...Lua...
A chuva começa a cair como se o próprio céu quisesse lavar o que está prestes a acontecer. Cada gota ecoa no metal escuro da estrutura central do Nexus — a fortaleza onde segredos antigos e pecados ainda maiores dormem sob camadas de concreto e magia.
— Kimishira (pelo comunicador): Ponto de entrada sul desativado. Trinta segundos pra janela da segurança abrir.
-Drácula: Reforço no lado leste. Dois guardas armados. Posso neutralizar sem barulho.
— Lua (baixo, para o comunicador): Só se for necessário. A prioridade é entrar. Invisíveis. Intocáveis.
Estamos agachadas atrás da encosta rochosa, Beatriz ao meu lado. Ela veste o novo traje de canalização — um tecido especial forjado com as runas.
Beatriz respira fundo. O poder dentro dela pulsa como um coração de luz. Mas seus olhos estão calmos.
— Beatriz (sussurrando): Pronta?
— Lua: Só se você estiver.
Ela sorri. E dessa vez, o sorriso não vacila.
TRANSIÇÃO — ENTRADA PELO TÚNEL DE MANUTENÇÃO
Nos movemos em silêncio absoluto. Os sensores foram desativados por Kimishira, e o selo de invisibilidade rúnica nos envolve como uma sombra viva. Passamos por corredores onde ecos de antigas experiências ainda vibram nas paredes. O Nexus não é só um centro de comando. É um cemitério de ideias perigosas. Um laboratório onde a humanidade brincou de deuses — e perdeu.
-Drácula(no comunicador): Vocês vão querer ver isso. Sala 43, nível inferior.
Chegamos lá dois minutos depois.
A sala está iluminada por um brilho âmbar. Dentro, flutuando em câmaras de contenção... estão pedaços de energia viva.
Fragmentos.
E no centro da sala, um cristal negro. Familiar.
— Lua (pensamento): É impossível. Eu vi isso ser destruído. Eu vi... ela ser destruída.
Me aproximo do cristal. Ele pulsa ao me sentir.
— Beatriz: Lua? O que é isso?
Minha mão treme ao estender os dedos.
— Lua: É... parte da espada da minha mestra. Ou o que restou dela quando o Nexus tentou replicar o dom dela. Eles… estavam tentando criar armas com o que sobrou da alma dela.
A dor volta como um golpe no peito.
— Lua (pensamento):Não,a espada que agora e da Luara, não pode estar aqui agora.
Beatriz se aproxima, devagar. Coloca a mão sobre a minha.
— Beatriz (baixo): A gente não vai deixar que façam isso de novo.
Uma explosão sacode o andar acima.
— Kimishira (urgente, pelo comunicador): Foram detectados! Estão ativando os protocolos internos. Vocês precisam sair agora!
— Lua: Não. Vamos destruir isso primeiro. Todos esses dados, todos os fragmentos. Nada disso pode continuar.
-Drácula: Eu cubro a retaguarda. Façam o que tem que fazer.
— Beatriz (erguendo a mão): Me dá só um segundo…
O poder dentro dela responde. As partículas na sala tremem. O cristal escurece. Depois… explode em mil pedaços de luz.
Uma onda de energia varre a sala — e com ela, um eco distante.
Beatriz me olha, surpresa.
Eu só sorrio. Com dor. Com amor.
— Lua: Vamos acabar com isso.
O som dos alarmes parece engolir o ar, e cada luz vermelha piscando nas paredes é uma contagem regressiva. Não pra nossa fuga. Mas pra guerra que vem depois.
A mão de Beatriz segura firme a minha enquanto corremos entre os corredores estreitos. Drácula está logo atrás, cobrindo a retaguarda com precisão, detonando as torres-guardião que tentam nos travar. Kimishira já nos espera no ponto de extração, com os portões secundários abertos com runas enfraquecidas.
Mas o que deixamos pra trás... arde.
As almas.
E o que mais pode haver ali dentro, escondido nos andares que nem a própria Rainha conhece?
BEATRIZ (correndo ao meu lado): Lua... aquilo que ouvimos... era mesmo ela?
LUA (sem parar): Eu não sei. Mas se foi… então ela ainda está presa aqui. E a gente vai libertar ela.
CORTE PARA: SALA REAL DE RENVER — ALGUNS MOMENTOS DEPOIS
...Narrativa...
A sala está silenciosa. Fria. Os guardas ladeiam as paredes, mas sabem que qualquer movimento fora de hora pode ser lido como traição.
Renver está de pé, diante da projeção mágica de segurança do Nexus.
Ela vê as imagens. O rosto da filha. O rastro de destruição. Os laboratórios perdidos. Os arquivos apagados.
E no centro de tudo, Beatriz. Brilhando com o mesmo poder que um dia ela jurou que não voltaria a ver.
— Renver (calma, mas cortante): Eles invadiram. Eles desafiaram meu pacto. Minha linhagem. Minha ordem.
Ela respira fundo. Depois, vira-se para seu conselheiro.
— Renver: Prepare o conselho das coroas. Quero todos os líderes das facções em reunião antes do sol nascer.
— Conselheiro: E a sua filha?
Ela fecha os olhos por um instante.
— Renver: Minha filha... cruzou um limite. Agora ela vai ter que entender o que isso significa.
CORTE DE VOLTA: SAÍDA SECRETA DO NEXUS — FLORESTA EXTERNA
...Lua...
A equipe emerge da escotilha escondida, coberta de poeira e suor. As estrelas acima não parecem as mesmas. Estão... mais pesadas.
Kimishira faz a varredura do perímetro.
— Kimishira: Estamos limpos. Sem rastros. Por enquanto.
Drácula já está preparando o transporte.
Beatriz para por um momento, olhando para trás. A estrutura distante do Nexus ainda brilha com pontos de luz… como olhos observando.
— Beatriz: Eles vão vir atrás da gente.
Eu me aproximo dela. Toco seu ombro.
— Lua: Eles já vieram. E a gente ainda está de pé.
O Nexus caiu. Mas não em ruínas — caiu em verdade.
E agora... tudo vai mudar.
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Atualizado até capítulo 34
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