Sangue e Amor

Sangue e Amor

"Acha que dá pra vencer"

Para entender essa temporada, sugiro ler a 1 temporada.

...Lua...

CENA: SALA DE GUERRA

A sala está mergulhada numa tensão que parece viva. A luz azulada dos hologramas dança sobre os rostos dos presentes como se soubesse que qualquer palavra dita aqui pode definir o fim de tudo — ou o começo de algo pior.

E eu estou no centro disso. De novo.

— Lua (pensamento): Toda vez que me sento nessa mesa, carrego o peso de quem já perdi. E agora, Beatriz… ela tá ali. No olho da tempestade. Como Luara um dia esteve.

O holograma exibe o Nexus. Uma espiral vermelha, pulsando no coração da cidade. Não é só uma estrutura. É uma ameaça viva. E cada batida dele parece ecoar no mesmo ritmo que o meu coração tenta controlar.

Renver — minha mãe — está aqui. Cercada por seus guardas, a postura impecável como sempre. Mas eu conheço cada nuance no olhar dela. E sei que, por trás da realeza, existe medo.

— Renver: Ele está construindo um Nexus. Um catalisador entre dimensões. Se ele conseguir completar, não teremos mais como conter as rupturas.

Drácula lança um olhar pro mapa.

-Drácula:Não é só isso. O Nexus está se defendendo. Tem uma barreira que reage às nossas tentativas de aproximação. E... ela parece viva.

— Kimishira: Tem ressonância com algo... ou alguém.

Então os olhos de todos se voltam pra Beatriz.

Ela mantém a cabeça erguida. Mas eu vejo o tremor leve nos dedos dela. Só eu vejo.

— Beatriz: Ele tá usando o meu sangue. Minha energia. Aquilo tudo... ele quer me transformar na chave que completa o ritual.

Silêncio.

Um tipo de silêncio que só precede uma decisão irreversível.

Então Renver fala.

— Renver: Então precisamos considerar se eliminar essa chave é uma alternativa viável.

Meu corpo se move antes da minha mente processar. Me levanto com tanta força que a cadeira desliza pra trás e cai com um estalo.

— Lua: Se repetir isso, mãe... juro pela minha alma, eu acabo com essa reunião e com qualquer plano de contenção com os próprios punhos.

Ela não recua. Não demonstra surpresa. Mas também não insiste. Porque ela sabe. Ela sabe o que a perda fez comigo.

Beatriz me segura pelo braço. Um gesto leve. Mas ela segura o pior de mim.

— Beatriz (suave): Tá tudo bem...

— Lua (pensamento): Não tá. Mas eu vou fingir que sim, se isso mantiver você viva.

Yuri entra no canal de voz, sua imagem tremeluzindo no canto do holograma.

— Yuri: Encontrei uma solução. O escudo do Nexus tem pontos de falha, mas eles são instáveis. No entanto… se usarmos os fragmentos de alma, podemos estabilizar uma brecha. O suficiente pra infiltrar uma equipe pequena.

Meu peito aperta.

Respiro fundo.

— Lua: Então é isso. Kimishira, Beatriz e eu entramos. Meu pai e o Marcelo, Vitor dão cobertura. Mãe… segura o Conselho. A gente faz o resto.Luiza quero você aqui caso aconteça alguma coisa, você e o Yuri,use o seu poder de comunicação para falar com nois.

Beatriz encara o mapa como se estivesse olhando o destino nos olhos.

— Beatriz: Isso termina com ele. Seja lá o que isso signifique.

Eu olho pra ela. E, por um segundo, vejo Luara. Vejo o mesmo brilho nos olhos. O mesmo fogo.

— Lua (pensamento): Se esse for o fim... então que seja lutando. E não deixando ninguém pra trás.

...----------------...

A base está silenciosa, como se soubesse que o silêncio antes da tempestade é sempre o mais cruel. Caminho pelos corredores até o quarto improvisado onde Beatriz foi colocada. Meus passos são leves, mas cada batida do coração parece ecoar nos ossos.

Bato na porta só uma vez antes de entrar.

Ela está sentada na beirada da cama, ainda com o uniforme de combate, mãos entrelaçadas, olhar fixo em algum ponto perdido no chão. A luz baixa da lâmpada pende sobre ela como um véu dourado.

— Lua: Você devia descansar um pouco.

Ela ergue o olhar e sorri de canto, mas o sorriso dela tem mais cansaço do que conforto.

— Beatriz: E você devia parar de fingir que não tá morrendo por dentro.

Me aproximo e me sento ao lado dela. Os joelhos se tocam, e por um momento eu esqueço do Nexus, do Conselho, do nome da minha mãe escrito em cada ordem fria de sacrifício.

— Lua: Quando tudo isso começou… eu achei que podia proteger você do mundo. Mas agora vejo que o mundo inteiro não vai parar de tentar te destruir só porque eu quero.

— Beatriz: Eu não preciso que você me proteja. Eu só preciso que você fique. Que me veja.

Ela vira o rosto na minha direção. Os olhos dela… ainda têm traços daquela luz dourada. Como se o poder estivesse ali, mas agora calmo. Domesticado. Só por ela.

— Beatriz (baixo): Você me vê?

— Lua (pensamento): Como eu via Luara. Como eu queria ter conseguido salvar ela quando tudo desmoronou.

Respiro fundo, encostando minha testa na dela.

— Lua: Eu te vejo. E não importa o que aconteça lá fora… não importa o que seu pai tente, ou o que esse poder grite dentro de você. Eu vou estar aqui. Até o fim.

Ela segura meu rosto com uma delicadeza que quase me desmonta. Os lábios dela tocam os meus — e o beijo é mais calmo do que eu esperava. Mais verdadeiro. Não tem desespero. Só uma promessa.

E no meio daquele toque, da respiração dela se misturando à minha, vem a lembrança.

Luara.

O mesmo beijo. A mesma sensação de amar alguém tão profundamente que o mundo inteiro pode ruir e ainda assim… valer a pena.O nosso único beijo.

Mas Beatriz não é Luara. E eu também não sou a mesma Lua de antes.

— Lua (pensamento): Dessa vez, eu não vou falhar.

Quando o beijo termina, ficamos ali. Em silêncio. Testa com testa. Coração com coração.

— Beatriz (sussurrando): Acha que dá pra vencer?

— Lua: A gente já venceu. Só de ainda estarmos aqui. Só de ainda termos isso.

Ela fecha os olhos por um segundo. E quando abre, há um brilho novo ali. Não só de poder. Mas de amor. De escolha.

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