Minha Obsessão Proibida

Minha Obsessão Proibida

Capítulo 1 – A Aluna Nova

O som abafado dos passos ecoava pelos corredores da universidade Saint Amélie. As paredes antigas, cobertas de quadros severos e prêmios empoeirados, pareciam observar cada movimento dela. Bianca mantinha os ombros encolhidos, os livros apertados contra o peito e o olhar baixo, como se pudesse se esconder da atmosfera opressora daquele novo mundo.

Era sua primeira semana ali. Primeira vez numa universidade ,Primeira mudança de cidade. Primeiro recomeço.

Usava uma saia pregueada azul-marinho, camisa social fechada até o último botão e um cardigã cinza que a deixava com cara de CDF-como sua irmã tinha zombado naquela manhã. Seus cachos loiros e curtos, presos de lado com uma presilha simples, não escondiam o leve rubor em seu rosto. Ela sabia que estava chamando atenção, não pela beleza, mas por ser a "nova". E diferente.

- Com licença... onde fica a sala de Literatura Avançada? - perguntou, tímida, a um garoto alto que passava com fones de ouvido.

Ele apontou com o queixo, mal parando. Ela agradeceu baixinho e seguiu, engolindo em seco.

Bianca girou a maçaneta da sala 204, hesitante. O cheiro de livros e giz a envolveu assim que entrou. Os alunos já estavam dispersos em grupos, rindo, jogando conversa fora. Mas foi a figura à frente do quadro-negro que a fez parar no meio do passo.

O homem que escrevia "ROMANTISMO - Introdução" com uma letra firme e elegante não parecia nem de longe com um professor comum.

Terno preto bem ajustado. Cabelos castanhos lisos, um pouco desalinhados, mas emoldurando um rosto de feições marcantes. Pele morena. Ombros largos. E aqueles olhos castanhos, intensos, que, ao notá-la parada na porta, se voltaram para ela com uma força quase física.

- Você deve ser a aluna nova. - A voz dele era baixa, rouca e firme. - Entre. Temos muito a conversar... sobre literatura.

Bianca sentiu seu estômago revirar, mas não de medo. Era outra coisa. Algo novo. Quente. Proibido.

Sentou-se na última carteira disponível, perto da janela. Tentava não encarar, mas sentia o olhar dele sobre si. Avaliando. Observando. Como se a conhecesse de algum lugar.

Cassian não sorriu. Apenas virou-se de volta para o quadro, o giz entre os dedos fortes. Mas algo naquele primeiro olhar ficou no ar - um segredo não dito, uma faísca prestes a incendiar tudo.

E ela soube. Aquele não seria apenas mais um ano escolar. Não com ele ali.

Não com o professor Cassian.

As outras aulas passaram como um borrão depois daquilo. Bianca não conseguia parar de pensar no professor de Literatura. Cassian. O nome dele já estava gravado, como fogo, na parte mais proibida da mente dela.

Ela saiu da última aula antes do intervalo com o estômago revirando. Era fome? Ansiedade? Tesão? Ela nem sabia mais. Só queria respirar um pouco, colocar os pensamentos em ordem.

O corredor estava quase vazio quando ela desceu as escadas que levavam ao pátio. Foi quando ouviu a voz dele outra vez.

- Bianca

Ela virou imediatamente. Ele estava ali, parado na sombra de uma pilastra, os braços cruzados e o olhar cravado nela.

- Sim? - respondeu, tentando não gaguejar.

- Pode vir aqui um instante?

O coração dela disparou. Era óbvio que aquilo não era normal. Mas ainda assim, seus pés obedeceram antes mesmo da razão dizer não.

Ela se aproximou. Quando ficou a menos de um metro dele, percebeu o quanto ele era mais alto. Mais homem. A postura relaxada escondia algo... perigoso. Os olhos dele escaneavam cada movimento dela, cada mínimo detalhe.

- Só queria dizer... - ele começou, com a voz baixa - que tem algo em você que me chama atenção. Algo difícil de ignorar.

Bianca sentiu as pernas fraquejarem.

- E eu não costumo me distrair com alunas - ele completou.

Ela prendeu a respiração. Queria responder algo inteligente, provocante. Mas só conseguiu sussurrar:

- Talvez... eu não seja uma aluna comum.

Os olhos de Cassian se estreitaram, e por um segundo, o clima entre os dois mudou. Ficou mais denso, mais elétrico.

Ele sorriu de canto.

- É o que eu vou descobrir.

Antes que ela conseguisse responder, passos se aproximaram pelo corredor. Cassian virou o rosto calmamente, como se nada tivesse acontecido.

- Nos vemos na próxima aula, - disse, voltando a andar como um professor qualquer.

Mas ela sabia. Aquele homem tinha plantado alguma coisa nela. E agora, estava regando com olhares e palavras.

Ela só não sabia se queria florescer... ou ser destruída por ele.

(QDT)

Ao chegar em casa, Bianca jogou a mochila no chão do quarto e se jogou na cama com um suspiro longo. O teto parecia girar, e não era cansaço - era ele.

Cassian.

O nome dele soava diferente na cabeça dela. Quente. Perigoso. Como um segredo que ela não deveria ter descoberto. Mas descobriu. E agora ele não saía da mente dela.

Virou de lado e puxou o celular. O grupo da turma estava agitado, cheio de mensagens sobre professores, provas e fofocas. Mas nada sobre ele. Ninguém parecia ter sentido o que ela sentiu.

Talvez ninguém prestasse atenção o suficiente. Ou talvez... Cassian só tivesse olhos pra ela.

Tocou os próprios lábios com os dedos, lembrando da forma como ele falou seu nome. Lembrando de como o olhar dele passeou pelas curvas do seu corpo. Sentiu a pele arrepiar. Era errado.

Mas também era viciante.

Levantou da cama, foi até o espelho. Observou o reflexo como se fosse outra garota ali. Alguém diferente da que saiu de casa pela manhã. A camisa ainda marcada na altura dos seios, a saia curta que ela cortou com tesoura, as pernas nuas e fortes.

Será que ele tinha reparado nas coxas dela? Na forma como ela o olhava de volta?

Abriu o botão da camisa e deixou o sutiã rendado à mostra. Imaginou a reação dele se a visse assim.

O coração disparou.

- Para, Bianca - murmurou pra si mesma, mordendo o lábio.

Mas não conseguia parar.

Sentou na cama e pegou o caderno. A página da análise de texto ainda estava lá, com a caligrafia caprichada. Será que ele tinha lido com atenção?

Será que pensou nela depois que saiu da sala?

Ou... será que estava pensando agora?

Pegou uma caneta e rabiscou ao lado do texto: "Você me viu."

Depois, desenhou um risco grosso, como se pudesse apagar a própria vergonha.

Mas a verdade era que ela queria ser vista. Por ele.

E sabia que esse era só o começo.

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