Mas é claro que as coisas não seriam fáceis.
Sua irmã a viu sentada sozinha e, como sempre, veio para perturbar.
Agatha fechou os olhos por um segundo, tentando manter a calma.
Ela não queria conversa, não queria olhares, não queria ninguém perto.
Sem dizer nada, levantou e saiu dali.
Caminhou rápido pelo salão, procurando outro canto onde pudesse sumir de novo.
Foi quando viu.
Um homem, sozinho numa mesa próxima às janelas.
Alto, ombros largos, expressão fechada.
Parecia tão isolado quanto ela.
E, para sua surpresa, ninguém se atrevia a se aproximar dele.
Talvez, ali, ela pudesse ficar em paz.
Sem pensar muito, Agatha atravessou o salão, sentindo os olhos queimarem em suas costas.
Chegou até a mesa e, sem pedir permissão, puxou a cadeira ao lado dele e se sentou.
Foi nesse instante que o salão inteiro congelou.
O burburinho parou de novo.
O silêncio caiu como uma pedra.
Agatha fingiu não perceber, ajeitando o vestido de forma automática.
O homem ao seu lado virou o rosto para ela, devagar.
E naquele momento — no primeiro contato, no primeiro olhar —
o mundo de ambos mudou para sempre.
---
Agatha percebeu os olhares pesados sobre eles. A vergonha subiu como fogo pelas suas bochechas.
Virou-se um pouco para o homem ao seu lado e, sem pensar muito, perguntou baixinho:
— Por que... todo mundo tá olhando pra gente?
O homem ergueu uma sobrancelha, como se estivesse achando graça da pergunta.
A voz dele saiu grave, carregada de uma autoridade natural:
— Você não sabe quem eu sou?
Agatha ficou ainda mais sem graça.
— Não... — respondeu rápido, preocupada que tivesse soado como uma ofensa. — É que... eu não tenho um lobo. Então... não sinto a hierarquia de vocês.
O homem a encarou por um momento longo, como se estivesse vendo algo que ninguém mais podia ver.
Agatha, desconfortável, tentou mudar de assunto:
— Mas... por que eles ainda estão olhando? — insistiu, inquieta.
Ele sorriu de leve — um sorriso que era mais sombrio do que divertido — e respondeu:
— Porque ninguém nunca teve coragem de sentar aqui.
— Aqui é o lugar reservado para a minha Luna.
Agatha arregalou os olhos, sentindo o sangue congelar nas veias.
— Me desculpa! — disse, já se levantando, desesperada para sair dali.
Só que ela não chegou nem a ficar de pé.
Em um movimento rápido e firme, o homem a puxou pela cintura e a colocou sentada no colo dele.
Agatha praticamente sumiu nos braços dele, pequena e frágil diante daquele corpo enorme.
O salão inteiro prendeu a respiração.
Todos esperando o pior — achando que ele ia matar a humana insolente por ter desrespeitado o rei.
Mas o que aconteceu em seguida deixou todos chocados.
O rei inclinou o rosto, encostou o nariz no pescoço dela e inspirou profundamente, como se estivesse absorvendo cada detalhe dela.
Então murmurou, apenas para ela ouvir:
— Finalmente te encontrei, minha Luna.
Agatha ficou paralisada.
Seu coração disparou tanto que ela achou que fosse desmaiar.
Não conseguia pensar, não conseguia se mexer.
Ela, a rejeitada da alcatéia, a humana invisível... era a Luna do Rei Alfa.
O mundo dela virou de cabeça para baixo em um segundo.
---
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 33
Comments
Patricia Sousa
eita porra ,agora o negócio fica bom
2025-06-05
3
Claudia Magda de Paula Maia
👏👏👏👏👏
2025-06-05
0