Mulheres da Máfia -Maria
“Giovanni”
Estou em frente à mansão dos meus futuros sogros, minha mãe me mandou aqui porque faço 27 anos e minha noiva 17, nos casaremos ano que vem, então devo começar a conhecê-la. Nem sei dizer como me sinto, eu me lembro dela pequena, uma criança, como será que ela está agora?
De repente, a porta do meu veículo se abre e entra uma mulher morena, 1,60, cabelos negros e lisos até o meio das costas. Quando me olha, eu tenho certeza de quem se trata, eu nunca esqueceria aqueles olhos verdes.
— Vamos, motorista, você está parado aí olhando para mim, por quê?
— Não entendi? Quem você pensa que sou?
— Vou ligar no aplicativo e reclamar que estão contratando qualquer um para guiar os veículos. Você não é muito inteligente.
Ela levou a mão para descer do veículo, mas travei as portas. Preciso descobrir para onde minha noiva pensa que vai sozinha e sem seguranças.
— Me deixe descer, vou pedir outro veículo, você não está muito legal, deve ter bebido e guiar após ingerir bebida alcoólica é crime.
— Desculpe, senhorita, achei que era uma mulher mais velha que tinha me chamado não uma criança.
— Eu não sou criança, já tenho 16 anos e, se você não me deixar descer, estará encrencado.
— Por quê? Tive a impressão de que você está fugindo, talvez até me paguem um bom prêmio por te levar lá para dentro, sã e salva.
“Giovanni”
A vi pensar em como me convencer a ajudá-la.
— Vou te contar e quem sabe você se compadece e me ajuda.
— Estou te ouvindo.
— Fui prometida a um homem quando tinha dois anos e hoje ele vem me conhecer.
— E você está fugindo por quê?
— Eu não quero me casar, eu nem conheço o cara, ele pode ser feio, velho, ter uma verruga na ponta do nariz, sei lá, pode ser qualquer coisa, um bandido, um agressor de mulheres.
— Por que você não perguntou para sua mãe como ele é? Talvez você se surpreenda. E sua mãe não iria deixar você se casar com um agressor de mulheres.
— Obrigada pela dica, vou lá agora mesmo perguntar para ela.
Acha mesmo que durante todos esses anos eu não perguntei? Implorei e ela sempre me disse que a surpresa do primeiro encontro não deveria ser tirada de mim.
— Sua mãe deve estar achando que assim você vai se apaixonar por seu futuro marido, ele pode ser novo e bonito.
— Ah, tá bom, se ele fosse novo, bonito porque minha mãe não me mostrou nenhuma foto dele, ele deve ser feio, velho, nojento.
— E você resolveu que a melhor maneira de não conhecer seu noivo e não se casar é fugir?
— Acho que tive uma ideia excelente, e quem é você para questionar minha ideia? Nem consegue fazer seu serviço direito.
Que menina insolente, eu poderia dizer a ela quem sou, mas vou deixar mais um pouco, vamos ver o que ela pretendia fazer.
— Tudo bem, me desculpe, me diz então qual o próximo passo do seu plano.
— Eu não pensei no que fazer, só me tira daqui, ele deve estar para chegar e vai nos pegar em flagrante. Se isso acontecer, vou dizer a ele que você estava me sequestrando.
— Vai me jogar na figueira? E se ele me bater e me machucar?
— Me disseram que ele é muito bravo. Acho bom você sair logo daqui, senão pode ser que ele te mate.
— Você sabe alguma coisa dele? Fora ele ser bravo.
— Só que vai assumir o lugar de capô da Cosa Nostra assim que se casar comigo.
— Tudo bem, vou te ajudar, mas ninguém pode saber, eu sei que a máfia mata os traidores e o que estou fazendo é uma traição.
— Ninguém vai saber que você me ajudou, eu prometo, só te ameacei porque achei que assim ia ser mais fácil você aceitar me ajudar.
Liguei o veículo e saí, quando peguei a auto estrada ainda estava pensando para onde levar minha pequena rebelde, achou que estava fugindo e caiu bem no meio da armadilha.
Temos um sítio fora da cidade, dá para passar alguns dias lá. Quando ela me conhecer e ver que não sou um monstro, a levo para a casa dela e vai me esperar, sem se arriscar fugir.
— Tenho uma casa em um sítio fora da cidade e posso te levar lá.
— E sua família?
— Não vão aparecer, te garanto.
— Tudo bem, então eu vou.
Menina inocente, se fosse alguém a sequestrando, ia levá-la sem problema. Quero ver quando os pais dela descobrirem que fugiu, que desculpa vão dar para minha mãe. Assim que chegarmos, vou mandar minha mãe ligar avisando que tinha outro compromisso e não pude comparecer ao encontro.
Paramos em um posto de gasolina para ela usar o banheiro. Enquanto ela foi, eu liguei para minha mãe, esta, sim, vai surtar, mas dessa vez eu não tive culpa, o problema caiu dentro do meu veículo.
— Mãe, tenho pouco tempo, só me escuta.
— Onde você se enfiou Giovanni, te mandei visitar sua noiva e não voltou em casa, nem Henrique sabe de você, espero que não tenha se envolvido em nenhum problema.
— Mãe, me dê um desconto, dessa vez o problema me procurou.
— O que você fez?
— Só me escuta, Maria estava fugindo, entrou em meu veículo achando que era o táxi, eu não falei quem eu era e estou levando ela a se esconder de mim.
— Que loucura é essa? Para onde você está levando essa irresponsável?
— Para nosso sítio fora da cidade, não deixa ninguém ir lá e marca uma reunião com os pais dela, quero falar pessoalmente com eles.
