Coloquei um tailleur preto com camisa branca, blazer e saia, prendi meus cabelos em um coque bem feito e sandália de salto, estou pronta.
Saí na porta, meu filho saiu do quarto, colocou um terno cinza-claro, camisa branca, gravata preta. Penteou seus cabelos longos e amarrou um rabo de cavalo, e um óculos escuro.
— Parabéns, você está muito bonito.
— A senhora também não está nada mal.
Peguei o braço do meu filho e fomos ver Antônio e Lara Beatrice (Don e dama da máfia Ndrangheta).
Chegamos à mansão e tem mais soldados que de costume, deixei os meus perto do veículo, só entramos eu, meu filho e Henrique, que ainda é meu segurança pessoal. Lara veio nos receber.
— Bom dia, por que trouxeram um soldado dentro de minha casa?
Nem abri minha boca, meu filho já perguntou, até assustei no tom de voz dele, altivo, parece um homem diferente, acho que ele acabou de amadurecer e eu não percebi.
— Por que tem tantos soldados vigiando sua casa?
— Vamos para o escritório, meu marido já vem descendo participar da reunião conosco, e vamos te explicar tudo.
Entramos no escritório, já estava preparado para nossa reunião, sentamos eu e minha mãe de um lado da mesa e Lara Beatrice, que por sinal se parecia demais com a filha, e ficamos esperando alguns minutos até Don Antônio Maori vir participar da reunião.
Chegou, nos cumprimentou e fez um gesto negativo para a esposa, que, se eu não estivesse prestando atenção, não teria visto.
— Giovanni, você se tornou um homem, eu fico orgulhoso de ver sua evolução.
— Muito obrigado, Don Antônio, eu devo minha evolução à minha mãe que não desistiu de mim mesmo, quando me tornei um rebelde.
— As mães sempre ajudam seus filhos, não é?
— Não sei as outras mães, mas a minha mãe me fez crescer e ter conhecimento o suficiente para assumir meu lugar de direito, mas não foi para ficarmos trocando elogios que estamos aqui.
Vi Don Antônio pegar a mão da esposa, me encostei na cadeira e os esperei dizerem que Maria Eduarda sumiu.
— Tivemos um imprevisto e queremos pedir desculpas, Maria não vai poder vir te conhecer hoje.
— Posso saber por quê?
Vi Lara, nervosa, e se levantou e começou a andar pela sala.
— Conta logo para eles, Antônio, quem sabe ele consegue nos ajudar.
— Giovanni, senhora Nineta, minha filha fugiu de casa ontem à tarde e até agora não achamos rastro dela.
Eu cruzei os braços na frente do meu peito e disse:
— Ela está comigo.
Vi ambos trocarem olhares, e Don Antônio veio me pegar pelo colarinho.
Henrique tentou intervir, mas minha mãe não deixou.
— Você se atreveu a roubar minha filha? Me diz onde ela está que vou buscá-la agora.
Fiz sinal para Henrique guardar a arma, que já estava empunhada, apontando para Don Antônio.
— Senhor, peço que se acalme e vamos conversar.
Don Antônio me soltou, passou as mãos nos cabelos longos como os meus e se sentou perto da esposa.
— Ontem, quando cheguei aqui em frente, parei o veículo para atender o celular, sua filha entrou em meu veículo achando que eu era um táxi, que ela havia chamado. Ela me contou estar fugindo do noivo velho, feio e com uma verruga no nariz que os pais dela haviam arrumado para ela. E não foi a noite em que ela fugiu, era um pouco antes de nosso encontro.
— Mas de onde ela tirou isso?
— Talvez da falta de informações que vocês passaram para ela, eu não contei que o noivo em questão sou eu, só a levei para um lugar seguro e vou ficar com ela até ter certeza de que não vai se arriscar fugindo de novo.
Don Antônio pensou um pouco e me disse:
— Você sabe que agora não tem volta, seu compromisso foi formalizado, você não vai poder desistir.
— Eu sei, estava vindo aqui para formalizar nosso compromisso, mas agora peço a vocês que me deem um tempo para mostrar para Maria Eduarda que não sou o monstro que ela imaginou a vida toda.
Lara Beatrice resolveu falar.
— Minha filha é uma criança, ingênua, com o coração puro, não a magoe, por favor.
— Não vou fazer nada que possa feri-la. Quero pedir uma coisa.
— Pode pedir, o que você quer?
— Quero algumas peças de roupas, ela fugiu só com a roupa do corpo.
— E como você vai explicar para ela que pegou as roupas dela aqui em casa sem sabermos?
— Isso é um problema meu, só prepare uma mala para ela. Como se eu tivesse pegado as peças com pressa, me entendeu?
— Claro, Giovanni, eu já volto.
Vitório, irmão de Maria, entra no escritório e, nervoso, pega Giovanni pelo colarinho.
— Onde está minha irmã? Falei para meu pai que não dava para confiar em uma família como a sua.
— Pode me soltar, por favor, eu não quero brigar com você, sei que está nervoso, mas se controle, eu vou ser seu cunhado.
Antônio chama Vitório.
— Vitório, pare agora.
— Mas pai! Ele está com a Maria, ela não deve ter ido de livre e espontânea vontade com ele.
— Maria foi, eu vi os vídeos, só não sabia que era ele no veículo.
— Não pode ser, minha irmã sempre foi o juízo e eu a confusão.
— Tente se acalmar, filho, agora não podemos fazer nada, só aceitar e pedir para ele cuidar bem de sua irmã. Ela selou o destino dela, quando entrou naquele veículo.
— E vocês deveriam ter explicado para ela o risco que ela correria lá fora, já imaginou se não fosse eu naquele veículo?
Lara vinha chegando com a mala.
— A senhora vai dar uma mala para o sequestrador da minha irmã?
— Não, filho, vou dar uma mala para o futuro marido da sua irmã. E respeite nossa decisão.
Vitório voltou a pegar no colarinho do Giovanni.
— Se você fizer algum mal para minha irmã, eu juro que me vingarei de você e de toda sua família.
— Vitório se controla!
— Senhora, não se preocupe, eu já tive a idade dele e sei como é difícil aprender a controlar os impulsos.
Lara veio até onde minha mãe continuava sentada só assistindo e entregou a mala de Maria.
— Não deixe seu filho machucar minha menina, senão sua guerra será comigo.
— Lara, eu só sou a mãe do Don, só faço ocupar o lugar que sua filha vai ocupar, espero que logo.
— Seu filho ainda não é o Don, se a senhora quiser e ordenar, ele terá que devolver minha menina.
— A senhora tem razão, mas, dada as circunstâncias, acho que ela vai estar mais bem cuidada conosco do que com vocês, ela poderia ter sido morta e nossa união estaria ameaçada por negligência vossa.
— A senhora está dizendo que não sei cuidar de meus filhos?
— A senhora interprete do jeito que quiser, por enquanto a menina fica sob nossos cuidados e até mais.
Paguei o braço de meu filho e saí do escritório. Se eles pudessem nos matar, haviam matado, mas sabem que se fizerem alguma coisa, a vida da menina vai estar em perigo, então saímos ilesos.
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Atualizado até capítulo 57
Comments
Maria Oliveira Poranga
Nineta eu ti admiro dama ferro 😍😍
2025-04-16
2
Ediane Santos Araújo
cade as fotos dos personagens?
2025-04-12
1