05

Ou melhor ainda, ela transaria com ele por despeito?

"Eu o matarei com prazer, Alteza", disse Elan, "mas não posso protegê-la das consequências se ele morrer antes do casamento. Peço desculpas por deixar minhas emoções me dominarem."

"Não precisa se desculpar por querer matar esse homem patético", disse Ianora, sem tirar os olhos de Castor. "Eu também sonho em cortar a garganta dele. Infelizmente, a morte ainda não está nos planos do meu futuro marido."

Elan retirou a lâmina do pescoço de Castor, embainhou a espada em um movimento rápido e retornou para o lado de Ianora.

"Estou tão feliz que você esteja disposta a se conter por mim, querida. Eu odiaria ficar me esquivando de punhais nas costas enquanto aguardo ansiosamente a nossa noite de núpcias. Você também está ansiosa por isso, não é?"

Os olhos de Ianora brilharam, e suas mãos se fecharam sutilmente ao lado do corpo. "Tanto quanto qualquer cordeiro anseia por ser devorado por uma fera."

Uma gargalhada inesperada e estrondosa borbulhou no estômago de Castor, e ele se recostou mais para trás para soltar tudo. "Ah, mas você não é um cordeiro, né, querida? Você é um lobo em pele de cordeiro. Sempre foi. É uma das coisas que sempre admirei em você. Se eu tivesse percebido antes, talvez não estivéssemos nessa confusão hoje. Você já estaria submissa na minha cama."

"É só com isso que você se importa? Levar alguém para a cama comigo?"

"Ter você é muito mais do que isso, não. Certamente, sua virgindade será um prêmio a ser saboreado, mas..." Castor parou de falar, seus olhos escurecendo enquanto encarava Ianora. Ela era tão linda, e usava essa beleza como uma arma tanto quanto suas palavras e inteligência. Ela também era forte, como todas as vampiras verdadeiramente dignas. Mas sua força era algo completamente diferente. Era mais do que física. Seria preciso uma mulher forte para domá-lo, e ele não queria nada mais do que ser domado por ela.

"O quê?" ela perguntou, claramente não gostando do jeito que ele estava olhando para ela.

"Você vai ser minha esposa, Ianora", disse ele suavemente, "e eu vou fazer você se curvar à minha vontade. Você vai gritar meu nome em êxtase enquanto eu te fodo sem dó, e vai me implorar por misericórdia quando eu te fizer gozar até não aguentar mais. Reivindicá-la será uma vitória sem igual. Um troféu que passei quase trinta e cinco anos perseguindo. Em uma semana, finalmente conquistarei a única mulher que sempre esteve fora do meu alcance. Não se trata apenas do seu corpo, doce Ianora. Você será minha de todas as maneiras."

"Nunca", ela cuspiu. "Você pode tomar meu orgulho e meu corpo, mas nunca será dono do meu coração. Da minha alma."

"Veremos. Para sempre é muito tempo."

A raiva dela o excitou ainda mais. Ele adorava que ela não tivesse medo de mostrar quem realmente era perto dele. Isso tornava o jogo ainda mais divertido.

"Você é um homem nojento, Castor", sibilou Elan. "É um milagre você ter conseguido conquistar a estima do Rei Kel tempo suficiente para selar este acordo."

"Não havia necessidade de vermifugação", disse Castor com sinceridade. "Eu apenas ofereci a Kel a única coisa que ele jamais poderia recusar. Tanto que ele imploraria para me dar seu bem mais precioso, sua filha, para consegui-la."

Castor cruzou os dedos, examinando Ianora e Elan mais de perto. Nenhum deles respondeu, mas, apesar do olhar implacável, Ianora jamais sentiria falta da munição que ele acabara de fornecer se soubesse o que era. "Então, você realmente não sabe pelo que ele trocou você?"

"Não, e eu não me importo", disse Ianora.

"Deveria, mas tudo bem. De qualquer forma, estou cansado dessa conversa. Há muitos outros dias para discutir esse detalhe em particular." Castor se levantou, descendo dois degraus do trono, mais perto de Ianora e Elan. "Independentemente do motivo de terem decidido vir mais cedo, fico feliz em vê-los. Talvez nos dê mais tempo para nos reencontrarmos."

"Não há motivo. Eu simplesmente decidi me render a você mais cedo porque a magia usada para selar o acordo é impenetrável."

Ele deu um sorriso satisfeito. "Você saberia, não é? Aposto que tentou de tudo e está aqui procurando outra saída."

Ela era fria e calculista, uma criatura apaixonada escondida sob aqueles olhos e vestidos lindos. Ela era a perfeição personificada em um único corpo atrevido, e ele não conseguia deixar de se sentir atraído por ela, mesmo depois de todos esses anos separados, mesmo que todo aquele tempo tivesse transformado o amor em ódio.

Nesse momento, ele percebeu o único motivo pelo qual ela teria vindo mais cedo em vez de aproveitar seus últimos dias de liberdade. "Ah, você não acha que consegue me convencer a cancelar o casamento, acha? Querida Ianora, você deve saber que não é bem assim."

Um sorriso malicioso se espalhou pelo rosto de Ianora, e ela deu de ombros numa tentativa tímida de se mostrar inocente. "Você me acusa de ser tão simplória, Castor. Talvez você devesse saber melhor."

Uma risada profunda ecoou por ele. "Guardas, escoltem Elan para fora do castelo e até um portal de volta para Rainada", disse Castor. "A princesa não precisará dos serviços dele."

Sua máscara recatada imediatamente se transformou em uma expressão alarmada. "O quê? Não! Você não pode mandá-lo embora. Tenho direito a um guarda-costas até a nossa noite de núpcias."

"Pelo contrário, meu amor, você não precisa de guarda-costas. Não posso machucá-la fisicamente, nem posso ordenar que alguém lhe faça mal em meu nome. Todos os guardas deste castelo têm instruções explícitas para morrer antes que alguém de fora lhe cause algum mal. Você não sofrerá nenhum dano em meu palácio, e é assim que deve ser. Elan está dispensado."

"Ele ficará comigo até o casamento", disse Ianora, desta vez com mais firmeza. Ela se aproximou de Elan como se precisasse da proteção dele, mas Ianora não era uma princesa dócil que precisasse de um guarda-costas.

Ela tinha uma boa dose de sangue nas mãos.

E ele se divertiria muito quebrando-a agora e depois da noite de núpcias. Queria fazê-la ver o verdadeiro dano que suas ações haviam causado. Não apenas a ele... mas o que ela o fizera fazer quando ela lhe partiu o coração.

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