Som da Escolha
Carolina escolheu o homem de terno branco, Lindo, com ar misterioso e Intrigante.
Havia algo naquela serenidade calculada, naquele olhar profundo, que a atraía mais do que o convite imediato da mulher de vestido carmesim. Queria respostas, toques, não apenas sensações. Ou talvez, no fundo, quisesse entender por que desejava tanto algo que mal conhecia, mais lhe despertava o inconsciente.
Sentou-se no sofá diante dele, sentindo a textura macia do veludo sob os dedos.
— Seu nome? — ela perguntou, sem cerimônias, direita.
— Isso não importa aqui. Sou apenas aquele que vai te ajudar a olhar o que você esconde.
— E se eu não quiser olhar?
— Você já quis. Ou não teria subido essa escada comigo.
Ele estendeu um pequeno espelho de moldura dourada. Carolina hesitou, então pegou o objeto. Ao olhar seu próprio reflexo, esperava ver apenas seu rosto — olhos intensos, cabelos emoldurando as feições angulosas —, mas algo ali parecia... distorcido. Como se o espelho revelasse outra versão de si mesma. Uma Carolina com os olhos mais escuros, o sorriso mais marcado e uma expressão de desejo puro, que já não dava para esconder.
— O que é isso?
— O que você seria se não se censura se. Se não tivesse medo do julgamento, da perda ou da entrega.
Ela pousou no espelho com cuidado.
— É isso que todos aqui fazem? Perseguem versões alternativas de si mesmos?
— Não. Alguns apenas se afundam nelas. Você, pelo que vejo, quer atendê-la antes de escolher qual delas será sua verdade.
Carolina sentiu a garganta seca. O ambiente era quente, aconchegante, mas aquele diálogo a deixava exposta de um jeito que poucas vezes experimentaria.
— Damian te enviou com um propósito, não foi?
— Damian te trouxe até aqui porque você está pronta para atravessar o véu. Mas apenas você pode decidir o que está atrás dele, não é verdade.
— E esse véu... tem a ver com ele? Com o que ele representa?
— Tem a ver com tudo o que ele desperta em você. Com o que você já era antes de conhecê-lo, mas não ousava nomear.
Ela se levantou, inquieta. Caminhou até uma estante repleta de objetos curiosos: ampulhetas, livros sem título, chaves de formatos estranhos.
— O que acontece se eu não quiser seguir? Se eu simplesmente sair por aquela porta e fingir que essa noite nunca existiu?
— Você pode fazer isso. Mas algo em você já mudou. A escolha não foi apenas sobre mim ou sobre a outra mulher. Foi sobre reconhecer que o desejo por algo maior — mais profundo, mais perigoso — já te possui.
Ela se virou para encara - lo.
— E se eu escolher o caminho que revela?
— Você será desafiada. Terá que lidar com verdades que podem destruir ou libertar. Com pessoas que não são o que parecem. E com o próprio Damian, que é mais do que um anfitrião sedestá a esperara respirou fundo.
— Então me diga... qual é o próximo passo?
Ele sorriu pela primeira vez.
— Você já deu. O resto está esperando atrás da próxima porta.
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Atualizado até capítulo 52
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