— Mais alguma coisa?
— Mãe, dá um beijo em meu cachorro, fala para ele que até de noite chego em casa, para ele não vir atrás de mim.
— Ela chegou aí? Vou avisar Henrique para não te procurar.
— Sim, mãe, e o deixa dormir na minha cama, assim ele vai se sentir menos sozinho.
— Cuidado com o que você vai fazer, sabe muito bem de quem ela é filha e o que pode acontecer se você fizer alguma bobagem.
— Mãe, fica tranquila, só faz o que te pedi e logo tudo se resolverá.
— Moleque, ela é menor de idade, mantenha seu cachorro muito bem amarrado.
— A senhora tem a mente suja, assim que der te darei notícias, tchau, mãe.
— Tchau, Giovanni.
“Nineta”
Eu não tenho mais idade para esse tipo de adrenalina, meu filho vai me matar.
Liguei para Lara.
— Nineta, o que aconteceu? Estamos aqui esperando seu filho que não apareceu.
— Vamos marcar uma reunião para amanhã de manhã, ele quer te explicar pessoalmente o que aconteceu. E Maria, como está?
— Tudo bem, Maria está ansiosa para conhecer Giovanni até amanhã cedo, então.
Carlos entrou no escritório e percebeu meu humor.
— O que Giovanni fez dessa vez?
— Sequestrou a noiva.
— Como? Ele foi lá para conhecê-la, não foi?
— Foi. E ela ia fugindo, entrou no veículo dele achando que era um táxi e agora ele a está levando lá para nosso sítio.
-Nossa! Isso vai dar uma boa história. Mas, teoricamente, ele não sequestrou a menina, ela que se sequestrou.
— Para de rir, Carlos, a família dela pode achar que fizemos de caso pensado e isso pode virar uma guerra.
— O que Giovanni te pediu para fazer?
— Pediu para eu marcar uma reunião com os pais dela para ele vir contar para ele pessoalmente o que aconteceu. Liguei para Lara e marquei a reunião. Perguntei se Maria estava bem e ela disse que está ansiosa para conhecer o noivo.
— Faça sua parte, minha rainha e deixe nosso Don resolver seus problemas.
— Você tem razão, já marquei a reunião, vamos deixá-lo resolver agora. Mas estou preocupada, quando essa menina descobrir quem ele é, a situação pode ficar fora de controle.
— Ele é inteligente, vai dar conta da noiva fujona.
— Você fica fazendo piadas com assunto sério.
— Veja pelo lado bom, ela vai poder conhecer o noivo sem interferência dos adultos.
— Vou tentar achar o lado bom disso tudo, mas já estou precisando de uma massagem relaxante, o que você acha? Meu lobo?
— Sempre estarei aqui para te satisfazer, minha rainha.
“Giovanni”
Chegamos ao sítio, eu já havia avisado o caseiro para deixar a chave escondida embaixo do tapete, desci e fui abrir a porta. Maria não desceu do veículo. Resolvi voltar e chamá-la.
— Vem, já abri a porta, vamos entrar aqui fora, está muito frio.
— Acho melhor não, eu não te conheço e acho que posso ter me metido em problemas.
— Você poderia mesmo ter se metido em um problema, mas eu te prometo que não vou tocar em você, sou um homem de honra.
— O que você disse? Que tipo de homem de honra? Você faz parte da máfia?
— Foi só uma frase que vi em um livro, sou só o motorista do aplicativo, lembra?
— Promete que não vai me machucar?
Estiquei a mão para ela segurar e esperei para ver se confiava em mim.
Quando a mão dela segurou a minha, senti uma corrente elétrica passar pelo meu corpo. Sei que ela sentiu alguma coisa, mas é uma criança, não deve saber nada disso ainda.
“Maria”
Minha mãe me falou que, quando eu estivesse com meu noivo, eu ia sentir um calor.
Mas e agora que estou sentindo esse calor com outro homem? Meu motorista é bonito, loiro, alto, olhos azuis e um sorriso de parar o quarteirão, como ouvi minha babá falando uma vez do meu pai.
— Você pode me falar seu nome agora?
— Maria Eduarda, e o seu?
Eu não sei se ela sabe o nome do noivo, mas vou arriscar.
— Giovanni.
— Seu nome é muito bonito, Giovanni.
Adorei ouvi-la falando meu nome, já comecei a ter alguns pensamentos impróprios com minha noiva, será que ela beija bem? Tem um corpo magnífico, quadril e seios fartos e uma boca vermelha que parece que passou batom. Preciso sair de perto dela antes que faça uma besteira e minha mãe me mate.
— Vou ver se tem alguma coisa para você comer na cozinha.
— E você? Não vai comer?
Pensei em uma desculpa, porque precisava voltar a falar com os pais dela antes que eles colocassem a máfia toda na busca por Maria.
— Preciso voltar para devolver o veículo, mas te prometo que volto amanhã.
— Tá bom, vamos ver o que está faltando e amanhã você traz.
Ela não parou para me perguntar onde vou arrumar dinheiro para abastecer a casa e nem como um motorista de aplicativo tem uma casa como essa, mas vou ensinar tudo o que ela precisa aprender, meu anjo de olhos verdes.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 57
Comments
Irene Saez Lage
Hum muito interessante mas vai ficar 🥵 quente está estória parabéns
2025-04-15
2
Vanildo Campos
kkkkkkkk,já começou muito bom 👍🏾 👍🏾
2025-04-12
2
adelice miranda de aguiar
autor adorando
2025-04-13
1