
Fazia tempo que estávamos na cola dessa quadrilha. Basicamente eles dão festas regadas a muitas drogas, bebidas e sexo, é uma orgia o que rola ali. As bebidas ok, é legal, mas não quando está sendo comercializada para menores de idade, que é esse o caso. Além de tudo ainda havia muita droga, que nem preciso dizer que é ilegal a comercialização, sem contar que há muitos menores de idade fazendo sexo com pessoas bem mais velhas, o que já é outro problema. Agora resta saber quem é o dono da casa e quem está junto ao esquema.
O loirinho bonitinho está me olhando com olhos compridos, mas eu me mantenho impassível, embora tenha notado o jeito como ele está me olhando. Isso é novo. Poucos olhares me desarmam. Mas o dele… tem algo de desprotegido e curioso, como quem não sabe se quer me desafiar ou me conquistar.
Só tente moleque!
— Qual o seu nome mesmo? — pergunto voltando ao foco.
— Miguel. — respondeu, mais calmo. — Miguel Adams.
Anoto seu nome mentalmente.
— Escuta, Miguel... — digo tentando manter o tom mais ameno. — Se quiser mesmo ajudar sua amiga, vai ter que colaborar com a investigação. E isso significa contar tudo o que viu lá dentro. Inclusive quem estava vendendo o que.
Nem estou falando do sexo com os menores de idade, pois ao meu ver ele não está envolvido com isso. Já que pelo olhar perdido, posso ver que está de quatro pela a outra que está na cela.
O que uma pessoa apaixonada não faz por amor… Até se colocar na reta da polícia por ela.
Isso me dá raiva, pois meu ex marido nunca fez nada disso por mim, muito pelo contrário, ele estava muito lindo e pleno comendo minha sobrinha na nossa cama.
Enfim… isso não vem ao caso.
Posso ver que o moleque está hesitando entre me contar o que sabe ou não, mas a verdade é que ele não tem muita escolha.
— Quer que eu chame seus pais? A propósito, quantos anos você tem moleque?
— 19.
— Hum… vai colaborar ou não?
— Se eu contar, não vão pegar pesado com a Júlia?
O encaro por um instante. Vejo sinceridade no moleque. E uma coragem meio torta, típica da idade.
— Se você for honesto comigo... eu posso ver o que posso fazer por ela. Mas não me subestime, Miguel. Nem tente me enrolar, senão será pior… pra você, é claro. — sorrio de lado e ele assentiu, devagar.
— Tá bom... eu falo. Mas só se for com você. — disse, olhando direto para mim e eu levanto uma sobrancelha.
— Por quê? — ele deu um meio sorriso.
— Porque você é a única aqui que me levou a sério.
Desviou os olhos por um segundo, talvez para esconder o pequeno impacto que essa frase teve. Respiro fundo e volto a encará-lo com a mesma firmeza de antes. Afinal, um moleque não pode me desestabilizar, ainda mais um que está se pondo na mira da polícia para defender a menina que gosta.
— Então fala, Miguel. Me conta tudo.
E ele me conta o que sabe e ao que parece nem ele e nem a tal Júlia têm nada a ver com a venda de bebidas e drogas que rolava, só estavam no lugar errado e na hora errada.
— Tudo certo Miguel, pode ir.
— Obrigado, delegada Mikaela. — assinto e ele sai.
— Um café chefe. — Stefan coloca o copo na minha frente.
— Obrigada, estou precisando mesmo, a madrugada vai ser longa.
— Se vai…
— Vá achando os responsáveis dos menores de idade.
— Pode deixar chefe. — ele diz e sai da sala.
Tenho pena dos pais desses jovens… dão o melhor por eles e eles fazem essas besteiras.
No meu íntimo agradeço por não ter tido filhos, pois não queria passar por algo assim.
Acho que vou me manter assim sem filhos, nem digo que vou ficar pra titia, pois era assim que minha única sobrinha mulher me chamava e lembrar disso ainda dói, pois ela estava se embolando com meu marido na minha cama.
Eu mereço…
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Atualizado até capítulo 29
Comments
Charlotte Peson
@Jéssica Lynne arrasou já amei !! Já quero tudo kkkkkk isso vai dar uma safadeza das boas kkkkk!!!
2025-05-11
9
Vivi Mary
A delegada é a filha da Beatriz?
2025-05-11
0
Charlotte Peson
Huuuuu petulante e debochada é o nome dela kkkkkkk!!
2025-05-11
3