Aelyra achava que já havia experimentado o mais profundo do destino: Kael, seu primeiro companheiro, a desafiava com paixão e equilíbrio. Mordrath, o segundo, carregava o peso da eternidade e da dor silenciosa. Mas o universo ainda guardava uma última peça.
O terceiro vínculo começou com um sussurro.
Não nos ventos, nem em sonhos. Mas dentro dela. Uma sensação inquietante, um instinto selvagem que a puxava para o norte, além das terras conhecidas. Ali, coberta por névoas eternas, ficava a Floresta Proibida de Thalvaris, onde nenhuma criatura pisava desde os tempos antigos.
Ela partiu sozinha, sem avisar os outros. Algo dentro dela dizia que precisava ir... que ele a esperava.
No coração da floresta, Aelyra encontrou uma criatura que não era homem, nem besta, mas algo entre os dois. Um ser de olhos prateados, corpo marcado por runas antigas e uma presença quase primal. Ele estava em sintonia com a terra, com os espíritos, com as estrelas.
Seu nome era Eryon, um guardião esquecido pela história — o último da linhagem dos Licantroth, lobisomens ancestrais que guardavam os portais entre mundos. Ele fora selado ali há milênios, por escolha própria, como punição e proteção. Mas ao sentir a presença de Aelyra no mundo... ele despertou.
— Você me chamou, loba de sangue divino — disse ele, sua voz como trovão abafado. — E agora estou livre.
A conexão entre eles foi imediata. Não havia espaço para jogos, nem passado entrelaçado em dor. Era instinto puro. Selvageria e alma. Um laço que a desequilibrava e, ao mesmo tempo, a completava.
Quando ela tentou negar o vínculo, Eryon sorriu com os dentes afiados:
— Você pode amar os outros. Pode carregar o peso dos deuses e das estrelas. Mas comigo... você é. Sem máscaras, sem obrigações.
Com o tempo, Aelyra descobriu que Eryon sabia mais do que deixava transparecer. Ele conhecia a profecia — não porque alguém contou, mas porque fazia parte dela. Seu sangue era o elo final que a conectava ao poder dos mundos antigos.
Kael sentiu o desequilíbrio no coração dela.
Mordrath soube no instante em que a floresta tremeu.
O terceiro companheiro havia surgido. E agora, o mundo jamais seria o mesmo.
Quer que a próxima parte mostre o confronto entre os três companheiros? Ou o despertar completo dos poderes de Aelyra?
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Atualizado até capítulo 72
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